Duzentas e 70 propostas dos vereadores, entre projetos de indicação e de lei, moções e requerimentos foram aprovados na tarde desta quarta-feira, 30, pelos vereadores de Salvador durante a sessão ordinária. Os legisladores decidiram constituir mais duas frentes parlamentares e uma comissão temporária.
A polêmica da votação ficou por conta de uma moção de repúdio à declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a respeito de negros e quilombolas, considerada racista e discriminatória pela edil Aladilce Souza (PCdoB). Alexandre Aleluia (DEM) argumentou que a iniciativa era antirregimental porque citava o nome do parlamentar. Após consulta do presidente Leo Prates (DEM) à Diretoria Legislativa e aos vereadores todos concordaram que a censura era à atitude do deputado e não à sua pessoa.
Uma das frentes, proposta por Sidninho (Podemos), tratará das receitas tributárias e a outra, idealizada por Ricardo Almeida (PSC), será em defesa da família. A comissão temporária, instituída por sugestão também de Sidninho, vai acompanhar a regulamentação da profissão de mototaxistas.
Repúdio simbólico
A declaração de Bolsonaro foi feita durante uma palestra no Rio de Janeiro, em abril desse ano, quando ele comparou negros a gado: “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”.
Para Aladilce “esse tipo de moção é simbólico, mas necessário para que a Câmara se posicione. Nós temos o dever institucional de repudiar qualquer tipo de declaração racista, discriminatória e carregada de ódio e desprezo contra povos tradicionais do Brasil”. Em sua opinião o mundo vive um período tenso em que grupos nazistas e fascistas estão se reorganizando e propagando discursos de ódio. “Por isso devemos repudiar todo ato de discriminação alinhado com esse movimento fascista que, infelizmente, cresce no nosso país”, concluiu.