Política

ASSEMBLEIA vota terça Plano de Educação sob forte pressão das igrejas

Se houver um melhor entendimento da base o plano pode até passar
Tasso Franco , da redação em Salvador | 02/05/2016 às 16:44
Deputadao Fabíola Mansur: "Há desinformação sobre o significado de gênero"
Foto: BJÁ
  A Assembleia Legislativa vai tentar votar nesta terça-feira, 3, a urgência no PL que institui o Plano Estadual de Educação na Bahia - ensino, pesquisa, diretrizes curriculares e todo um arcabouço da educação no estado - sob forte pressão das igrejas católica e evangélicas que não aceitam termos contidos na grade currucilar dos professores para tratar o conceito de familia de uma forma mais abrangente, sem considerar apenas as relações homem-mulher como universais válidas.

   Ou seja, o Plano abre uma brecha não devidamente esclarecida para a questão do 'gênero' e o deputado do PSC, pastor Isidório, o mais critico parlamentar a essa proposta, entende que "incentiva-se a homossexualidade nas escolas, num precedente muito perigoso". A deputada Fabíola Mansur (PSB), defensora do plano e do artigo que trata do 'gênero' e do comportamento das pessoas na escola diz que há uma desinformação muito grande em relação a esse aspecto, e o "Plano propõe uma educação inclusiva sem preconceitos".

   Não há consenso nem na base governista e dos 42 deputados desta base apenas 17 (PT e PCdoB) já sinalizaram que votarão pela aprovação da urgência. Haverá, na manhã de terça-feira, uma reunião das comissões conjuntas para debater o Plano e a questão relacionada ao 'gênero' e a oposição já sinalizou que vai votar contra por dois motivos: primeiro, que o Plano não foi debatido na Assembleia; e segundo que a questão do 'gênero' não está esclarecida.

   Segundo a deputada Fabíola Mansur o plano foi elaborado de forma democrática e os debates foram realizados nas Comissões das Mulheres e da Educação. Em sua opinião, distorce-se o que representa o conceito de 'gênero' e até uma autoridade religiosa chegou a escrever um artigo em A Tarde dizendo que as escolas acabariam com os sanitários masculinos e femininos. "O que não podemos admiter é esse tipo de desinformação e o fato histórico de que a mulher sempre ser vista e tratada como sexo frágil e o homem como sexo forte", frisou.

   Para o deputado pastor Isidório, o qual apresentou uma emenda retirando a abordagem e a palavra 'gênero' e introduzindo o conceito religioso da dualidade homem e mulher como exclusivos na constituição da família, quem elaborou o plano precisa rezar o pai nosso. "Não vou abrir mão em defender a familia e estarei na fronteira, como estou contra a disseminação da homossuxualidade nas escolas", frisou.

  No entendimento do líder do PT, deputado Rosemberg Pinto, o plano é bom e o essencial e que deve ser analisado é a formação dos professores e a inclusão curricular, e "na minha opnião há nada que possa diminuir essa valoração". 

   Já o deputado Joseildo Ramos (PT) destacou em pronunciamento que a ALBA tem a oportunidade única de discutir um bom plano e é preciso reconhecer o direito da diversidade na escola. Na opinião de Joseildo há uma argumentação hipócrita contra alguns aspectos do plano e a ALBA não pode perder a oportunidade de aprovar um PL dessa natureza, inclusivo e essencial à vida moderna.