Um ano depois da morte do Rei, nossa seleção brasileira (com minúsculas) está no bagaço, com há muito não se via.
ZedeJesusBarreto , Salvador |
31/12/2023 às 11:19
Pelé
Foto: CBF
Dia 29 fez um ano da morte do cidadão brasileiro Édson Arantes do Nascimento, o ser que nos permitiu a ventura de ver uma entidade chamada Pelé, mundialmente louvada. Pelé, com sua arte, elevou a Seleção Brasileira e o time do Santos a um patamar de nuvens, jamais visto. Mas...
Um ano depois da morte do Rei, nossa seleção brasileira (com minúsculas) está no bagaço, com há muito não se via. Derrotas seguidas, até para seleções menores – da África, da Sulamérica -, despencou no ranking da FIFA (está em 5º ou 6º lugar), tem à frente um treinador interino que ainda não encontrou um time e um jeito de jogar competitivo, é produto (negócio) de uma entidade/a tal CBF, hoje acéfala, e, pior, um time sem craques, sem perspectivas de futuro.
Temos uma selecinha não uma seleção. Alguém sabe escalar a atual seleção brasileira?
Outra, aquela farseta, marqueteira e enganadora de trazer o vitorioso treinador italiano Ancelotti para dirigir o escrete... já era. O técnico europeu, um supercampeão, renovou contrato com o Real Madrid, onde manda e desmanda e tem um elenco de verdadeira seleção mundial em mãos. Podem buscar outro nome. E urgente, porque em junho temos a Copa América, que será disputada em gramados dos EUA.
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Para amargura ainda maior do nosso Eterno Rei, hoje no além, o Santos – time que o projetou e no qual jogou magistralmente por quase 20 anos seguidos – amarga hoje uma segundona, caiu para a Série B, coisa que nunca tinha acontecido na sua gloriosa história. O Negão, que não gostava de perder nem nos treinos, deve estar penando, chorando lá de cima pelo seu Santos, decaído.
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Tudo isso, repito, é fruto do nosso atraso. Global. Também no futebol.
Antigamente os europeus babavam nos vendo jogar, com Garrincha, Pelé, Didi, Gerson, Tostão, Rivelino, Ronaldos, Romário, Rivaldo ... Hoje tentamos grosseira e miseravelmente copiar o estilo europeu de jogo. Abdicamos do jeito brasileiro de jogar.
Perdemos o encanto do drible, da jogada inusitada, da ousadia, da molequeira até, diria. Esquecemos nossa identidade. Em campo, fugimos do corpo-a-corpo, perdemos aquela intimidade com a bola.
Acabaram com a várzea, os campinhos de barro e lama onde os meninos aprendiam a dominar a bola que quicava muito, enfrentavam o corpo a corpo, tinham contato com a pelota todo tempo, o que nos dava habilidade e forjava o aprimoramento da técnica individual. Hoje, chuteirinha de seda, bolinha leve, gramado de plástico, camisa vistosa, cabelinho da moda, e no gramado sintético amplo aquele ensaio burocrático, o totó, não se brinca de bola, a criatividade foi tolhida ...
Mal um guri se destaca, mais habilidoso, ainda saindo dos cueiros, já tem empresário astuto e a cabecinha está nos milhões dos clubes europeus, na fama. O menino não quer mais jogar bola pelo prazer, a gana do jogo, mas visa a grana, o contrato no exterior, quer ser celebridade, tatuar o corpo inteiro, fazer sobrancelhas, aderir a alguma causa ‘politicamente correta’ e... sair pro abraço.
Bolinha murcha.
Desde 2002 não vencemos uma copa. Os títulos mundiais de clubes os europeus papam todos. Os africanos estão nos passando e os árabes vêm aí.
Deixo o desafio: apontem-se hoje um jogador brasileiro, jogando aqui ou lá na Europa, que possa fazer a diferença, elevar o nível e por novamente a nossa seleção no patamar de uma equipe pentacampeã mundial. Quem? Vini Jr? Ora, esse não amarrava a chuteira de um Marito, um Jésum, um Osni... tá sabendo?
Não me venham de Neymar, carvão molhado, não acende mais.
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Um Feliz 2024. Que volte a reinar a Paz no mundo.
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Lembro, concluindo, que o Bahia foi criado, como um time de futebol, em 1º de janeiro de 1931. Muita história, 50 títulos estaduais e dois títulos nacionais (1959 e 1988).
Hoje, é o Bahia SAF/City. Outro babado. Uma nova história a ser escrita, pois.