Com esse joguinho de seminaristas, sem pegada forte, alguns jogadores estafados física e mentalmente, um treinador sem ousadia para arriscar mudanças, a classificação desse Bahia para Libertadores fica cada dia mais difícil.
ZedeJesusBarreto , Salvador |
28/10/2024 às 23:13
Vasco 3x2 Bahia
Foto: Dikran Sahagian - Vasco
Pela primeira etapa, infame, levando três gols em 30 minutos e sem ver a cor da bola, prevíamos uma goleada histórica do Vasco sobre o Bahia. Mas o treinador Ceni, enfim, mudou a escalação, a equipe mostrou outra postura no segundo tempo e teve até chance de empatar a partida, com os cariocas atrás, resistindo e apelando pra faltas e chutões, assim garantindo o triunfo – 3 x 2, e uma 9ª colocação na tabela de classificação, agora com 43 pontos. O Bahia estacionou nos 46 pontos, continua em 7º.
Com esse joguinho de seminaristas, sem pegada forte, alguns jogadores estafados física e mentalmente, um treinador sem ousadia para arriscar mudanças, a classificação desse Bahia para Libertadores fica cada dia mais difícil. Uma Sul-americana já seria de bom tamanho. Equipe mediana, limitada tecnicamente. Ainda bem que não cai.
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Em São Januário/RJ
- Casa cheia, noite de segunda-feira sem chuvas no Rio, gramado mastigado, pesado, grama alta, um clássico Rio/Bahia. O Vasco com 30 pontos, querendo usar do mando de campo e o entusiasmo da torcida para crescer na competição; O Bahia com 46 pontos, em 7º lugar, de olho numa vaga para disputar a Libertadores em 2025.
- Vasco com camisa diferente, cremosa e branca; o Bahia com sua camisa tricolor.
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Com bola rolando ...
- Começo equilibrado, o Bahia mais ofensivo, com suas linhas avançadas, assediando, mas... num contragolpe, aos 10 minutos, a defesa baiana exposta, a marcação frouxa, Payet achou Emerson Rodrigues que levou a marcação e acertou a trave de Marcos Felipe, que ainda triscou na bola. Susto.
- Gol! 1 x 0 Vasco. Uma falha de Marcos Felipe, reboteando feio um chute de longa distância de Puma, nos pés de Emerson Rodrigues, aos 14min.
O Tricolor azoado, marcando mal, exposto, a defesa tonta. Avançava e se abria inteiro, Payet jogando solto. Aos 18’, o árbitro Clauss viu pênalti de Kanu em Ryan. Discutível.
- Gol! 2 x 0 Payet bateu forte, no meio, ampliando. Aos 20’.
Um Bahia lento, tonto, sem pegada, passeando, perdido e um Vasco mordendo, correndo muito, usando os laterais, dominando o meio de campo. Aos 32’, a defesa baiana tonta, quase o terceiro’, que logo saiu...
- Gol! 3 x 0, aos 34’, Payet livre recebeu chutão do goleiro, ajeito, mediu e mandou bala, golaço! O goleirinho estranhamente aceitou, mal colocado, nem foi nela.
O Bahia não achava a bola, zonzo, dominado. Aos 35’, Ceni tirou Everaldo, nulo e
Jean Lucas (estranhamente sem pernas, desligado, fora de jogo), e lançou Lucho Rodriguez e Ademir. Mais velocidade na frente. Daí...
- Gol! 3 X1 Bahia. Lucho, de cabeça, diminuiu, aos 42’. Ademir desbravou pela direita, cruzou e o uruguaio testou, acertando o canto.
Antes de terminar o primeiro tempo Thaciano fez boa jogada na área vascaína, livrou-se da marcação mas finalizou mal. Chance desperdiçada.
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O time de Ceni parece que quando tem tempo livre pra descansar e treinar volta pior. Uma das piores apresentações do Bahia, essa primeira etapa em São Januário. Desastroso. Sem conseguir marcar, entregando o meio-campo ao adversário. Um atropelo vascaíno. Só uma sacudidela de vestiário poderia mudar a postura. Voltar a campo mais competitivo, voltar pro jogo. Possível?
Segundo tempo – nos vestiários, Ceni mexeu: colocou Ratão e Acevedo (retornando depois de oito meses lesionado), saindo Caio Alexandre e Cauly. Era preciso encarar. O jogo ficou mais pegado, algumas faltas duras, lá e cá. O Tricolor em cima, com outra postura, marcando melhor, pressionando, chegando mas... cadê finalização?
- Gol! 3 x 2 Bahia, Ademir, aos 31 min. Contragolpe, Thaciano tentou, a bola espirrou e Ademir completou, de cabeça, na pequena área, diminuindo.
Os cariocas fazendo faltas, mascando, ganhando tempo, aos chutões... o árbitro ajudando, travando.
Aos 40’, Everton bateu falta da direita, direta, Leo Jardim espalmou. Aos 48’, Iago cruzou da esquerda, Ratão livre, na pequena área, escorou, no corpo do goleiro, e depois se enroscou com o rebote e perdeu a chance do empate, incrível! A bola do jogo! u Vasco.
Ainda bem que já fizemos 46 pontos, não corremos mais o risco de cair.
Destaques
- Payet, arrebentou no primeiro tempo. No Bahia, salvaram-se, pela vontade, os que entraram na segunda etapa, sobretudo Acevedo. Marcos Felipe falhou feio no primeiro gol e levou o terceiro, defensável. Ceni precisa mudar a escalação da equipe, passou da hora. Alguns jogadores estão caíram de produção, estão muito mal em campo (Juba, Cauly, Everaldo, Jean Lucas, Caio Alexandre...), no bagaço.
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Ficha Técnica
- O Vasco do treinador Rafael Paiva: Leo Jardim, Paulo Henrique, João Victor, Maicon e Piton; Mateus Carvalho, Galdames, Puma (Dominguez) e Payet (Sforza); Emerson Rodrigues e Rayan (Alex Teixeira).
- O Bahia de Rogério Ceni: Marcos Felipe, Árias, Gabriel Xavier, Kanu e Juba (Iago); Caio Alexandre (Acevedo), Jean Lucas (Ademir), Everton Ribeiro e Cauly (Ratão); Thaciano e Everaldo (Lucho Rodriguez).
- No apito, o paulista Rafael Claus. Caseiro.
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Na próxima rodada o Bahia recebe o São Paulo, na Fonte Nova, dia 5 de novembro.
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No outro jogo da noite, fechando a rodada 31, Cuiabá 0 x 1 Corínthians (o timão provisoriamente fora da zona).
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Le Balón d’Or
A Bola de Ouro, premiação de melhor jogador da temporada 2023/24 da revista France Football, ficou Rodri, meio-campista espanhol de 28 anos que atua no Manchester City. Pelo time venceu tudo na Inglaterra, a Champions League e o Mundial de Clubes, além da Copa Europa pela Seleção Espanhola. Recuperando-se de uma lesão de ligamentos no joelho, o atleta recebeu o troféu de muletas, das mãos do ex-atleta/centroavante Weah, único africano a receber uma Bola de Ouro.
A solenidade aconteceu no Theatre du Chatelet, em Paris, e a novidade foi a ausência dos atletas do Real Madrid, por orientação do clube, que no domingo levou 4 x 0 do Barcelona, no santuário do Santiago Bernabeu, e tinha como concorrentes ao prêmio maior da Bola de Ouro três atletas – Vini Jr, Bellingham e Carbajal; o quarto era Rodri, o premiado. Protesto dos madrilenhos ou vergonha pela goleada sofrida? Pegou mal, até porque o Real foi premiado como a melhor equipe da temporada e seu treinador Ancelotti, italiano de nascimento, escolhido como melhor treinador do mundo. Ausentes. Ficou feio.
Os premiados são escolhidos por votação de 100 jornalistas especializados do mundo. O critério é o futebol apenas, o desempenho dos atletas em campo e suas conquistas.
Muita chiadeira da brasileirada que apostava ficha em Vini Jr, por suas brilhantes atuações, aqui e ali, pelo Real Madrid; mas contra o avante brasileiro pesou muito, negativamente, suas fracas, decepcionantes atuações pela Seleção Brasileira, nas eliminatórias para o Mundial 2026 e, sobretudo, na Copa América disputada nos EUA.
Outros premiados: Lamine Yamal, 17 anos, do Barcelona, revelação, troféu Kopa; Melhor equipe feminina, Barcelona; Artilheiros, Mbappé e Kane, 52 gols cada; goleiro, Martinez da Argentina; jogadora, Aitana Bonmati, do Barcelona.
Quanto a Vini Jr, precisa focar mais na bola, parar de provocar e animar torcida, se dedicar um pouco mais com a camisas amarela. Tem talento, mas está muito longe de um Rivaldo, Ronaldinho, Ronaldão, Kaká. Não chega a um Robinho, tampouco um Neymar – em forma.