Departamento de Policia Técnica até hoje não enviou os laudos periciais para a Delegacia
Da Redação , Salvador |
02/12/2016 às 09:31
Professora Lenata foi assassinada em agosto de 2016
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A Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa da Bahia, representada pela vice-presidente do colegiado, Neusa Cadore (PT), e pelas também petistas integrantes do colegiado, as deputadas Fátima Nunes e Maria del Carmen, se reuniram em audiência com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, para exigir apuração do crime que vitimou a professora Lenata, em Riachão de Jacuipe, no inicio de agosto último.
O suspeito de ter matado a professora, seu noivo Cássio Fabricio Almeida chegou a ser preso e solto por determinação judicial, diante da falta dos laudos periciais. O DPT até agora não havia enviados esses laudos. O caso está em aberto e o secretário da Segurança prometeu agilizar o processo.
Durante a audiência, foi pedido ao secretário um maior empenho para elucidação do assassinato de Lenata Pedreira Rios. Presente na reunião, dona Maria Pedreira, mãe de Lenata, disse “não é por ser filha única. É uma vida. Deixaram uma mãe arrasada e um filho destruído. Por que fizeram isso com minha filha? É muito doloroso saber que não vou vê-la mais”. Ela que foi assassinada brutalmente em julho deste ano, em sua casa no município de Riachão do Jacuípe.
O desabafo da mãe foi ouvido na última quarta-feira por Maurício Barbosa, secretário da SSP, na sede do órgão. Maurício Barbosa disse que tem por obrigação concluir as investigações e fazer todo o trabalho possível para tranquilizar a comunidade. Ele se comprometeu em acompanhar o andamento do caso junto à Coordenação Regional da Polícia Civil.
Também presente na reunião, o advogado da família, Albérico Rios, afirmou “é um crime com requinte de muita crueldade. Foram mais de 60 facadas. Lenata era uma pessoa e uma servidora realmente exemplar. Ela era extremamente preocupada com o social. A sociedade está amedrontada, pois não sabe a face do assassino. Não se trata de dizer que ela é mais importante do que ninguém mas nós queremos uma resposta sobre esse homicídio”.
Também participaram da audiência colegas de profissão e amigos de Lenata, entre eles a professora Lidiane, de Pé de Serra, e Wladson da Escola Projeção de Coité, a diretora e a vice-diretora do Cetep Bacia do Jacuípe II, professoras Rosário e Janete, além do repórter da Rádio Baiana FM, Neto Terra Branca e o vereador Ninho.
O vereador ressaltou a cobrança da população para resolução do inquérito e a punição dos envolvidos. “A sociedade precisa de uma resposta, por isso a gente vem pedir agilidade ao Estado”. O edil aproveitou para protocolar uma solicitação de uma viatura para a polícia civil e a ampliação do efetivo.
“Essa vinda da comunidade é um passo importante no enfrentamento desse crime que tanto afetou a família e a comunidade de Riachão e do Território. Nós solicitamos uma atenção da Secretaria para colocar toda a estrutura possível para o esclarecimento deste crime contra uma mulher”, informou a deputada Neusa Cadore.
Ao final da audiência, a petista agradeceu ao secretário Maurício e a participação das colegas do colegiado, além de lembrar a Campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher, que, segundo ela, é um desafio de todos lutar para acabar com essa violência que ainda vítima muitas mulheres.
RELEMBRE O CASO
O CRIME DE LENATA
AGOSTO, 3, 2016
Uma professora de 35 anos foi achada morta dentro de casa, na tarde deste domingo (3), na cidade de Riachão do Jacuípe, cidade a cerca de 180km de Salvador. Segundo a polícia, Ienata Pedreira Rios tinha ferimentos de faca pelo corpo. O crime, que ainda não tem suspeitos identificados, ocorreu no Loteamento São José, onde a vítima morava. Ienata era noiva e deixa um filho adolescente. As circunstâncias do homicídio ainda serão investigadas. A polícia realizou perícia no local, mas não forneceu detalhes a fim de não atrapalhar as investigações.
De acordo com o delegado Sérgio Araújo Vasconcelos, que está à frente das investigações, a Polícia Militar chegou ao local depois que uma vizinha estranhou que a porta dela estava aberta e acionou os policiais no final da manhã. Chegando ao local, os PMs encontraram a professora caída no corredor, já sem vida.
De acordo com o delegado, a residência não possuía sinais de arrombamento e havia marcas e pegadas de sangue pelo imóvel. "Já existem algumas suspeitas, mas não podemos revelar para não atrapalhar as investigações", disse o delegado em entrevista ao G1. Ninguém tinha sido preso até o início da noite deste domingo.
O noivo da professora foi ouvido pela polícia para colher dados a fim de dar início às investigações sobre o crime. De acordo com o delegado, o rapaz mora em Dias D'ávila, região metropolitana de Salvador, e não estava em Riachão do Jacuípe no momento do crime. O filho dela também não estava na residência. Ienata é natural de Feira de Santana e tem familiares na cidade de Pé de Serra.
Ainda de acordo com a polícia, Ienata atuava como professora nas redes municipal, estadual e particular de Riachão do Jacuípe. Na página dela no Facebook há a informação de que estudou Letras na Universidade do Estado da Bahia (Uneb).