Resultado justo, o Tricolor foi melhor no jogo, os dois tempos.
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
18/03/2023 às 18:47
Jacaré e Everaldo comemoram
Foto: Felipe OLiveira ECB
O Tricolor enfim venceu e convenceu, detonou o Itabuna na semifinal e vai disputar o titulo de campeão baiano com o vencedor do duelo Jacuipense x Juazeirense, que acontece neste domingo em Riachão do Jacuípe. A torcida que compareceu e acreditou na reação da equipe saiu contente da Fonte, já apostando no título.
O Itabuna acreditava poder dificultar, lutou, marcou duro, catimbou, mas foi muito pouco ofensivo, o goleiro do Bahia teve pouco trabalho, a defesa deu conta do recado. O primeiro tempo, a despeito do domínio do time da casa, teve um placar magro (1 x 0) com gol pênalti mal marcado pela arbitragem – a auxiliar teria visto bola desviar na mão do defensor itabunense. O segundo tempo foi inteiro do Tricolor e a goleada poderia ter sido maior, pelas chances criadas e desperdiçadas.
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Na Fonte Nova
- Tarde de sábado nublada, ameaça de chuvas, quase outono, arquibancadas com um público bem menor que o almejado, até por conta do estado d’alma do torcedor protestando, injuriado com as atuações da equipe tricolor. Teve até manifestação de torcidas uniformizadas na chegada do elenco à Fonte Nova, cobrando time e responsa.
- Bom lembrar que o Bahia levou uma goleada (4 x 0), atuando com um time mistão, e 1 x 0 no primeiro confronto da semifinal, ambos os jogos em Camacã, mando de campo do Itabuna. O Tricolor tem 49 títulos estaduais; o Itabuna disputou uma final em 1970, contra o mesmo Bahia.
- Gramado bem molhado, rápido. O Bahia com seu padrão um de uniforme – camisetas brancas, calções azuis. O Itabuna de camisetas em azul e calções brancos.
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Com bola rolando
- O Itabuna mostrando-se, desde o início, disposto a encardir o jogo, pegando duro, correndo e catimbando, encenando, querendo fazer valer a vantagem no placar (1 x 0 em Camacã) a todo custo. O Tricolor impondo ritmo, buscando amassar o adversário.
- Aos 6’, Jacaré ficou de cara com o goleiro Thiago, que abafou. Aos 9’, Biel fez boa jogada de fundo pela esquerda, cruzou e Jacaré, do lado oposto, bateu no gol; o zagueiro desviou rente à trave e a bandeira (auxiliar de linha) viu pênalti, enxergou bola desviada na mão do defensor. Teria sido? Sem VAR, valeu a decisão da arbitragem.
- Gol! 1 x 0 Bahia, aos 13’ (quase cinco minutos de paralização, muita cangancha, até a cobrança). Everaldo bateu com calma, no canto, rasteira, abrindo o placar.
- Depois do gol, como era de se esperar, o Itabuna passou a jogar. Mesmo sem pressa, saiu pro jogo. Aos 25’, Flavinho bateu falta das proximidades da área, buscando o ângulo, assustando Marcos Felipe. Mais equilíbrio.
- Aos 33’, outra boa investida pela esquerda entre Biel e Chavez, cruzamento rasteiro, bola atravessando a pequena área itabunense, ninguém chegou pra empurrar. Aos 34’, passe de Chavez, Cauly ficou de frente, livre, o chute desviou na zaga, escanteio. Aos 41’, gol anulado de Biel, impedimento de Everaldo no lance. Aos 50’, numa cobrança de falta ensaiada, Jacaré disparou forte, o goleiro deu rebote... cadê o centroavante?
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- O Bahia foi mais propositivo e teve maior volume de jogo, dominou as ações, mas o placar de 1 x 0 não definia nada. O treinador Renato Paiva optou por três zagueiros (Rezende mais recuado pela esquerda), dois alas – Jacaré e Chavez, tentando surpreender atacando pelos lados. Deu certo. O Itabuna veio claramente determinado a administrar a vantagem, melar o jogo, e até incomodou um pouco depois de levar o gol, mas o goleiro continuou fazendo cera, ganhando tempo, apostando numa decisão por pênaltis.
Arbitragem fraquíssima, sem pulso, sem autoridade, invertendo faltas, envolvido, confuso na marcação da penalidade, que não foi clara. A bola bateu no bico da chuteira de Elivelton, a tevê mostrou que não tocou no braço. Teria o árbitro marcado pênalti no carrinho de Deivinho em Biel, faltoso, na origem do lance, no cruzamento da esquerda? Jogo truncado, faltoso e com muitas simulações.
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Sergio Araújo lançou Joadson e tirou Flavinho no intervalo, reforçando mais a marcação no meio campo para a segunda etapa, nada adiantou. O torcedor do Bahia querendo, cobrando, precisando de mais um gol. Um recomeço com a mesma pegada, o Tricolor mais na frente.
- Gol! 2 x 0, Bahia, aos 6 min. Jogada ensaiada, numa falta pela esquerda. Toque de Jacaré, o cruzamento perfeito de Chavez, cabeçada de Marcos Victor para o meio, a testada fatal de Cauly.
- Gol! 3 x 0 Bahia, Everaldo, aos 10 minutos. Jogada de cinema de Biel, pela direita, deixando o marcador sentado, cruzando rasteiro, na conta para Everaldo escorar na pequena área, mesmo trombando com a bola.
- Jacaré, de falta, aos 13’, o goleiro espalmou no canto. Aos 26’, bom cruzamento de chavez, Everaldo e Jacaré e Cauly tentaram, mas goleiro ficou com a sobra.
- Aos 28’, o árbitro inventou um pênalti em favor do Itabuna, certamente compensando o erro do pênalti em favor do Bahia no primeiro tempo. Danielzinho (fala demais e joga pouco) reclamou e foi expulso. O Bahia ficou com um atleta a menos em campo.
- Gol! 3 x 1, Itabuna, Cesinha, o artilheiro do campeonato, bateu bem deslocando o goleiro, diminuindo, aos 30’.
Renato Paiva lançou o apoiador Diego Rosa, saiu o centroavante Everaldo. Aos 34’, depois de mais uma falta dura, o apoiador Hebert, do Itabuna, foi também expulso. Ambas as equipes com 10 atletas em campo.
- Gol! 4 x 1, Bahia, Cauly, aos 40 min. Lançamento precioso de Acevedo, nas costas da zaga, o meia entrou livre e tirou do goleiro, definindo a classificação do Tricolor.
Aos 44’ Goulart não soube completar o bom cruzamento de Matheus Bahia, da esquerda. Ao 46’, noutra jogada idêntica de Matheus Bahia, novamente Goulart perdeu, desperdiçou.
Resultado justo, o Tricolor foi melhor no jogo, os dois tempos.
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Destaques
- Biel, disparado, desequilibrou. Bom jogo de Jacaré, de Chavez (enfim), Acevedo e Cauly. Everaldo, pelos dois gols, um de pênalti.
- Um Itabuna mais preocupado em melar o jogo do que jogar bola; não deu certo.
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Escalações
- Bahia: M. Felipe, Jacaré, Marcos Vitor, Gabriel Xavier (Kanu) e Chavez (Matheus Bahia); Acevedo, Rezende, Daniel (expulso) e Cauly; Everaldo (Diego Rosa) e Biel (Goulart). Treinador, Renato Paiva.
- O Itabuna escalado por Sérgio Araújo; Thiago, Deivinho (Luis Felipe), Jan Pieter, Lucimário e Elivelton; Hebert (expulso), Matheus, Alex Sander; Hítalo (Caíque), Cesinha, Flavinho.
Arbitragem: Bruno Pereira Vasconcelos. Fraquíssimo. Errou na marcação dos dois pênaltis, um pra cada lado, inverteu faltas, não teve autoridade, foi envolvido pelos jogadores, mostrou-se inseguro, indeciso.
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Neste domingo, 16h, em Riachão do Jacuípe, a segunda semifinal: Jacuipense recebe a Juazeirense. Jacupa venceu a primeira (1 x 0) em Juazeiro, no Adauto Moraes.