Brasil não tem mais chances de igualar a Tóquio e só pode conquistar mais 1 ouro
Tasso Franco , Salvador |
09/08/2024 às 19:02
Duda e Ana Patrícia
Foto: COB
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O Brasil conquistou seu terceiro ouro nesta sexta-feira, 9, no volei de praia com a dupla Ana Patrícia e Dura aos pés da Torrei Eiffel feito para nunca mais esquercer na vida. Na canoagem levou uma prata com Isaquias Queiroz e no atletismo um bronze com Piu nos 400 m com barreiras. Uma sexta feliz e que poderia ser ainda melhor se Isaquias tivesse conquistado o ouro e Piu a prata. O corredor brasileiro ficou com uma diferença de 2 segundos.
2. VOLEI DE PRAIA É OURO - O jogo foi difícil, mas Ana Patrícia e Duda não se amedrontaram. Depois de virar sobre as canadenses Brandie e Melissa no primeiro set, as brasileiras acabaram se desestruturando na segunda parcial, mas voltaram entrosadas no tie-break e conquistaram o ouro olímpico, com a vitória por 2 sets a 1 sobre as adversárias, com parciais de 26/24, 12/21 e 15/10. A dupla quebrou um jejum de 28 anos de ouro para o vôlei de praia feminino do Brasil.
3. As canadenses entraram em quadra confiantes, mostrando maior volume de jogo. Sem deixar a bola cair, Melissa e Brandie abriram seis pontos de vantagem: 8 a 2. Duda e Ana Patrícia cometeram alguns erros importantes, mas surpreenderam as adversárias quando conseguiram se acertar em quadra. Ana chegou a salvar uma bola com a cabeça, até a virada chegar em 18 a 17. O set se estendeu bastante, disputado ponto a ponto. A vitória veio com uma demonstração de talento de Duda, que passou de manchete e surpreendeu as adversárias em 26 a 24.
4. As canadenses voltaram à areia para o "tudo ou nada". Com constante troca de pontos entre as duplas, Melissa conseguiu crescer na partida com ótimas bolas de segunda. Com tranquilidade e se aproveitando do momento de instabilidade de Ana e Duda, abriram sete pontos de vantagem: 18 a 11, até fechar em 21 a 12.
5. PIU É BRONZE - Mais uma medalha para a coleção! O brasileiro Alison dos Santos, o “Piu”, conquistou a medalha de bronze na final dos 400m com barreiras nesta sexta-feira, 9, nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com tempo de 47s26, ele ficou em terceiro para repetir o desempenho em Tóquio 2020, garantindo sua segunda medalha olímpica de bronze na carreira.
6. Campeão olímpico, o americano Rai Benjamin foi o único a correr abaixo dos 47s no Stade de France, fechando em 46s46. O noruegês Kasper Warholm ficou com a prata, com 47s06, apenas 0s2 à frente de Alison. Na prática, foi um pódio muito similar ao de Tóquio, com Piu em terceiro e as duas primeiras posições invertidas.
7. "Foi mágico poder entrar num estádio lotado e ter aquela energia de todo mundo gritando. Todo mundo estava competindo, obviamente, tinha um francês na nossa prova, mas eles estavam vibrando, eles queriam ver algo bonito e acho que a gente conseguiu entregar isso.
8. A gente poder ter uma rivalidade muito amigável que a gente tem entre todos os atletas que estão correndo agora, porque a gente sabe que a gente não pode dar bobeira, tem que correr muito rápido. Estar conseguindo a medalha, tem que correr muito rápido pra estar no pódio e conseguir chegar aqui mais uma vez é maravilhoso, é mágico pra gente. Estou muito orgulhoso disso e agora só quero aproveitar e dividir essa conquista com todo mundo", disse Alison.
9. Alison havia se classificado à final com um "susto". Terceiro em sua bateria eliminatória na semifinal, o campeão mundial em Eugene 2022 precisou esperar os resultados dos rivais para confirmar que se classificaria à decisão em Paris pelo tempo. Com 47s05, ele se classificou com a quarta melhor marca geral.
10. O resultado coroa a superação de Piu não só sobre os dez obstáculos e os adversários na pista, mas também sobre os desafios fora dela. Em 2023, o jovem de 24 anos teve que superar uma grave lesão no menisco lateral do joelho direito. Ele passou por uma cirurgia, que marcou seu ciclo olímpico, em fevereiro de 2023
11. LUTA - A brasileira Giullia Penalber lutou muito e conquistou um resultado histórico para o Brasil no wrestling nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta sexta-feira (09), ela disputou a medalha de bronze na categoria até 57 kg, na Arena Champ de Mars, mas acabou superada pela chinesa Kexin Hong e terminou na quinta colocação. Ainda assim, Giullia assegurou o melhor resultado do Brasil na modalidade na história dos Jogos.
12. "É uma mistura de tristeza, por não ter conquistado a medalha, com o reconhecimento de que a trajetória até aqui foi muito dura, árdua. E que eu preciso ter gratidão por viver esse momento. Talvez não da forma que eu imaginaria, mas as coisas nunca são como a gente planeja. Se fosse assim, eu já teria sido campeã olímpica há uns oito anos. Hoje estou na minha melhor forma. A melhor Giulia que eu poderia apresentar foi a que eu apresentei hoje", disse Giulia, acrescentando:
13. "Estou triste por não ter trazido a medalha, mas penso que agora eu faço parte da história do wrestling brasileiro, e pude levar o esporte pra galera que ainda conhece (no Brasil) ou não é muito familiarizada. Que as pessoas possam conhecer esse esporte maravilhoso. Foi o melhor resultado, fico muito feliz porque nesse instante estou dando continuidade a um trabalho feito há muitos anos. Nesse caminho, estou abrindo portas para futuros medalhistas olímpicos do Brasil. É um ciclo do qual faço parte, e me sinto honrada por isso".
14. O combate do bronze já iniciou mostrando a dificuldade que Giullia iria enfrentar. A agressividade da chinesa se sobrepôs à tentativa da brasileira de controlar as ações. Mas Hong foi superior e conseguiu por diversas vezes atacar as pernas da brasileira. Os pontos foram se somando até acumularem 10 a 0 e a arbitragem encerrar o confronto por superioridade técnica. Giullia ganhou um desafio de vídeo e dois pontos foram descontados, mas na sequência a chinesa voltou a pontuar e acabou declarada vencedora.
15. Até então o melhor resultado brasileiro no wrestling olímpico havia sido o oitavo lugar de Rosângela Conceição na categoria até 72 kg em Pequim 2008. Giullia, aos 32 anos, tem destaque na modalidade: no ano passado, ela conquistou o segundo ouro da modalidade na história dos Jogos Pan-americanos ao vencer a disputa em Santiago 2023. Dona de sete medalhas em Campeonatos Pan-americanos, a brasileira foi a única representante do wrestling nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
16. BABI GINÁSTICA - Bárbara Domingos nem precisaria competir para confirmar a melhor campanha de uma brasileira no individual geral da ginástica rítmica. Mas o fez com afinco e muita graciosidade para somar 123.100 e conquistar um inédito 10º lugar, despedindo-se dos Jogos Olímpicos Paris 2024 com o melhor resultado do país na história da prova.
17. Babi foi apenas a quarta brasileira a se classificar para a prova em Jogos Olímpicos. A melhor marca até então era o 23º lugar de Natalia Gaudio na Rio 2016. Antes delas o país tinha sido representado no individual geral apenas por Rosane Favilla, em Los Angeles 1984, e Marta Cristian Schonhurst, em Barcelona 1992.
18. "Eu estou muito feliz com a competição. Eu acho que independente do resultado, de como foi a minha competição hoje, eu estou muito orgulhosa de mim mesma por estar entre as dez melhores do mundo. Foi o meu objetivo desde o ano passado, que eu tracei quando eu conquistei minha vaga no Mundial em Valência, foi estar entre as dez melhores. E eu sabia que era um pouco difícil, mas não impossível. E poder ter entrado hoje entre as dez melhores do mundo é algo surreal", disse Babi.
19. Oitava da classificatória, Babi foi sorteada dentre as 10 finalistas para abrir as rotações. Nos arcos, a brasileira deixou o elemento escapar em pelo menos três ocasiões, sendo muito visível justamente no último lançamento. Com a nota de execução bastante comprometida, recebeu 29.600 dos jurados, a 10ª nota na lista.