Presidentes e representantes de blocos afros e afoxés participaram, na tarde desta terça-feira, 27, da reunião da Comissão Especial do Carnaval da Câmara de Salvador para avaliar a festa em 2018. O encontro, realizado no Salão Nobre, foi dirigido pelo presidente do colegiado, vereador Moisés Rocha (PT).

Conforme o petista, com base em levantamento feito pelas entidades, de 2014 a 2018 o número de blocos nos circuitos diminuiu drasticamente. “Tenho observado e estou cada vez mais convicto, principalmente quando ouço os representantes deste segmento, que é preciso repensar o modelo atual do Carnaval, que está sepultado, perdendo em atração e essência”, afirmou.

Estiveram presentes os presidentes do Ilê Aiyê, Vovô do Ilê; do Arerê, José Luís Lopes; e do Cortejo Afro, Alberto Pitta; além do secretário do Filhos de Gandhy, João Paulo Gomes; e o diretor do Olodum, Paulo Marques.

Valorizar as tradições

Gomes defendeu a revitalização da festa, valorizando as tradições através de investimento e maior visibilidade da mídia. Segundo ele, “o Circuito Batatinha (Pelourinho) está sem valor comercial, sem público e sem TV”. Com o objetivo de aquecer a festa popular, ele sugeriu a retomada do encontro dos trios na Praça Castro Alves, a revitalização das barracas tradicionais, e a promoção de roteiro artístico no Centro.

Pitta demonstrou preocupação com a ascensão do ‘carnaval sem cordas’, que vem sendo utilizado para promover a festa soteropolitana: “Cordeiro no Ilê segura a corda em pé e ela é aberta, nos outros blocos é em função da segurança. Não concordo com este neologismo de carnaval sem cordas, é um truque empresarial que o governo - estadual e municipal - caiu”, opinou, apontando diferença de investimentos para as atrações em evidência, que chega a R$ 800 mil.

O presidente da CMS, Leo Prates (DEM), declarou apoio às entidades e colocou a Casa à disposição para intermediar os pleitos com os poderes públicos. Henrique Carballal (PV) pediu aos representantes dos blocos que trouxessem as demandas ao colegiado: “Existe uma inquietação por parte desta Comissão e o desejo de encontrar soluções”. Participaram também do encontro Marcelle Moraes (PV), Luiz Carlos Suíca (PT) e Duda Sanches (DEM).