Presidentes de câmaras municipais poderão participar do novo curso que a Escola do Legislativo Péricles Gusmão, do Legislativo de Salvador, iniciará no dia 15 de dezembro, no Centro de Cultura. As aulas, que abordarão assuntos como emendas positivas, contará com tutores do Senado Federal entre os instrutores.
O treinamento foi anunciado pela diretora da instituição, vereadora Marta Rodrigues (PT), no encerramento do curso de capacitação para conselheiros políticos, promovido em parceria com a Escola Fazendária da Bahia (Esaf) e a Controladoria Geral da União (CGU), na manhã da última quinta-feira, 23.
Segundo ela, “os cursos têm sido um sucesso. Neste sobre o Plano Plurianual (PPA) e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os alunos já encaminharam sugestões de emendas à Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização da Casa”. Esse último, iniciado no dia 21 passado, foi realizado na sede da Esaf, no antigo prédio do Ministério da Fazenda, no bairro do Comércio.
Conversa sobre feminismo
Também na quinta, 23, Marta participou de uma mesa redonda na Escola Estadual Maria Anita, no bairro Colinas de Periperi II, sobre feminismo negro, empoderamento feminino e a importância de defender a liberdade de expressão e a pluralidade de ideias nas escolas.
O convite foi feito pelo Grêmio Estudantil “Nós por Nós”. “Muito motivador ver que os estudantes estão se unindo para debater questões tão importantes para fortalecer nossa luta contra o machismo, contra a LGBTfobia e demais retrocessos pautados por pequenos grupos conservadores do nosso país”, afirmou a petista.
Ao lado da poetisa Isadora Nascimento e das professoras de história Jaqueline Queiroz e Mona Lisa, a edil pontuou que debates como o ocorrido na escola precisam ser levados também para as comunidades onde os estudantes moram, para que os temas tenham maior abrangência e alcance.
Segundo a legisladora, o machismo mata todo dia milhares de mulheres, principalmente as mulheres negras das periferias e por isso o empoderamento combate diretamente esses crimes: “São temas que estão na realidade de nós, mulheres. Defender a escola livre da censura é lutar contra o racismo, ao levar às salas de aula o ensino da história da África, a apresentação das religiões de matrizes africanas. È lutar contra os preconceitos, levando o debate da diversidade de gênero”.
Durante o evento os estudantes partilharam suas realidades e definiram proposta a realização de mais dois encontros para discutir, também, o genocídio do povo negro. De acordo com a professora Mona Lisa, “as mulheres negras sofrem três tipos de opressão: de gênero, o machismo e o racismo. Interseccionalizar é importante porque ajuda a organizar melhor as pautas dessas mulheres”.
Jaqueline destacou que as adolescentes podem colaborar com o feminismo no dia a dia, de diversas maneiras: “Vocês podem em simples ações praticar o feminismo. Quando uma companheira ou amiga sua estiver triste, prestando apoio, força e motivando-a. Em suas casas, vocês podem conversar com suas mães, tias, de maneira tranquila, sobre o que é feminismo negro, sobre o quanto as mulheres negras sofrem com a discriminação no trabalho e são as principais vítimas do desemprego”.
A poetisa Isadora reforçou a arte e poesia como forma de tocar as pessoas para o debate: “A arte é um instrumento poderoso de mobilização. Devemos valoriza-la sempre”.