Seleção renovada e sem treinamento perdeu por 2x1 em Tanger
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
26/03/2023 às 10:14
Marrocos 2x1 Brasil
Foto: Rafael Ribeiro CBF
Aquele mesmo surpreendente e insinuante Marrocos que chegou às semifinais no Catar; marcando duro, jogando sério, objetivo, aplicado, acreditando, fazendo história. Diante de sua fanática torcida, estádio cheio, encarou de igual para igual o ‘renovado’ time brasileiro e foi mais competente. Venceu por 2 x1, com justiça, porque foi coletivamente superior e soube aproveitar os vacilos do adversário.
O Brasil, com treinador interino e uma equipe nova, desentrosada, muitos estreantes com a camiseta amarela, sentiu falta do brilho de algumas ‘estrelas’, como Vini Jr, Rodrigo, Paquetá, Casemiro, Anthony... Além disso, sofreu gols em razão de uma defesa com laterais sofríveis (Royal e Teles)e um miolo de zaga que nunca jogou junto (Militão e Ibañez). Sem culpas, pois, o treinador Ramon, nem teve tempo para treinar direito o grupo.
Temos muito caminho pela frente até que possamos montar um novo time mais competitivo e com talentos que decidam. Estamos bem longe disso, foi o que nos mostrou esse amistoso.
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Em Tanger, norte d’África
- Mais de 75 mil presentes nas arquibancadas do Estádio Ibn Batouta, iluminação ruim, palco do amistoso histórico – o primeiro das seleções do Brasil e de Marrocos depois da Copa do Mundo do Catar, quando o Brasil foi eliminado pela Croácia nas quartas de final e Marrocos, semifinalista, foi considerada a sensação e grande surpresa da competição.
- Um clima de festa no estádio, mais ainda pelo fim do Ramadã, o mês agrado do Islão, religião da absoluta maioria de marroquinos. Findo o jejum obrigatório e a contrição, ao pôr do sol, comida e festejos liberados no estádio.16 graus, tempo limpo.
- O futebol é o esporte popular, torcida fanática, uma seleção com atletas rodados, a maioria jogando no exterior, no futebol europeu, logo ali, do outro lado do estreito de mar que separa o norte do continente africano do sul da Europa. Do litoral de Marrocos quase se vê o sul da Espanha e Portugal.
- A seleção da casa de camisetas vermelhas com detalhes verde e o Brasil com sua ‘canarinho’.
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Com bola rolando...
A partida começou pegada, as duas equipes marcando forte e desde o campo adversário. Parelho.
- Aos 12’, Roni teve aprimeira chance; aos 22’, a resposta marroquina com chute perigoso de Mazraoui, assustando Wéverton; aos 24’, após uma saída em falso da defensiva africana, Roni e Rodrygo finalizaram mas o goleirão Bounou salvou. Ficou animado, lá e cá.
- Olhe o VAR! Aos 25’, depois de uma ratada do goleiro Bounou, Vini Jr pegou a sobra e mandou pras redes, mas o bandeira pegou impedimento do avante brasileiro; a arbitragem chegou pelo VAR e anulou o tento. Daí, na sequência...
- Gol! 1 x 0 Marrocos. A defensiva brasileira toda desarrumada, contragolpe pela esquerda, Royal trombou e ficou na rua, Boufal recebeu pelo meio, girou em cima de Casemiro e bateu de frente, acertando o canto, rasteiro. Aos 28’.
- Aos 34’, Rodrygo recebeu passe de cabeça de Roni, livre na marca do pênalti, mas bateu de primeira, por cima, perdendo a chance do empate. Aos 36’, a resposta, pela direita, em cima de Alex Teles, Ziyech chutou colocado, Wéverton ‘tirou’ com os olhos. Aos 40’, Vini Jr arriscou de longe, pelo alto, encobrindo o goleiro e a trave.
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Muito equilíbrio na primeira etapa, até criamos mais, porém os marroquinos, mais bem entrosados, souberam aproveitar um vacilo da defensiva brasileira e desceram para o intervalo com a vantagem no placar, 1 x 0. Nenhum clima de amistoso, a pegada foi forte.
Cadê Vini Jr, Paquetá? Nossos laterais falharam na marcação e nada criaram. Faltam inteligência e rapidez ao nosso meio campo. Marrocos mais coletivo, com apetite.
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No retorno...
- Logo aos 2 minutos, uma chicotada bonita de Rodrygo, da meia lua, a espalmada de Bounou a escanteio. O Brasil voltou mais avançado, buscando o empate. Os africanos com a mesma pegada dura, bem arrumados e perigosos nos contragolpes. Aos 8’, uma bomba de Ounahi de fora da área, Wéverton rebateu com esforço, salvando o segundo. Aos 12’, tentativas de Rodrygo e Roni, Bounou trabalhou bem.
- Vini Jr, muito marcado, mas já aparecendo mais pro jogo. Aos 14’, depois de um escanteio, Paquetá desperdiçou a sobra. O Brasil bem mais agudo. Aos 15’, Paquetá tentou pegar de primeira um lançamento da esquerda de Vini Jr, livre na área, mas furou feio.
- Gol! 1 x 1 Brasil! Casemiro, aos 21’. Um chute forte, de longe, rasteiro, o goleirão aceitou, papou um frangaço. O empate, enfim.
Aos 27’, algumas torres de iluminação pifaram e a arbitragem paralisou a partida. Com as substituições, Paquetá e Casemiro postaram-se mais na marcação, Rafael Veiga puxando os contragolpes, Anthony aberto na direita e o garoto Vitor Roque enfiado, espetado entre os zagueiros marroquinos. Substituições também na seleção africana. E o jogo recomeçou, mesmo com luz de boate.
O Brasil era melhor, tinha mais posse de bola, atacava mais na segunda etapa. Mas...
- Gol! 2 x 1 Marrocos, aos 33 minutos, Sabiri, pegando uma sobra na linha da pequena área, depois de uma bola alçada da esquerda e vacilo de Royal, de Militão, ninguém cortou e a bola restou na praia... o chute saiu, cara a cara, sem defesa.
- Aos 40’, Ramon Lançou Yuri Alberto, centroavante, no lugar de Paquetá, que pouco criou. Dois centroavantes enfiados, pois, tentando evitar a derrota. Nada aconteceu. Marrocos fechadinho, tocando bola e só arriscando nas pontadas em contragolpes velozes.
A palavra é renovação, busca de novos talentos.
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- O treinador interino Ramon Menezes escalou: Wéverton, Emerson Royal, Militão, Ibañez e Alex Teles; Casemiro, Andrey (Rafael Veiga) e Paquetá (Yuri Alberto); Rodrygo (Vitor Roque, 18 anos) , Rony (Anthony) e Vini Jr.
- O Marrocos do treinador Regragui : Bounou, Hakimi, Aguerd, Saiss e Mazraoui; Amrrabal, Ounahi, Khannous; Ziyech, Nesyrl e Boufal. (Attiat Allah, Sabiri, Louza, Cheddira, Ezzaluzzi)
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Finais do Baianão 2023
Neste domingo, dia 26, às 16h, a primeiro confronto final pela disputa do título de Campeão Baiano – Jacuipense x Bahia, em Riachão do Jacuípe.
O Tricolor em busca de seu 50º título estadual e o Jacuipense pelo segundo ano seguido em busca da Taça, inédita e histórica.
A partida de volta, da entrega do troféu de campeão, será na Fonte Nova, domingo seguinte, dia 2 de abril, 16h.
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