Brasil ainda luta por mais medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris
Tasso Franco , Salvador |
02/08/2024 às 18:41
Beatriz do judô, até agora, único ouro
Foto: COB
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O BRASIL melhorou sua posição no quadro de medalhas dos Jogos de Paris saindo da 30º posição para a 19º ainda bem abaixo do que conseguiu em Toquio (12º lugar e 21 medalhas sendo 7 de ouro) e até agora só conseguiu uma medalha de ouro com a judoca peso pesado acima de 78k Beatriz Souza. Um feito espetacular. Ainda há possibilidade real do Brasil mais algumas medalhas de ouro - no surf, no atletismo, na canoagem, quiça no volei, basquete e até no futebol feminino.
2. A seleção brasileira de futebol melhorou muito seu posicionamento em campo no último jogo e apesar da derrota para a Espanha o time mostrou uma defesa compacta e segura e mesmo com jogando com 10 jogadoras no segundo tempo e enfrentando as campeãs do mundo, o jogo foi duro. O Brasil vai pegar a França time muito forte. As brasileiras precisam tocar mais a bola e parar de cair e reclamar. Jogo é pauleira e é no estilo futebol europeu o juiz só marca falta se for bem violenta.
3. O basquete também está dando a volta por cima. De repente, pode conseguir um bronze. O ouro não diria que seja impossível, mas é improvável. No volei de praia quem sabe pode sair um ouro e na vela, esporte que temos poucas informações, também pode vir um ouro. No mais resta-nos Piu no atletismo e Izaquias na canoa.
4. JUDÔ É OURO - Beatriz Souza juntou-se a Aurélio Miguel, Rogério Sampaio, Sarah Menezes e Rafaela Silva no rol de gigantes campeões olímpicos do judô brasileiro. Com uma campanha memorável nesta sexta-feira, no Palais Éphemère da Arena Champs-de-Mars, a brasileira de 26 anos conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Paris 2024 na categoria pesado (acima de 78kg).
5. "O diferencial é manter a calma, porque ajudou, né? Todo mundo treina. A cabeça é o principal, e ela conseguiu ter o controle emocional. Ela conseguiu lutar direitinho, não desistiu da estratégia, foi até o fim. Então isso firmou, garantiu a medalha dela", disse Sarah Menezes.
6. Bia, já detentora de uma carreira repleta de conquistas, venceu quatro lutas para chegar ao tão sonhado ouro.
7. Bia estreou contra Izayana Marenco, da Nicarágua, e não teve dificuldade para avançar com um ippon. Na luta seguinte, válida pela quartas de final, encarou a sul-coreana Hayun Kim, medalhista de bronze no Campeonato Mundial deste ano.
8. Em um combate duríssimo, a brasileira conseguiu reverter uma entrada da asiática e aplicou um waza-ari para seguir na chave.
9. A semifinal prometia ser uma guerra. E foi. Contra a francesa Romaine Dicko, esperança de ouro local e número 1 do ranking mundial, Bia tinha retrospecto desfavorável.
10. Mas nem mesmo o apoio da torcida local a abalou. A paulista, dona de três medalhas em Mundiais sênior (uma prata e dois bronzes) fez uma luta sólida, dominou o combate e bateu a rival com uma imobilização que fez a europeia desistir.
11. "Eu consigo concentrar totalmente ali na luta, no meu momento. Eu estou focada em mim, no que eu quero fazer, no que eu sei fazer e, independente de quem está ali na minha frente, eu sei que eu estou preparada, sei que estava muito bem preparada pra isso. Focar só mesmo no técnico, ver o que a Sarinha estava falando, conseguir colocar ali em prática, fazer o ajuste que estava sendo necessário, mas eu realmente consigo, eu consigo bloquear toda a torcida", disse Bia.
12. No domingo, o Brasil já havia obtido uma prata, com Willian Lima (até 66kg), e um bronze, com Larissa Pimenta (até 52kg).
13. Na final, contra a israelense Raz Hershko, uma luta dominante definida com um waza-ari. Um ouro histórico. Um lugar para sempre no Olímpico.
14. VOLEI AVANÇA- Foi na última oportunidade, mas o Brasil passou de fase e está nas quartas de final do vôlei masculino nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta sexta-feira (02), a seleção masculina precisava vencer o Egito bem para se garantir na etapa eliminatória da competição. E assim o fez: 3 sets a 0 diante dos egípcios (parciais de 25/11, 25/13 e 25/16 ), na Arena Paris Sul, e classificação assegurada como terceiro colocado do grupo B.
15. A seleção brasileira estava pressionada para este confronto, pois carregava o favoritismo diante dos egípcios e precisava vencer o jogo em sets diretos (ou perder somente um) para assegurar a classificação sem precisar fazer muitas contas. A vitória tranquila garantiu o Brasil como um dos melhores terceiros colocados da competição. Agora os brasileiros esperam a definição da rodada para saber quem enfrentam nas quartas de final.
16. "Querendo ou não, o importante hoje era classificar. E a gente estava em um grupo que não era simples a classificação. A gente mostrou que a equipe pode bater de frente com qualquer um. O mais importante e que já conversamos é sobre como nós vamos impor o nosso jogo. Os detalhes são pouquíssimos que vão fazer a diferença entre a vitória e a derrota. Fico feliz e orgulhoso pelo que mostramos nessa primeira fase", disse Bruninho, capitão da equipe.
17. A novidade nesta sexta-feira foi o retorno do oposto Alan ao elenco. Ele se recuperou de uma lesão na panturrilha e fez sua estreia nestes Jogos Olímpicos, entrando na inversão do 5 e 1. Já o destaque geral da partida foi o irmão de Alan, Darlan, que terminou como maior pontuador, com 15 pontos marcados.
18. BASQUETE MELHORA - Os desafios da seleção brasileira de basquete para passar de fase nos Jogos Olímpicos Paris 2024 não eram nada fáceis na manhã desta sexta-feira (2). Sem vitórias após as duas primeiras partidas pelo Grupo B do torneio, o Brasil precisava derrotar o Japão por um placar elevado e ainda torcer por outros resultados favoráveis para pegar uma vaga nas quartas de final. O time se saiu bem na primeira parte que lhe coube e a Grécia ajudou, garantindo a classificação às quartas de final.
19. Com uma apresentação poderosa do pivô Bruno Caboclo, cestinha da partida com 33 pontos, o Brasil derrotou o Japão por 102 a 84 no Estádio Pierre Mauroy, em Lille. Agora, a delegação retorna a Paris, onde será disputada a fase final do torneio.
20. Na difícil partida contra o Japão, que mostrou grande eficiência em sua principal arma, os arremessos de três pontos, o Brasil adotou o antídoto inverso, os 2,08m do pivô Bruno Caboclo. Dentro do garrafão, Caboclo foi soberano. Além dos 33 pontos, o atleta pegou 17 rebotes.
21. “Hoje nós jogamos muito bem. O Japão tem uma equipe bem talentosa e chutou muito dos três. Mas jogamos de forma inteligente, sem diminuir o ritmo porque a gente precisava tirar bastante saldo de pontos. Fizemos um bom trabalho”, disse o pivô do Partizan, um dos mais tradicionais clubes da Sérvia.
22. Esta é a 14ª vez que o Brasil disputa o torneio olímpico no basquete masculino. Bruno Caboclo está em sua primeira participação, mas já aprendeu o que é representar o basquete brasileiro no maior evento do mundo. “Quando você é um atleta você está sempre longe da sua família. E quando estamos na seleção parece que estamos em família. Me dá até um sentimento difícil de explicar. Jogar uma Olimpíada é o sonho de todo atleta, esse é o maior palco do esporte. Sei que essa pode ser uma oportunidade única”, afirmou o paulista.
23. Em um grupo difícil com os donos da casa e os atuais campeões mundiais, o Brasil sofreu duas derrotas nas duas primeiras partidas. Na estreia a equipe brasileira foi superada pelos franceses, que venceram com um placar de 78 a 66. Na segunda rodada, após começar muito bem a partida, outra derrota, agora para a Alemanha, por 86 a 73.
24. ATLETISMO - No primeiro dia de provas do atletismo nos Jogos Olímpicos Paris 2024, a brasileira Valdileia Martins voou alto e se classificou para a final da prova do salto em altura. Diante de um Stade de France completamente lotado, nesta sexta-feira (2), Valdileia saltou 1,92m, igualou o recorde brasileiro (e sua marca pessoal), e se credenciou para a decisão, entre as 13 finalistas.
25. Na prova, porém, Valdileia sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo quando tentava a marca de 1,95m e sua presença na final, que será disputada no próximo domingo (4), se tornou incerta.
26. O Time Brasil esteve na disputa em outras provas do atletismo nesta sexta-feira. Nos 800m, Flávia Maria de Lima não avançou diretamente para as semifinais, mas fez o tempo de 2:00:73, sua melhor marca do ano, e foi para a repescagem. Neste sábado, 03/08, Flávia tem nova chance de avançar de fase.
27. “Voltando amanhã (sábado), confiante. Até para buscar melhorar essa marca, isso é muito importante. É claro que semifinais é o que todas querem, e eu vou tentar estar lá”, disse Flávia.
28. José Fernando Ferreira, o Balotelli, disputou cinco das dez provas do decatlo: 100m, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400m. No somatório geral das provas, Ferreira tem 4.148 pontos, e ocupa a 17ª colocação geral. O brasileiro ainda vai disputar os 110m com barreiras, o lançamento do disco, o salto com vara, o lançamento do dardo e os 1.500m.
29. “Entreguei o meu melhor hoje, fiz boas marcas nos 100m e nos 400m. Vou descansar agora para dar tudo nas provas seguintes”, comentou o decatleta, que volta à ação também neste sábado, 03/08, para a disputa das cinco provas finais.
30. No lançamento do disco, Izabela Rodrigues, com 61,21m, e Andressa de Morais, com 59,43m, não conseguiram avançar nas eliminatórias. Elas chegaram, respectivamente, na 17ª e 26ª posições.
31. Nos 100m feminino, as duas representantes do país não chegaram às semifinais. Com o tempo de 12.02, Vitória Rosa foi a 68ª colocada, enquanto Ana Carolina Azevedo, com 11.32, ficou na 35ª colocação.
“Na saída, a nigeriana queimou, e, no segundo tiro, fiquei um pouco insegura em queimar. Fiz minha prova, o que deu, mas infelizmente não entrei na semifinal”, disse Ana Carolina, após a prova.
32. Por fim, no salto triplo, Gabriele Santos, com 13.63, também parou nas eliminatórias, terminando a prova na 26ª colocação, assim como Wellington Moraes, do arremesso do peso, que queimou suas tentativas e não avançou.
33. BOXE - Não foi nada fácil, mas Jucielen Romeu (57kg) soube usar as lições que aprendeu durante o ciclo olímpico para avançar para as quartas-de-final em Paris 2024. Diferentemente do que aconteceu em Tóquio 2020, há três anos, a lutadora de Rio Claro (SP) ouviu muito bem as orientações do corner, especialmente do treinador-chefe Mateus Alves, e usou a experiência adquirida na última Olimpíada para abrir pequena vantagem no último round. Vitória por 4 a 1, com ajuda de uma "bendita" água.
34. “Mateus falou: empatou a luta, você apagou no round, se continuar assim você vai perder a luta. Tem que ir para frente, tem que soltar golpe, com raiva. Bem enérgico ali, bravo. E jogou água em mim, que é uma coisa que eu odeio! Acho que isso ajudou a me dar um pouco de raiva e foi isso que eu fiz, fui buscar com toda minha raiva para não sair com a derrota”, contou.
35. A luta foi muito equilibrada. No primeiro round, três juízes deram vitória para Juci e dois para Alyssa. No segundo, quatro juízes deram a vitória para a norte-americana, deixando a luta empatada, com notas iguais de 3 juízes. A brasileira precisava atacar mais, como avisado pelo treinador. Juci não se intimidou e conseguiu conectar os golpes para vencer o terceiro por unanimidade: 5 a 0 na parcial e 4 a 1 na luta.
36. “(O que fez a diferença foi) A experiência, ouvir meus técnicos e fazer aquilo que eles pediram. E ter condições de fazer isso. Ter treinado. Foi preciso parar e mostrar que eu queria, soltar golpes duros. Isso fez a diferença. Eu treinei também várias ocasiões de luta. Acho que esse é o diferencial. Se preparar para tudo”, disse.
37. de conquistar o ouro nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023 e nos Jogos Sul-americanos Assunção 2022, ela não queria reviver a experiência de cair no primeiro combate nos Jogos Olímpicos.
38. “A sensação é muito boa. De alívio. Eu falei para mim mesma que não ia sofrer a dor de uma derrota na primeira luta de novo. É muito sofrido. Foi nisso que me agarrei. Não queria sair de cabeça baixa e triste. Botei no coração, na ponta da luva e fui buscar”, completou.
39. Nas quartas-de-final, Juci enfrenta Esra Kahraman, da Turquia, no próximo domingo, 04, às 6h16 da manhã.