Se as pessoas favoráveis à vaquejada se manifestam, os militantes contrários à prática também mostram a cara. O ato público foi realizado nesse domingo, 27, com uma caminhada entre o Farol da Barra e o Cristo, protestando contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 50, que pretende transformar o esporte em patrimônio cultural. A mobilização nacional aconteceu simultaneamente em 38 cidades e 19 estados brasileiros.
O grito de ordem foi “Vaquejada não é cultura, é tortura”. Segundo a vereadora Ana Rita Tavares (PMB) foi uma “tentativa de mobilizar nossos governantes e dizer a eles que cultura não é sofrimento; dor, morte, mas alegria e vida!”.
Mesmo depois da prática ser considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 6 de outubro, 27 senadores aprovaram uma emenda à Constituição com a criação da PEC 50/2016. A manobra é encabeçada pelo senador baiano Otto Alencar (PSD), e conta com o apoio dos outros dois representantes baianos no Senado: Lídice da Mata (PSB) e Roberto Muniz (PP).
Além da PEC o Senado aprovou o projeto de lei da Câmara (PLC 24/2016), do deputado Capitão Augusto (PR-SP), que torna vaquejadas e rodeios ‘manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial’. O texto já foi aprovado pela Câmara, segue para sanção presidencial.
Os atos do domingo foram organizadas pelo Movimento Crueldade Nunca Mais e têm o apoio do Fórum Animal, considerada a maior rede da causa no Brasil, com cerca de 130 entidades afiliadas em todo o país.
Em outubro, STF derrubou uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada. A corte entendeu que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais que veta práticas de tortura.
Também participaram da caminhada as ONGs Terra Verde Viva e Rede de Mobilização pela Causa Animal, da cidade de Lauro de Freitas (Remca), além da União de Entidades Protetora dos Animais da Bahia (Unimais).