Uma sessão especial marcou a passagem do Dia Mundial de Luta contra a AIDS na Câmara de Salvador, na manhã desta quinta-feira, 1º, por iniciativa da vereadora Vânia Galvão (PT). Durante o encontro foi destacada a importância da prevenção e o fim do preconceito contra os portadores da doença.

Questões relacionadas à vulnerabilidade ao HIV/AIDS, sob o ponto de vista do estigma e do preconceito, foram detalhadas. Os jovens foram encarados como ‘peças fundamentais’ para o processo de conscientização, principalmente por causa da maior incidência da doença entre as pessoas até 24 anos, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).

Para Vânia “a luta contra a AIDS deve ser de todos nós. Não podemos nos esquivar sobre o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para este grupo. Um dos fatores que levam ao abandono do tratamento é a dificuldade de locomoção para os serviços especializados. A pobreza é um dos motivos que desencadeia o abandono e a desistência no uso da medicação”.

Falando para os jovens o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV, Javier Angonoa, acredita que muito da banalização do sexo sem camisinha se deve às letras das canções atuais. “Tem uma que se chama ‘Pele na Pele’. Isso só é bom se for feito com cuidado e prevenção. Não é brincadeira”, alertou.

Racismo ambiental

Outro debate público promovido pela CMS aconteceu na manhã de quarta-feira, 30, sob a responsabilidade da Comissão de Reparação, a respeito do tema: “Racismo ambiental: saneamento dos empreendimentos urbanos na Bacia do Ipitanga 1”. O evento contou com a parceria com o Coletivo A-Cor-Dar, e aconteceu no Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia, em Cajazeiras.

A qualidade da água e do saneamento básico na região da Bacia do Rio Ipiranga (que cruza o bairro de Cajazeiras), foi o assunto mais debatido pública. Segundo os participantes a construção do Hospital Municipal não está respeitando a legislação, pois o empreendimento está sendo erguido em uma área de preservação ambiental.

“Ao não ouvir a comunidade a construção desse hospital pode ter efeito mais nocivo do que positivo para toda a cidade”, disse o vereador Silvio Humberto (PSB). Hilton Coelho (PSOL) sugeriu a retomada de contato com o Ministério Público para evitar que o processo que averigua as condições ambientais da construção do equipamento seja arquivado.

A mesa do evento também contou com a presença da representante do Coletivo A-Cor-Dar, Jéssica de Almeida, e do representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA) e do Fórum da Cidade, Carl Von Hauenschild.

Dia do Samba

Outra sessão especial foi realizada pelo Legislativo municipal na terça-feira, 29, em seu Centro de Cultura, em comemoração aos 100 anos do primeiro samba gravado no Rio de Janeiro (“Pelo Telefone”), e ao Dia do Samba, comemorado em 2 de dezembro. A iniciativa foi do pedetista Odiosvaldo Vigas (PDT).

Segundo ele a Câmara não poderia deixar de comemorar a data: “Estamos fazendo esse evento também para homenagear o samba pelo seu dia. O samba é a rota da história social do negro. Naquele tempo cantar samba era proibido, mas ele ultrapassou as dificuldades e está vivo até hoje”.

Odiosvaldo é autor de projeto que sugere a destinação de uma área para a criação do Espaço Cultural Cidade do Samba para valorizar o gênero e suas derivações. Na proposta, o edil afirma que Salvador é considerada o berço musical do samba, e destaca que a cidade tem no turismo uma de suas principais receitas.