Esporte

O MENINO QUE DERROTOU A SELEÇÃO DA FRANÇA COM GONÇALO DE CANHOTA

O comentário é do jornalista espanhol José Luis Hurtado do jornal esportivo Marca
Jos´pe Luis Hurtado , da redação em Salvador | 09/07/2024 às 18:59
Lamine Yamal, 16 anod
Foto: REP
   (Por José Luis Huirtado, Marca) A seleção da ilusão, a do reencontro com a torcida, dá mais um passo em direção ao paraíso que o espera no domingo. Diante de uma seleção de estrelas mundiais ele opôs personalidade, audácia e sofrimento. O rival não importa. Quatro minutos de bruxos derrubaram a França. Lamine Yamal marcou um gol impróprio para um jovem de 16 anos, Dani Olmo finalizou a reviravolta e então chegou a hora de construir uma fortaleza.

O futebol é um dos escolhidos e a Espanha tem um, Lamine Yamal, um gênio por reencontrar a Espanha quando a França tinha o placar no bolso. É o triunfo de um grupo que chegou à Alemanha sem fazer barulho. A França usou o truque psicológico de usar Mbappé sem máscara. Jesús Navas fez dupla com ele, cujo cartão amarelo logo causou um ataque de pânico.

Na primeira que Mbappé fez, colocou uma bola de ouro na cabeça de Kolo Muani para abrir o placar. A França havia levado o jogo ao seu paraíso, um gol a favor e o time recuando à espera de um erro.

A resposta espanhola

As respostas vieram do atrevimento insultuoso de jovens de 16 anos. Lamine Yamal controlou fora da área e chutou com o pé esquerdo no canto superior. Fez isso diante de Rabiot, aquele que teve a bravata no anterior ao pedir ao canhoto que fizesse mais. Munique, semifinal da Eurocopa, França como rival e 9 de julho. Gosto de fazer camisetas.


g>A Espanha não conhece a palavra timidez. Na inércia de um gol de boca aberta, Dani Olmo controlou dentro da área, livrou-se de Tchouaméni, empalou com o pé direito e Koundé tocou antes de entrar no covil de Maignan.

Há algum tempo a seleção espanhola deu uma mordida na pedra, equipe patrocinada pelo Ministério da Defesa. Esta França nada tem a ver com aquela que seduziu nos anos 80, em que no centro do campo, ao lado do imperador Platini, oficiavam Tigana, Giresse, Luis Fernández ou Genghini. Agora, com Kanté e Tchouaméni, o ginásio triunfa.

Havia os Alpes, os Pirenéus e todo o tempo que tinha pela frente. A Espanha mostrou uma eficiência letal na qual quase não apresentava falhas. Aos poucos, centímetro a centímetro, a França assumiu o controle da partida, embora sem criar chances claras. A bola chegava via de regra a Mbappé e Dembéle, dois dribladores finitos do clube.

A Espanha teve que lidar com uma partida pouco natural, como jogar Wimbledon no cimento. Deschamps procurou no banco uma troca tripla com Griezmann, Camavinga e Barcola. O corpo de Navas disse basta, Vivian entrou e Nacho foi para a direita. Como último recurso, a França recorreu a Giroud, um Füllkrug francês, à espera de cabecear.

Maignan estava muito longe. Para a Espanha permaneceu um exercício de resistência. Laporte deixou meia partição na colisão com Giroud. Cada jogada foi disputada com lança-chamas enquanto a França enviava drones sobre a área. Lamine Yamal cometeu uma falta aos 90 minutos para impedir uma jogada perigosa. Uma decisão monumental. A Espanha toca o céu com os dedos. O quarto está à vista.