ZédeJesusBarrêto comenta que foi uma vergonha, desastre total
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
23/02/2023 às 10:01
Técnico do Bahia, Renato Paiva
Foto: ECB
Um desastre total, uma vergonha. Um Bahia imaturo, despreparado, fisicamente batido, sem saber jogar num gramado pesado, errando demais na marcação de meio campo e na zaga foi massacrado no gramado encharcado da Ilha do Retiro pelo Sport do Recife – 6 x 0, sem direito a chororô. Goleada histórica!
Só deu o Leão da Ilha e o tricolor parecia ressaqueado do ‘carnaval das muquiranas’ em campo. Gramado, arbitragem, uma expulsão bem cedo... nada justifica uma atuação tão medíocre, tantos erros individuais e coletivos, tanto despreparo. E há também a falta de leitura ou leitura errada do treinador português Renato Paiva que parece desconhecer o que é a Ilha do Retiro, ainda mais chovendo, e o que e como joga o Sport, sobretudo contra o Bahia. Ninguém contou pra ele.
Renato Paiva tem muito a explicar e trabalhar, repensar, reformular ... Ênderson Moreira, vingativo, lavou a alma, de cócoras.
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Na Ilha do Retiro
- Muita chuva no Recife, noite de quarta-feira de cinzas, campo pesado, gramado com poças d’água, nas arquibancadas um público muito abaixo do que o clássico nordestino merece (seis mil presentes). Rivalidade histórica. Desde 2010 o Bahia não ganha do Sport em Recife.
- O Bahia de camisetas brancas, o Sport, Leão da Ilha, com seu vermelho e preto tradicional. O Sport, diga-se, está na série B.
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Com bola rolando ...
- O Sport em casa, bem mais acostumado com as condições enlameadas do relvado, que prejudica o toque de bola no chão e pede mais chutões e corpo-a-corpo. O Leão da Ilha melhor, mais ligado, mais rodado e adaptado, pondo pressão desde o começo, explorando velocidade, passes esticados e cruzamentos perigosos na área baiana. Aos 9’, Marcos Felipe salvou um chute de frente, evitando a abertura do placar. Só dava Sport.
Para piorar bastante, Ryan perdeu uma bola que estava dominada, atrapalhou-se, apanhou do gramado, na frente da grande área, cometeu falta e o árbitro, muito pressionado e rigoroso, expulsou o lateral do Tricolor. Ryan não era o último homem, tinha cobertura chegando. O Bahia, dominado, e com um atleta a menos desde os 15 minutos.
- Gol! 1 x 0 Sport. Na cobrança da falta, Juba bateu por baixo, pelo lado da barreira, acertando o canto de M Felipe, que não chegou nela. Aos 17 minutos.
Aos 19’, nova falta perigosíssima, na linha na grande área, colada na meia lua da defensiva baiana. Mais cartões amarelos (cinco amarelos para os baianos, mais um vermelho), os jogadores com nervos à flor da pele, depois da expulsão, a arbitragem bem caseira, os jogadores do Sport fazendo pressão total sobre o árbitro, marcando o jogo. Aos 23’, falta cobrada, a bola resvalou na barreira e a arbitragem, sob pressão, acenos do bandeira, sem VAR, marcou pênalti – a bola teria batido no braço do atleta que estava na barreira. Noitada horrível!
- Gol! 2 x 0 Sport, Juba! Cobrou bem o pênalti, rasteirinho, no canto, forte. O goleiro foi e não achou. Aos 25 minutos.
Pintando goleada, porque o Bahia não entrou no jogo, um descontrole emocional absurdo. Só o Leão da Ilha jogava.
- Gol! 3 x 0 Jorginho, aos 36’. Juba cruzou da esquerda, a zaga parou, o goleiro não saiu e Jorginho chegou antes, driblou o goleiro e fez como quis.
O Sport ganha todas as divididas, o corpo-a-corpo, os rebotes, vence na velocidade, domínio total. E o Bahia errando passes, atrapalhando-se com a bola, sem leitura das condições de jogo e do gramado. Aos 46’, um foguete de longe de Matheus Bahia; errou o alvo, mas foi a jogada mais perigosa do Tricolor no primeiro tempo. Desastroso.
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Nos vestiários, Paiva trocou três, fôlego novo: Biel, Mugni e David Duarte em campo (saíram Raul Gustavo, com cartão amarelo, Acevêdo e Everaldo. O Leão da ilha voltou aceso, ofensivo. Aos 2’, em novo erro individual (Matheus Bahia escorregou), o Sport armou contragolpe com a defesa baiana escancarada; Love finalizou e Marcos Felipe salvou o quarto, espalmando por cima.
- Gol! 4 x 0 Sport, Vagner Love, de cabeça, livre na frente da pequena área. Cruzamento largo da direita, a zaga em linha, querendo impedimento. Não tem VAR. Aos 10 minutos.
- Gol! 5 x 0 Sport. Aos 14’. David Duarte errou numa saída de bola, vacilou, Love recebeu na frente, encarou o goleiro e ampliou. Goleada histórica.
O Sport jogando apenas nos erros individuais e coletivos dos tricolores. Um passeio. Dois gols a mais do Sport, anulados, por conta de impedimentos.
- Gol! 6 x 0 Sabino, aos 47’, escorando de cabeça um escanteio da direita; subiu livre, sem marcação.
Um time com força, apetite, gana de vencer contra um time apático, bobo, vacilão. E com um emocional descontrolado. Uma equipe atarantada em campo.
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Destaques
- A raça, a fibra, a aplicação tática dos pernambucanos, ligados, competitivos, fisicamente superiores. Juba joga muito.
- No Bahia... quem? Nosso sistema defensivo não existiu. Não marcamos, não vimos a bola, não jogamos. Não temos uma liderança em campo, nada.
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Escalações
- O Sport Recife treinado pelo nosso conhecido Ênderson Moreira: Renan, Fabinho, Sabino, Thyére e Carius; Pedro Martins, Fabio Matheus, Jorginho e Juba; Vagner Love e Facundo (Vanderson, Juan Xavier, Renzo, Caíque...)
- O Bahia de Renato Paiva: M Felipe, Borel, Marcos Vitor, Raul Gustavo (David Duarte) e Ryan (expulso); Miquéias, Acevêdo (Mugni), Cauly (Diego Rosa) ; Jacaré (Matheus Bahia), Everaldo (Biel) e Kayky.
- No apito, o piauiense Antonio Dib Moraes, muito pressionado, praticamente decidiu o jogo para os pernambucanos no início. A expulsão de Ryan foi extremamente rigorosa, desnecessária.
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O próximo jogo do Bahia pelo Nordestão é contra o Vitória, na Fonte Nova. Raul Gustavo e Ryan estão fora do clássico Ba Vi.
No dia 1 de março, em Pituaçu, o Bahia estreia na Copa do Brasil, contra Jacuipense, em Pituaçu.
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Nesta quinta, dia 23, pelo Nordestão, Vitória x Nautico, no Barradão.
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Outros jogos:
- Fluminense /PI 1 x 4 Ceará; Sampaio Corrêa 1 x 1 CSA; CRB 2 x 1 Santa Cruz.