Esporte

RESSACA DA SELEÇÃO E A MISSÃO DE EDNALDO EM ESCOLHER NOVO TÉCNICO (TF)

Tite e sua comissão técnica são os responsáveis pela derrota, mas devem ser respeitados
Tasso Franco , Salvador | 10/12/2022 às 10:42
Tite em duas copas não conseguiu ser campeão do mundo
Foto: Lucas Figueredo
    O futebol é a paixão dos brasileiros. Nem precisa dizer isso que é do conhecimento da população quer seja de camadas da sociedade mais pobres aos mais afortunados. E quando chega no momento da Copa do Mundo, ainda que se diga que a maioria dos jogadores atua na Europa e são milionários distanciados da realidade brasileira as paixões são acesas e mata-se e morre-se pelo futebol. 

  Daí que a desclassificação da seleção brasileira no jogo contra a Croácia, na forma que se deu, uma partida praticamente ganha e entregue de bandeja faltando 4 minutos para encerrar e depois a perda nos pênaltis causa revolta. Foi o que se viu. E o responsável pela tragédia, o comandante da comissão técnica, Tite pediu o boné e foi enxovalhado nas redes sociais e na imprensa esportiva.
  
   Não era para menos. Se alguém tem que levar a carapuça, obviamente é aquele que comanda tecnicamente a seleção a quem foi dada todas as condições para organizar um bom time com suportes psicológico, médico, físico, fisioterápoico, nutricional e assim por diante. Tudo o que foi possível a CBF proporciou a seleção desde a estada no Brasil, em Turim e no Catar. 

  A seleção, no entanto, desde os primeiros jogos ainda na fase de classificação se mostrou apática, lenta, demorando de sair da defesa para o ataque e vencer seus adversários Sérvia e Suiça com dificuldades. O terceiro jogo perdeu para Camarões e o sinal de aleta foi ligado. Melhorou ao jogar com a Coreia do Sul e caiu contra a Croácia após sucessivos erros do treinador. 

  Perder faz parte do jogo. O treinador não pode virar as costas para os atletas e para a torcida e sair de fininho para o vestuário. Teria, sim, de cumprimentar o técnico adversário e abraçar os jogadores e cumprimentar os torcedores.

  Ora, se Tite convocou Daniel Alves lateral direito histórico, eficiente e bom no apoio, porque colocar Militão de improviso no lugar do titular machucado? Como deixar Fernandinho no banco e colocar Fred quando Modric fazia o que queria no meio de campo? Será que a comissão técnica com tantos olheiros não viu Modric bailar todo o jogo como um solista que vai escolhendo os seus pares a gosto?

   Saiu dos pés de Modric no contra-ataque rápido da Croácia que resultou no gol de empate, num lançamento de longa distância para o ponta esquerda e deste que o centro avante solto, livre dentro da área do Brasil. 

  Futebol se ganha no jogo, na raça, no suor, mas também na técnica, no ensaio, nas jogadas elaboradas e treinadas. A seleção não mostrou nada disso nos seus jogos. Todas as faltas cobradas nas proximidades das áreas adversárias ou batiam na barreira ou as bolas iam para o céu.

   Quem viu o segundo gol da Holanda contra a Argentina faltando 1 minuto para terminar o jogo ficou de queixo caido. Uma jogada de falta na entrada da área adversária o holandes rolou a bola rasteira passando ao lado da barreira e um outro veio e completou a jogada fazendo o gol. Isso sim, é uma jogada ensaiada de alto risco e que deu certo. E na seleção brasileira alquém viu alguma jogada ensaiada? 
  
  A seleção brasileira não tem batedores de falta com Rivelino e outros craques do passado. Então, o recurso é jogadas ensaiadas que não praticamos. Tite também foi duramente criticado por determinar que o primeiro batedor dos pânltis contra a Croácia fosse Rodrygo, um garoto que entrara no segundo tempo. Mas, como assim tendo Neymar ao seu lado? Rodrygo visivelmente assustado telegrafou para o goleiro croata defender. Quem bateu o primeiro pênalti contra a Holanda no jogo x a Argentina? Messi. Resultado: gol. 
  
  Há de se dizer que os brasileiros estão enxovalhando demais Tite entre outros até chamando-o de comunista e ligado a um grupo político da esquerda, mas isso são arroubos exagerados de radicais que enolveram o futebol com a política a ponto, também, outra corrente, de massacar Neymar Jr por ter apoiado o 22 na campanha passada. 

  Mas isso não é novo no futebol. João Saldanha deixou a seleção certa época devido interferência do governo militar. E já tivemos ténico, ao que se dizia, pois não vi, que dormia no banco (Vicente Feola) enquanto o Brasil era campeão na Suécia, em 1958. Mas, isso, é bom lembrar é quando a seleção tinha Gilmar, Belini, Pelé, Zagalo, Didi e Garrincha entre outros.

  Também não cola dizer que os atletas brasileiros não amam mais a camisa canarinho como outrora uma vez que são milionários a viver na Europa, noutra realidade, cercados de mimos, carrões e iates. Diria que não faltaram empenho e amor a camisa entre os atletas brasis. 

  Faltaram comando, orientação em campo, estratégias, ações organizadas, gritos do treinador, impulso. Na seleção argentina a maioria dos jogadores também mora na Europa e os atletas são igualmente milionários. Na Croácia, idem. Modric joga há anos no Real Madrid. 
  
  Infelizmente, não adiante chorar sob leite derramado. Tite já pediu pra sair e o presidente da CBF, o baiano de Conquista, Ednaldo Rodriges, é quem terá a missão de escolher uma nova comissão técnica.