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Ascom LC , da redação em Salvador |
16/07/2015 às 18:48
Deputado Luiz Caetano, PT/BA
Foto: Ag Câmara
Para encerrar o semestre legislativo, o deputado Caetano
(PT-BA) ocupou a tribuna da Câmara para comentar sobre a criação do banco de
investimentos do bloco dos BRICS, que reúne Brasil, Russia, Índia, China e
África do Sul. O parlamentar, que é da Comissão de Relações Exteriores daquela
Casa, lembrou que os gurus do capitalismo internacional
não colocaram a menor fé quando surgiu o bloco, pois apostavam que os países membros seriam apenas mais uma nova fronteira de investimentos, para os mesmos
jogadores de sempre.
“Mal sabiam eles que, passados mais de dez anos, na
terra (Rússia) de Ivã, "o Terrível", os BRICS fariam o
impensável: concretizaram seu próprio banco de investimentos, o Novo Banco de
Desenvolvimento dos Brics, e seu próprio arranjo de contingente de reservas para
ajudar caso seus integrantes. Os integrantes do bloco passam a operar com
desenvoltura na nova ordem mundial”, afirmou o deputado.
Caetano acredita que os dois organismos surgiram
da percepção de que as velhas instituições multilaterais, como o FMI e o Banco
Mundial, já não conseguem lidar com os desafios da nova geoeconomia mundial.
Segundo a agência da ONU sobre o comércio e o desenvolvimento, os países em
desenvolvimento precisariam de um trilhão de dólares para aprimorar sua
infraestrutura. "Essas velhas instituições não têm condições de responder a esse
desafio", acredita ele.
“Elas continuam nas mãos das antigas potências e, para
se ter uma ideia dessa disparidade, basta saber que a China, segunda economia
mundial, tem menos votos no FMI que Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Sem contar
que são organismos que exigem condições draconianas para fazer
empréstimos, com enorme sacrifício dos povos dos países”, ressaltou o petista.
Juntos, os países dos BRICS têm 42% da população mundial
e 26% do território do planeta. São responsáveis por 23% da economia mundial e
15% do comércio internacional. Não bastassem esses números, detêm 75% das
reservas monetárias internacionais.
Além disso, foram responsáveis por 36%
do crescimento da economia mundial, na primeira década deste século. Com a
recessão nos países mais desenvolvidos, esse número pulou para cerca de 50%.
Mesmo com a crise, a importância do bloco vem crescendo ano a ano.