ZédeJesusBarrêto comenta e lembra que na segunda tem Brasil x Suiça
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
27/11/2022 às 18:28
Por Alah, Marrocos lidera grupo
Foto: REP
O esperado clássico Espanha 1 x 1 Alemanha foi bonito de ver, pelo toque de bola, a fartura de talentos jovens, inteligência, estratégias... uma bela disputa. Os espanhóis foram melhores no primeiro tempo, saíram na frente do placar na segunda etapa, mas os alemães, fortes e determinados, arrancaram o empate que os mantém ainda vivos na competição. O grupo E está embolado – Espanha com 4 pontos, Japão e Costa Rica com 3 e a Alemanha com 1 ponto apenas. Na rodada final, os germânicos pegam a Costa Rica e ‘La Roja’ encara o Japão.
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No mais, como a demonstrar o quanto uma Copa do Mundo é um torneio maluco, diferente, de resultados absurdos e imprevisíveis, a Costa Rica venceu o Japão e Marrocos detonou a Bélgica, numa manhã domingueira de zebras no Catar. Os croatas, vice-campeões do mundo, golearam e mandaram o Canadá pra casa.
E nesta segunda, depois do meio dia, tem Brasil em campo contra a Suíça.
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Alemanha arranca empate no final
Um confronto mais que esperado, com ares de final para os europeus, duas seleções tradicionais, de camisas pesadas, títulos e discípulos de uma escola de futebol parecida, guardiolana – muita posse de bola, marcação avançada, troca de passes, domínio. Jogão às 16h, no Al Bayt, pelo grupo E: - Espanha do treinador Luiz Enrique (52 anos) contra a Alemanha de Hans-Dieter Flicker (57anos). A Espanha estreou goleando (7 x 0 sobre Costa Rica), os alemães perderam (2 x 1 para o Japão). O espanhóis de vermelho, ‘La Roja’; os alemães de branco.
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Os dois times marcando alto, na saída de bola do adversário, encurtando os espaços do campo, estratégias semelhantes, jogo no chão. Os espanhóis chegaram primeiro, num chute da esquerda de Olmo que Neuer espalmou e a bola bateu no travessão, no chão, e saiu. Minutos depois, num contragolpe pela direita, o goleiro Unai Simon, do outro lado, saiu e evitou a finalização. Equilíbrio, La Roja com mais posse de bola.
- Aos 21, Jordi Alba arriscou de longe, fora, com perigo. Aos 24’, os alemães apertaram, retomaram a bola e Gnabri tentou o canto, colocando, errou o alvo. Jogão. Aos 25 min, após uma saída errada de Neuer, Ferran Torres demorou de finalizar e desperdiçou a chance. Aos 32’, o mesmo Ferran Torres perdeu a melhor chance de gol, livre na marca do pênalti, de cara, batendo por cima um cruzamento/passe de Olmo, da esquerda. Aos 36’, Musiala salvou, travando a finalização de Ferran, de frente pra o gol de Neuer.
- Olhe o VAR! Gol de Ruddiger, o zagueirão, cabeceando livre, na pequena área, uma falta cruzada da direita. O VAR flagrou o impedimento do alemão. Aos 38 min.
A Espanha foi melhor no primeiro tempo, teve mais posse de bola, criou algumas claras chances de gol, chegou mais. Os alemães são mais fortes, fisicamente, os espanhóis são mais rápidos, têm uma equipe mais leve. Bonito de ver.
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O mesmo pique no retorno do intervalo. As duas equipes buscando o gol, pressionando. Os germânicos, até pela pressão de ter de vencer, mais acesos. Aos 10’, Luiz Enrique trocou Ferran por Morata, que atua mais centralizado, entre os zagueiros adversários. Uma mexida tática. Aos 11’, Unai Simon, pressionado, fez um passe complicado em saída de bola, os alemães recuperaram a bola e na finalização de Gnabri o goleiro salvou. Olmo respondeu, Neuer catou. A partida ficou mais pegada na segunda etapa.
- Gol! 1 x 0 Espanha. Morata, aos 17 min, escorou, rápido, antes do zagueiro, ótimo cruzamento de Alba, em jogada de Olmo pela esquerda. Esse Luiz Enrique sabe das coisas.
Asêncio desperdiçou, após outro bom cruzamento de Olmo. Luis Enrique põe Koke e Williams (do Atlético Bilbao). O treinador alemão troca três, em campo o arisco Sané e um centroavante grandalhão. Ao tudo ou nada, a Alemanha toda na frente, na raça. Aos 73’, Unai Simon fez milagre, Musiala fuzilou cara a cara e ele salvou, no reflexo. Os alemães tentavam de tudo, na raça, no corpo a corpo... os espanhóis quebrando o ritmo, trocando passes, contra-golpeando. Saiu Alba, entrou o garoto Balde (19 anos).
- Gol! Alemanha 1 x 1. O empate saiu a partir de um vacilo na intermediária espanhola, Musiala ganhou no corpo, já na área, a bola sobrou e o grandalhão Fulkgrug (entrou no segundo tempo) encheu o pé, na cara de Unai. Aos 38 minutos. Emoções e lances de área até o final.
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Olmo, Musiala, Petri, Gnabri, Gavi, Sané... que meninada boa de bola.
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Croácia detonou Canadá
Pelo grupo F, às 13h, no estádio Khalifa International, a Croácia de Modric, atual vice-campeã do mundo, precisava vencer para continuar na competição. Goleou com sobras. Arbitragem uruguaia.
Os canadenses abriram o placar logo no primeiro giro do relógio, a um minuto, gol de Davies, 22 anos, atleta do Bayern Munique nascido num campo de refugiados, em Gana, criado no Canadá desde miúdo - 1 x 0. Os croatas, ligados, reagiram. Foram inteiros para o ataque, chegaram a fazer um gol aos 25’, anulado por conta de um impedimento, e empataram pra valer – 1 x 1 – aos 36 minutos, com um chutaço forte, cruzado e baixo do centroavante Kramaric, camisa 9, após boa trama coletiva pelo lado esquerdo croata.
Os europeus não arrefeceram, atacando e dominando as ações. A virada - 2 x 1 - aconteceu aos 45’, num chute certeiro de Livaja, da meia lua, no canto. Placar justo, pela intensa produção em campo dos croatas, tecnicamente superiores.
O treinador canadense fez substituições, mandou o time pra frente em busca de um resultado melhor, mas os croatas não recuaram e o jogo ficou ainda melhor, aberto, com lances de área, a busca pelo gol, os goleiros trabalhando. Movimentado. Com o tempo, o calor... o ritmo foi diminuindo, a Croácia tocando mais a bola.
- Gol 3 x 1, Croácia, aos 27minutos. Gol de centroavante, Kramaric, 31 anos, joga na Alemanha. Recebeu na área, dominou já se livrando do marcador e bateu seco, firme, no canto. Bom finalizador, dois gols no jogo, um destaque.
- Gol ! 4 x 1, aos 47’. Num vacilo do becão, já sem pernas, dois croatas invadem livres, e Majer empurrou para as redes, cravando a goleada.
A Croácia, sob a batuta de Modric, administraram o jogo, sem oferecer espaços, sem correr riscos. Os canadenses correram muito, enquanto tiveram pernas, brigaram até o fim, mas voltam pra casa mais cedo.
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Zebras soltas em Doha
- Na vontade, na luta incessante, ganhando as divididas e os rebotes, jogando com alma, Marrocos (do treinador Walid Regragu, 47 anos) venceu a favorita europeia Bélgica (2 x 0) do astro De Bruyne (31 anos) no Estádio Al Thumama, pelo Grupo F. Definição de classificados só na rodada final. Os marroquinos não deixaram os belgas, mais veteranos, jogar, marcando duro, e sobraram fisicamente na segunda etapa, mais acostumados com o calor desértico acima de 30 graus.
Já nos acréscimos da primeira etapa Marrocos assustou, fazendo um gol em cobrança de falta, lateral, pela direita, com falha do imenso Courtois, mas o VAR pegou posição irregular, de impedimento no lance e o tento foi anulado. O segundo tempo mostrou uma Bélgica perdida, enganchada na marcação marroquina e o nos norte-africanos soltos, em cima.
O primeiro gol saiu aos 30’, numa falta cobrada por Sabiri, perto da linha de fundo, pela esquerda, com vacilo de Courtois. Com dois homens na barreira, todos esperando o cruzamento, a bola alçada para disputa na cabeça, Sabiri surpreendeu Courtois batendo forte, baixo, fechado, direto, a bola entrando entre Courtois e a trave.
Já sem fôlego e sem pernas, os belgas foram pra frente inteiros em busca de um empate, mas levaram o segundo (2 x 0) aos 47’, já nos acréscimos, gol de Aboukalah, zebra pastando, os marroquinos festejando como se fosse um título. Triunfo histórico.
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Outra surpresa
- Antes, às 7h da matina do domingo, valendo pelo Grupo E, no estádio Ahmad Bin Ali, a Costa Rica – que levou 7 x 0 da Espanha na estreia – venceu o Japão, que vencera na estreia a poderosa Alemanha por 2 x 1. Um resultado que parecia improvável ressuscitou o time da América Central, embolando o grupo. Todos vivos, definições só na rodada classificatória derradeira. O gol histórico foi de Fuller, por cobertura, numa falha do goleiro japonês. Os nipônicos atacaram, atacaram ... mas o velho e bom goleiro Navas estava naqueles dias de muita sorte, a bola não entrou.
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Brasil em campo
Sem o astro Neymar e sem o lateral direito titular Danilo, o Brasil faz seu segundo jogo na fase de classificação nesta segunda, 13h, contra a Suíça, no Estádio 974, o dos containers recicláveis. Tite não confirmou ainda, mas, pelas pistas, Militão deve jogar na lateral, mais alto e melhor marcador que Dani Alves; e Fred assume o meio campo, com Paquetá mais avançado, no espaço de Neymar. A ver. A suíça é uma equipe dura, alta, gosta do jogo ofensivo aéreo e defende-se muito bem. Aplicação e seriedade, pois.
- Às 7 h, pelo grupo do Brasil, enfrentam-se Camarões e Sérvia. Ambos em busca de um primeiro triunfo para continuar aspirando algo.
- Pelo Grupo H, às 10 h, Coreia do Sul e Gana se enfrentam, precisam ganhar a primeira.
- À tarde, 16h, no Lusail, Portugal x Uruguai, possíveis adversários do Brasil, mais adiante, caso sigamos.