Com informações do G1
Da Redação , Salvador |
21/04/2017 às 19:53
Mário Kértész tinha codinome de "Roberval Taylor"
Foto: Egi Santana/G1
Para campanha a prefeito de Salvador em 2012, pelo PMDB, o radialista Mário Kertész teria recebido R$ 1,75 milhão da Odebrecht, por meio de caixa 2, de acordo com André Vital, um dos ex-executivos da empresa a prestar depoimento em delação premiada.
O delator afirmou que, inicialmente, foram pagos R$ 900 mil não contabilizados, após reunião no final de 2011 com Emilio Odebrecht e Kertész, quando o radialista informou sua intenção de ser o candidato de união das oposições na disputa pelo Thomé de Souza.
Segundo Vital, o representante de Mário para o recebimento dos valores era o seu filho Chico Kertész. Registros de ligações telefônicas foram apresentados pelo ex-funcionário da companhia, em datas próximas às que teriam ocorrido os pagamentos.
“Fui procurado pelo filho dele, Francisco Kertész, no começo de 2012. Ele relatou que precisaria de R$ 900 mil para a pré-campanha. […] Comuniquei que seria dividido em três parcelas e pagos via caixa 2. Os valores foram entregues por mim, em espécie, ao Francisco Kertész”, afirmou.
Mais à frente, mesmo não sendo o postulante único das oposições, o radialista manteve a candidatura. Conforme Vital, então, Chico o procurou novamente, com um pedido de “apoio complementar para a campanha”.
Desta vez, o delator disse que ficou acertado o repasse de R$ 1,1 milhão, dos quais R$ 250 mil via bônus eleitorais e R$ 850 mil via caixa dois.
Ao ser questionado sobre o valor pago ainda na pré-campanha, Vital declarou ter reparado, neste período, um aumento de propaganda da rádio Metrópole em outdoors, com a figura do radialista.
O delator disse, porém, que não pode assegurar o custeio dessas ações com o dinheiro da Odebrecht. “Me recordo que, após a liberação desses pagamentos, notei muita propaganda da rádio com foto dele nesse primeiro semestre de 2012. Mas não posso afirmar que tenha sido [bancada]”, declarou.
Identificado com o codinome Roberval Taylor, Kertész teve seu pedido de investigação encaminhado à Justiça Federal da Bahia pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.
RESPOSTAS DE MK
Procurado pelo G1, Mário afirmou que “não cometeu nenhum ilícito e vai se pronunciar quando tiver informações sobre os autos do processo”. “Só ouço falar, mas tenho certeza que não cometi nenhum ilícito”, afirmou.
Em resposta, Mário disse ao G1 que o filho, Francisco Kértez, "não tem nada a ver com essa história".