Fizemos um joguinho apático, sem imaginação contra uma brava e resistente Croácia, o tempo regulamentar sem gols. C
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
09/12/2022 às 15:18
Torcedor se lamenta no Catar
Foto: REP
Futebol não é justo ou injusto, é jogo. Competência e sorte. Não tivemos nem uma coisa nem outra. Fizemos um joguinho apático, sem imaginação contra uma brava e resistente Croácia, o tempo regulamentar sem gols. Chutamos mais no gol adversário mas paramos no goleiro. Neymar fez um golaço na prorrogação, tudo parecia ir bem, mas deixamos a Croácia empatar, numa dos raros chutes que deram a gol, nossa marcação frouxa, dois atacantes croatas livres na linha da nossa grande área.
E na cobrança das penalidades, falhamos, erramos duas, e o goleiro Livakovic – o melhor jogador em campo, todo tempo - pegou duas.
Nosso goleiro Álisson não pegou nada, não fez uma só defesa o jogo inteiro, e ainda caiu atrasado no gol croata, braço curto. Tite, o treinador (?), o mesmo burocrata, sem nenhum truque, ele e sua troupe com mais uma copa perdida, de volta pra casa.
A copa continua.
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Neymar era o mais inconsolável depois do jogo. Definitivamente não deu sorte em copas do mundo.
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“O que eu sei de mais certo sobre a moral e as obrigações dos homens
devo ao futebol” (Albert Camus, 1913-1960; escritor franco-argelino)
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Brasil x Croácia
- Jogo eliminatório de quartas de final, estádio Education City, torcida amarela agrupada nas arquibancadas em maior número, os brasileiros com sua camisa ‘canarinho’, calções e meias em azul; os croatas de branco predominante com detalhes em vermelho. Arbitragem inglesa, Michael Oliver no apito.
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- Tite escalou: Álisson, Militão, Thiago Silva, Marquinhos e Danilo; Casemiro, Paquetá e Neymar; Raphinha, Richarlison e Vini Jr.
- Os croatas de Zlatko Dalic, atuais vice-campeões mundiais: Livakovic, Juranovic, Lovren, Gvardiol (de máscara) e Sosa; Kovacic, Modric (capitão e astro da equipe), Pasalic, Brozovic, Perisic; Kramaric.
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Com bola rolando ...
Como era de esperar, marcação intensa, dura e alta dos croatas, dificultando a saída de bola defensiva brasileira. É uma equipe de pegada, muita disposição e disciplina tática. Primeiro chute a gol dos canarinhos, Vini Jr, aos 4 minutos, cruzado, nas mãos do goleiro. Cautelas, estudos, equilíbrio. Aos 12’, jogada pela direita, Perisic furou na tentativa de finalização. Os croatas mais acesos em campo.
- Aos 20’, primeira boa jogada ofensiva do Brasil, Neymar tentou, o chute saiu fraco, Livakovic catou. Casemiro arriscou de longe, a bola desviou no caminho. Aos poucos a nossa seleção foi se assentando, pondo a bola no chão, ritmando, avançando as linhas. Aos 41, Neymar bateu falta da quina esquerdada grande área, bola desviou na barreira, deu goleiro.
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Primeiro tempo duríssimo, sem predominâncias. Um Brasil meio burocrático, previsível, parando na marcação cerrada. Richarlison saindo muito da área, Danilo enveredando pelo meio. Neymar e Vini Jr vigiados de perto. Raphinha e Paquetá sumidos, Casemiro errando passes. Vestiário. Preciso voltar com uma postura diferente ou ... não sai gols. Na disputa pelo meio-campo tem mais camisa branca que canarinhos. Os resistentes croatas adoram prorrogação e pênaltis, assim foram vice-campeões na Rússia. Um time campeão precisa de lampejos, imaginação, ousadia.
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Os europeus voltaram primeiro da merenda, com a mesma pegada forte, determinados. Aos 2’, o goleiro Livakovic salvou de pé. Na sequência, blitz brasileira, novamente o goleiro. Voltamos mais ofensivos, mas concedemos espaços no meio, nossa marcação é frouxa. Aos 9’, boa recuperação de Richarlison, Neymar finalizou meios esquinado, Livakovic defendeu bem. Aos 10’, saiu Raphinha, apagadão, entrou Anthony na ponta direita.
Muito equilíbrio, até na posse de bola. Rodrygo no lugar de Vini Jr (sem brilho), aos 18’. Aos 20’, Paquetá, de cara, parou no bom goleiro Livakovic, trabalhando mais no segundo tempo. O Brasil mais ofensivo. Os croatas trocam passes, gastam o tempo, sem pressa, chegam pouco na área brasileira. Precisamos finalizar, chutar mais no gol, incendiar o jogo. O treinador croata troca três, sangue e fôlego novos, um centroavante mais alto (Vlasic e Petkovic). Continuamos sem imaginação e com pouca intensidade de jogo ofensivo.
Aos 30’, novamente Neymar encarou o goleiro, pela esquerda, e desperdiçou a chance, Livakovic abafou, mandou a escanteio. Aos 34’, boa trama, finalização de Paquetá, nas mãos do goleiro. A essa altura os bravos croatas só se defendem, marcam, resistem. Aos 37’, saiu Richarlison, um guerreiro, entrou Pedro. Pressão brasileira, os croatas respondem, valorizam a posse de bola. O árbitro acrescentou três minutos e ... nada!
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O terceiro 0 x 0 da Croácia na copa. O primeiro jogo do Brasil com prorrogação de 30 minutos. Agora, pernas e nervos à prova. Jogo de 120 minutos, pois.
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Os croatas visivelmente buscando o empate na prorrogação, travando, gastando tempo, confiantes na atuação do goleiro, um exímio pegador de pênaltis. O Brasil tentando na individualidade. Chegamos mas não conseguimos penetrar nem finalizar bem. E Tite não tentava nada de novo, de diferente... Nem aquele abafa final?
E como se defende bem essa Croácia! Aos 102’, num contragolpe, nossa marcação olhando, eles desperdiçaram boa chance, um chute da meia lua por cima do gol de Álisson. Fizeram, depois, num lance idêntico.
- Gol! 1 x 0 Neymar! Brasil! No finalzinho do primeiro tempo da prorrogação. Saiu tabelando, livrou-se da marcação, driblou o goleiro e fez 1 x 0. Golaço! Ufa.
Faltavam apenas 15 minutos. Tite a conversar com os jogadores no intervalo. Fechar a casinha ou matar o jogo? Saíram Militão e Paquetá, entraram Alex Sandro e Fred. Só? Os croatas inteiros no campo de ataque, a cruzar bolas altas na área brasileira. Puseram mais dois atacantes de 1m90, confiam nas cabeçadas. O time brasileiro atrás, saindo só de boa, segurando a bola. E marcando mal, dando espaços.
- Gol! 1 x 1 Croácia, aos 11 minutos da segunda etapa da prorrogação. Como? Petkovic, num chute da entrada da área, livre e solto, que desviou na zaga, e Álisson não chegou. Marcamos muito mal, ninguém protia nossa meia lua. Não podíamos ter tomado esse gol.
Aos 120’, Casemiro pegou um rebote na área, forte chute de canhota, o goleiro Livakovic, grande destaque do jogo, salvou.
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Caímos nas penalidades
Decisão a partir de cobranças de tiros livres da marca do pênalti. O emocional é tudo nessa hora. Os croatas muito mais afeitos, acostumados a esse tipo de decisão. E confiam demais no goleiro.
Os Croatas vencem nos pênaltis, 4 x 2. Perderam Marquinhos e Rodrygo.
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A Croácia enfrenta o vencedor do confronto Argentina x Holanda, que acontece na tarde desta sexta-feira, daqui a pouco, às 16h, no Lusail. De olho.
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Seguem os jogos eliminatórios das quartas de final neste sábado. Às 12h, no Al Thumama, Marrocos x Portugal; às 16h o esperado clássico europeu, no Estádio ALBayt: França x Inglaterra.