Política

AUDIÊNCIA PÚBLICA COBRA TRANSPARÊNCIA NA LICITAÇÃO DE LINHAS DE ÔNIBUS

| 25/04/2012 às 19:17
O auditório lotou para a audiência sobre transporte público
Foto: Rodrigo Soares
Mais transparência na licitação para a operação das linhas de ônibus e no Fundo de Transporte Coletivo de Salvador (Fundetrans) foi a principal cobrança feita durante a audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira, 25, no auditório do Edifício Bahia Center (anexo da Câmara de Salvador).

Promovido pelos vereadores Aladilce Souza (PCdoB), Andrea Mendonça (PV) e os petistas Marta Rodrigues, Gilmar Santiago, Vânia Galvão e Giovanni Barreto, o encontro atraiu um grande público.

Presidindo a mesa, Aladilce propôs a discussão de um plano diretor de transporte, contemplando os interesses da população, antes mesmo do processo licitatório: “Nosso sistema não atende às necessidades da população. Se bem elaborado, o edital abre a possibilidade de corrigir os problemas. Falar de transporte em Salvador é um tabu. Ainda temos muita dificuldade para debater o tema na Câmara”.

A assessora-chefe da Secretaria Municipal dos Transportes e Infraestrutura (Setin), Ivone Valente, prometeu mudanças radicais: “Não é uma simples licitação de linhas. É um novo modelo de transporte em construção para a nossa cidade”.

Segundo ela, já houve outra audiência pública, como parte desse processo, no dia 8 de fevereiro, e mais debates serão promovidos até o lançamento do edital, estimando em 15 dias o prazo para a finalização da fase de discussões. Em seus cálculos, o edital deverá ser publicado em julho.

Sem estrutura

Para Gilberto Bonfim, da Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município (Astram), não adianta um novo modelo de transporte sem estrutura adequada: “Quem fez esse processo de licitação não fez pesquisa de origens e destinos das linhas. Precisamos de estações de transbordo de qualidade e de uma estrutura digna. Desta forma, pouco irá mudar”.

José Sodré (Sindicato dos Rodoviários), cobrou que a categoria seja consultada nesses debates, e a doutora em Transportes e Meio ambiente, professora Ilce Dantas, apontou uma grande defasagem de Salvador em relação ao Brasil quanto à qualidade do transporte público.

Ela de queixou ainda sobre a falta de informações: “Não é possível que um processo licitatório como esse seja estruturado a portas fechadas, como foi o PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano). Não dá para opinar sobre isso porque as informações não são públicas”.

Cidade dividida

De acordo com a Setin, o novo modelo de transporte está sendo planejado com a cidade 100% dividida por setores e com vias estruturantes implantadas.
Para a elaboração do edital, a administração soteropolitana precisou redimensionar todo o sistema.

Salvador foi dividida em três bacias: Subúrbio e adjacências; Itapuã e a orla oceânica; e Centro e o Comércio. “A partir daí, as empresas terão que se organizar para atender às necessidades da população, como o atendimento adequado aos deficientes, o alcance dos locais mais distantes e outras demandas da sociedade”, explicou Ivone Valente.