Depois de dois adiamentos uma comitiva de vereadores de Salvador realizou na manhã desta quinta-feira, 17, uma visita ao canteiro de obras da Arena Fonte Nova para conferir o andamento dos trabalhos. A principal preocupação dos edis, porém foi com o legado que a Copa do Mundo deixará para a cidade.

Para o presidente da Câmara, Pedro Godinho (PMDB), o novo espaço será muito importante para o município: “A terceira capital mais populosa do país precisava de um equipamento como esse. O que nos causa preocupação é o uso do estádio depois da Copa. É necessário que sejam realizadas parcerias com a iniciativa privada para que a Arena cumpra a sua vocação multiuso e continue servindo à população da cidade”.

Mais 13 vereadores participaram da ida ao canteiro: Dr. Pitangueira e Edson da União (PSD), Gilmar Santiago, Marta Rodrigues e Vânia Galvão (PT), Leo Kret do Brasil (PR), Olívia Santana (PCdoB), Orlando Palhinha (PP), Pastor Luciano (PMN) Pedrinho Pepê e Sandoval Guimarães (PMDB), Sabá (PRB), TC Mustafa (PTdoB) e Téo Senna (PTC).

Sandoval, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Realização das Obras da Copa, cobrou pesquisas de impacto ambiental e de vizinhança da região do entorno da Arena: “Esse equipamento vai dar uma nova cara para a cidade, mas temos que avaliar todas as possibilidades com muito cuidado. Nenhum estudo foi apresentado”.

O pemedebista anunciou a transformação em especial de uma sessão ordinária para discutir o andamento das obras. A data, disse ele, será definida após a reunião do Colégio de Líderes, na segunda-feira, 21.

Elefante branco

Olívia Santana acha que o Estado deve reduzir sua contrapartida na construção da Fonte Nova e pediu celeridade na votação do projeto, em tramitação na CMS, transformando a característica da poligonal da arena para mista (comercial e residencial). Dessa forma, acredita, será possível atrair maior fluxo de pessoas, movimentando economicamente a região, principalmente após a Copa.

“Não queremos que um equipamento desta importância se transforme em um elefante branco. Precisamos ver se continuaremos emperrando ou se daremos fluidez a esse processo com a votação deste projeto. A vinda de qualquer empreendimento comercial para esta área depende disso. O estado precisa deixar de ficar sobrecarregado e o papel da Câmara é fundamental”, argumentou.

Ex-atleta de futebol, com várias partidas disputadas na velha Fonte no estádio, Téo Senna também demonstrou preocupação com a herança do evento esportivo: “O novo estádio nunca terá o mesmo sentimento, nem o mesmo vínculo com a população. Tenho dúvidas com relação ao custo/benefício dessa obra. É claro que é um projeto de grande porte, belíssimo, mas não sei se esse investimento todo vale a pena e se realmente trará retorno para o povo, no período após a Copa”.

A promessa de um estádio multiuso, com muitas opções de entretenimento foi dada pelo diretor de Marketing da Arena, Lino Cardoso. “Vai ser muito importante para a cidade e a para a sua população. É fundamental esse diálogo com os vereadores para que eles, no papel de representantes do povo, precisam conhecer o projeto”, declarou.