Política

RUI vai ao sepultamento de Márcio MST e Policia investiga crime mando

Angelo Coronel apresenta moção de pesar a Márcio Matos que era filho do ex-deputado Jadiel Matos. Com informações parciais do Jornal da Chapada e Ascom ALBA
Da Redação , Salvador | 26/01/2018 às 18:03
Governador do estado e lideranças politicas no sepultamento de Marquinhos
Foto: Jornal da Chapada
O adeus ao líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e secretário municipal em Itaetê, Márcio Matos, o popular Marcinho, nesta sexta-feira (26), foi marcado pela participação popular, de amigos, familiares e de políticos. O velório, realizado no galpão do MST, em Vitória da Conquista, ficou lotado. Entre os vários políticos presentes estiveram o governador Rui Costa (PT), os deputados federais Valmir Assunção (PT) e Alice Portugal (PCdoB), o ex-prefeito de Conquista Guilherme Menezes e uma série de liderança dos movimentos sociais, sindicais e de outros partidos. Márcio Matos foi morto em sua residência no Assentamento Boa Sorte, em Iramaia, na região da Chapada Diamantina, na última quarta-feira (24), na frente do filho de 6 anos.

Rui lembrou de Marcinho, da trajetória de luta do militante e se emocionou ao falar para todos da violência no campo. “É uma herança que vai ao extremo na violência e na execução daqueles que, ao longo da história do Brasil, lutaram e lutam pela igualdade, por uma relação mais fraterna, por uma relação mais humana e por direitos básicos do ser humano, ou seja, ter acesso ao trabalho, ter acesso à renda, ter acesso a uma vida digna”, disse Costa. 

E concluiu “ele permanecerá na memória de cada um de nós, pela sua caminhada, sua história e sua militância”. Ainda durante a sua fala, o governador detalhou alguns pontos da investigação especial gerida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) sobre esse caso.

Ele disse, sem se aprofundar nos detalhes, que o crime teria sido de mando e os autores permaneceram de capacete no momento da execução. “Se trata de uma execução, e as pessoas que foram fazer o serviço tinham receio de serem reconhecidos, tanto é que continuaram usando capacetes. Mas não vou aqui falar da linha de investigação. Porque para o sucesso da investigação quanto mais sigiloso for maior é a chance de sucesso. Cada vez que a gente fala, essas notícias vão circulando e a gente vai facilitando que aqueles que mandaram e executaram posso se evadir”, salienta Rui Costa.

 O governador ainda disse que a resolução do crime é prioridade absoluta da SSP. O corpo de Marcinho foi enterrado no cemitério Parque da Cidade, por volta das 10h30.

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA

O presidente Angelo Coronel lamentou o assassinato de Márcio Oliveira Matos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, MST, ocorrido na noite da última quarta-feira, em sua casa em Iramaia, em frente ao filho de apenas seis anos de idade. O presidente do Legislativo apresentou moção de pesar à Secretaria Geral da Mesa manifestando a sua certeza de que a Secretaria de Segurança Pública – como exige o governador Rui Costa –, identificará a prenderá os culpados dessa selvageria que tem todas as características de ser um crime de mando, “uma açã ;o primitiva, incompatível com a cidadania e com os avanços que defende nas relações políticas e fundiárias da Bahia nesse início do terceiro milênio”.

O deputado Angelo Coronel se solidarizou com familiares e amigos de Márcio Oliveira Márcio, o Marcinho do MST, “rogando a Deus que conforte a todos submetidos a essa perda tão brutal, mas que terão para sempre a memória dos inúmeros momentos bons desfrutados ao lado desse líder camponês sempre agiu de forma proativa na política em busca do progresso com justiça social, especialmente com relação aos problemas agrários”. Ele foi manifestar o seu luto e dor na companhia do governador Rui Costa no velório, realizado em Vitória da Conquista, cidade circunvizinha ao local do crime. Márcio Oliveira Matos exercia o cargo de secretário de Administração em Itaetê, distante apenas 23 quilômetros de Iramaia.

O militante do MST era filho do ex-deputado estadual Jadiel Matos, também ex-prefeito de Vitória da Conquista, político progressista também com forte ligação com o campo, lembrou o presidente Angelo Coronel na moção de pesar que elaborou, destacando ainda o fato dele (Márcio) ter sido o mais jovem dirigente nacional do MST na história do movimento – tinha apenas 21 anos. Acrescentou que Márcio atualmente era dirigente estadual do MST e louvou a coerência dessa liderança “tão precoce, brutalmente retirada do nosso convívio, registrando que o crime aconteceu no Assent amento Boa Sorte, em Iramaia, onde residia com a família tendo como vizinhos seus companheiros do MST e das causas populares”.

O deputado Angelo Coronel se associou à pungente nota divulgada pelo MST, que relaciona esse assassinato com o recrudescimento da violência no campo, “uma involução que não será sedimentada, pois o governador Rui Costa adotou as medidas cabíveis para reprimir essas iniciativas e levar ao banco dos réus todos os envolvidos nesses episódios tristes, como ocorrerá com os sicários que perpetraram esse assassinato absurdo”.