Sessão presidida pelo deputado Marcelino Galo
Da Redação , Salvador |
25/11/2017 às 09:10
Homenagem a Fidel Castro
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O líder cubano Fidel Casto, recebeu homenagem póstuma, na manhã de ontem, dia 24, em sessão especial realizada na Assembleia Legislativa. Proposto pelo deputado Marcelino Galo (PT), o evento marcou um ano da morte do "comandante", como se referem a ele os simpatizantes, e reuniu parlamentares, militantes de esquerda, representantes de sindicatos e outras organizações sociais. Os cônsules de Cuba, Portugal, Espanha, Grécia e Uruguai, além do embaixador cubano no Nordeste, Rolando Gomes Gonzáles, também marcaram presença. Durante a semana, a Casa Legislativa sediou ainda a Exposição Fidel é Fidel, com 17 registros históricos feitos por Roberto Chile.
Primeiro a falar na sessão, Marcelino logo fez referências ao dia 26 de julho de 1953, quando o jovem advogado Fidel Alejandro Castro Ruz, juntamente com outras 165 pessoas, executam a tomada ao quartel-general de Moncada, em Santiago de Cuba, e ao quartel de Cespedes, para pegar armas e derrubar a ditadura de Fulgencio Batista. "Ali o mundo era apresentado a uma das maiores personalidades do século, Fidel Castro, posto em liberdade dois anos depois da tentativa frustrada de tomar Moncada", observou.
Para Marcelino, a revolução cubana é um dos maiores acontecimentos do século passado. "A sua construção é obra de milhares de mãos. Entretanto, é inegável o papel de liderança e o protagonismo de seu comandante em chefe, Fidel Castro, primeiro-ministro de 1959 a 1976 e presidente, entre 1976 a 2008, além de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba de 1961 até 2011", reforçou o petista.
Marcelino lembrou o carinho especial que Fidel tinha pela Bahia e a dívida que, segundo ele, o estado tem com o líder cubano. "A Bahia, Estado que Fidel visitou algumas vezes, e onde manteve durante sua vida grandes laços de amizade, muito lhe deve e deve ao povo cubano", afirmou, acrescentando que "843 médicos cubanos estiveram presentes em 315 municípios baianos, vinculado ao programa Mais Médicos. Esta é uma contribuição verdadeiramente solidária e humana que nenhum outro País jamais deu ao nosso Estado".
"Hoje, reverenciamos a memória e a vida de um homem que alinhou a teoria à prática, e enfrentou o maior império mundial, sem temer as consequências e superando as dificuldades com a força de seu exemplo e a dedicação de um povo que aprendeu a ser livre, e não se deixou jamais voltar a condição anterior", acrescentou ele.
Em espanhol, o embaixador Rolando Gonzáles agradeceu ao deputado pela sessão especial e lembrou que, na Assembleia Legislativa, já foram realizadas outros atos "emocionantes de apoio ao povo cubando e contra o genocida bloqueio econômico, financeiro e comercial dos Estados Unidos ao nosso país". Assegurou ele: "Nunca vamos esquecer as mostras de amizade que nos compromete em avançar no estreitamento dos vínculos entre nossos povos".
Para o embaixador do país caribenho, não há lugar melhor lugar para uma homenagem a Fidel do que na capital baiana. "Salvador foi a cidade o Brasil mais visitada pelo comandante", atestou Gonzáles. "Aqui ele sempre foi muito bem recebido e dessa cidade ele guardou um especial carinho". Segundo ele, foi por esse carinho com a cidade que, no momento de decidir pela sede do consulado geral para o Nordeste, Fidel optou por Salvador. Isso também explica, acrescentou, a razão a vinda de mais mil doutores cubanos para a Bahia, através do Programa Mais Médicos.
Gonzáles definiu Fidel como um soldado das ideias, um guerrilheiro de seu tempo. "Seus ideais permanecerão presentes, enquanto existir o capitalismo, enquanto existir saqueadores e exploradores da riqueza dos povos". Ele contou ainda que o homenageado sobreviveu a mais de 600 atentados promovido pelos Estados Unidos contra ele. "O regime que os Estados Unidos pretenderam derrotar, sem nunca conseguir, está presente em cada alegria e triunfo do povo cubano, e também em cada adversidade e tristeza".
O legado deixado por Fidel Castro foi lembrado em todos os outros discursos que, com pequenas variações, terminavam sempre com o grito: "Viva Cuba, viva Fidel, viva a revolução". A representante da Associação Cultural José Martí, Ivone de Souza, foi uma das que destacou a história do líder cubano. "Ao longo dos seus 90 anos, Fidel vivenciou e fez uma rica e vasta história, na escola, ruas, campos de batalha, no comando da Sierra Maestra, nas trincheiras do pensar, no saber", afirmou. "Seu exemplo é inspiração para os que sonham com um mundo comum, uma terra sem amos, sem fome, justa, igual para todos, a internacional".