Fundadora do Movimento Afropop Brasileiro e presidente da Associação Fábrica Cultural, a cantora Margareth Menezes foi homenageada ontem, dia 1º, na Assembleia Legislativa da Bahia, com a Comenda 2 de julho. A homenagem, da deputada estadual Fabíola Mansur, foi aprovada por unanimidade pela Mesa Diretora da AL. A honraria, mais importante da Casa, foi instituída para homenagear personalidades que têm um papel de destaque no cenário político e contribuem com a cidade e a sociedade de uma forma geral.

  A solenidade, conduzida pelo presidente Marcelo Nilo, contou com a presença da família da homenageada, lideranças do movimento social e artistas baianos, além de jovens beneficiados pela Fábrica Cultural. 

   A cantora foi conduzida ao plenário pela deputada estadual Ivana Bastos (PSD), por membros do Cerimonial e foi seguida por um cortejo formado por percussionistas dos grupos Cortejo Afro, Ilê Aiyê, Olodum, Muzenza, Didá e Malê Debalê e a cantora Juliana, executando a música “Faraó”, um dos maiores sucessos já cantados pela homenageada.

Marcelo Nilo elogiou a iniciativa de Fabíola Mansur, ressaltando que ela é uma das deputadas mais assíduas e atuantes da Casa.

    “Acredito que ela seja a deputada de primeiro mandato que mais aprovou projetos nesta Casa”, contou o presidente. Ele relatou que quando o projeto de resolução concedendo a Comenda 2 Julho a Margareth Menezes foram dispensadas as formalidades exigidas para a aprovação. “Todo o Brasil e especialmente a Bahia conhecem a história de sucesso de Margareth Menezes como cantora, compositora e ativista social. Nós nos sentimos honrados em representar os 15 milhões de baianos nessa homenagem”, afirmou o presidente do Legislativo.

   ORGULHO PARA A BAHIA

   Fabíola Mansur começou o seu discurso afirmando que Margareth é um orgulho para a Bahia e para o Brasil e que a solenidade era um sopro de alegria em uma semana difícil para o país. Em seguida, a proponente da homenagem pediu que o plenário fizesse um minuto de silêncio em respeito às vítimas do acidente aéreo que levou à morte atletas do time de futebol da Chapecoense e jornalistas esportivos, exaltando o espírito de solidariedade que o evento trágico espalhou pelo Brasil e América Latina.

   A deputada afirmou que poucas mulheres foram homenageadas com a Comenda 2 de Julho e lembrou o trabalho social de Margareth Menezes, “apesar do sucesso, ela nunca se esqueceu das grandes causas da coletividade, emprestando sua imagem a diversas campanhas de  cunho informativo e dirigindo a Fábrica Cultural, instituição social que é referência para toda a Península de Itapagipe. “A Fábrica Cultural já atingiu mais de 10.000 pessoas e famílias da região desde 2004, ano de sua fundação”, contou Fabíola.

   Destacou que o trabalho é realizado com respeito à condição humana e às identidades locais, promoção da autonomia, através do fomento ao conhecimento transformador. “Há um compromisso com as pessoas e com o desenvolvimento local sustentável e produção de experiências emancipatórias para pessoas e localidades, como é o caso do seu mais novo programa, o Mercado Iaô”, disse Fabíola. A Fábrica Cultural ocupa quatro espaços na Península de Itapagipe, com núcleos no Bonfim, na Avenida Beira Mar, Uruguai e Ribeira todos com projetos e ações que atingem crianças, jovens e famílias.

   RETRIBUIÇÃO

  Margareth Menezes em seu discurso de agradecimento saudou a mesa e, em especial, o presidente Marcelo Nilo e a proponente da homenagem Fabíola Mansur. Ela disse que apesar de não ter filhos tem um amor muito grande por crianças. “O que o mundo me proporcionou, espero poder retribuir, contribuindo com a comunidade, que me abraça e é muito importante para mim”, afirmou a cantora. 

  Ela agradeceu a todos os presentes e exprimiu o desejo de que o país consiga atravessar o momento difícil que está vivendo. “A demanda do povo tem que vir em primeiro lugar. Tenho passado algumas decepções com a política, mas acredito que juntos podemos transformar o país, que tem riquezas imensas”, completou Margareth Menezes.