Falava-se numa goleada da Argentina
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
22/11/2022 às 09:47
Jogador da Arábia Saudita ora por Alah
Foto: REP
Pintou a primeira zebra no Catar
Tem o nome de Arábia Saudita
Isso é Copa do Mundo! De virada, os guerreiros sauditas venceram os ‘favoritos’ argentinos (2 x 1), no belo e dourado Lusail, sob um calor de 33 graus, uma surpresa sem tamanho, uma explosão de alegria verde por todo o mundo árabe. Uma das maiores zebras da história das Copas, sem dúvida, diante da expectativa, os argentinos de Messi há mais de 30 jogos sem perder. Uma zebra com cara de camelo do deserto.
Fica um recado para os brasileiros de Tite, fazendo aprontos finais para a estreia na quinta-feira contra a valente e bem treinada Sérvia, nesse mesmo estádio. É preciso jogar bola e ‘pelear’ muito. Sem raça, sem determinação, de nada vale o talento ... Cuidado com as zebras... O improvável acontece, sim.
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A virada da zebra
O primeiro jogo do terceiro dia de competição, às 7h da matina, foi Argentina x Arábia Saudita, pelo Grupo C, no dourado estádio Lusail (80 mil pessoas). Todos os olhos voltados para Messi (35anos), a maior estrela do futebol mundial depois da era Maradona, em sua última Copa. A Argentina do técnico Lionel Scaloni (44 anos), uma das grandes favoritas ao título. O último título argentino foi em 1986, há 28 anos, no México, com Maradona fazendo até gol de mão – ‘La mano de Dios’ – contra os ingleses.
Os sauditas, dirigidos pelo francês Hervé Rennard (54 anos), a fim de fazer história. Muita correria. A Argentina com sua tradicional camiseta listrada (azul e branco) e os árabes de verde escuro. Arbitragem eslovena. Temperatura alta, 30 graus.
- Logo aos 2 minutos, Messi finalizou uma boa trama, de frente, para a primeira boa defesa do goleiro Al Owais, esticando-se e salvando no seu rodapé direito.
- Olha o VAR! Aos 7min, numa cobrança de escanteio, os jogadores se enroscaram na área saudita e o árbitro foi alertado, espiou o vídeo e, no puxa-estica e cai, marcou pênalti em favor da Argentina.
- Gol! 1 x 0, Messi, batendo com precisão a penalidade, abrindo o placar, aos 10 minutos. Porteira aberta? Os sauditas não se assustaram, mantiveram a pegada. Os latinos sem pressa, trabalhando a bola.
- O VAR! Aos 26’, Lautaro Martinez recebeu em profundidade pelo meio, nas costas da zaga saudita, e desviou com estilo do goleiro, bola nas redes, mas ... a arbitragem de vídeo flagrou impedimento, gol anulado. Aos 34’, novamente Lautaro recebeu de Messi, por traz da zaga, em posição de impedimento, finalização anulada.
Pelo começo, o gol logo aos 10 minutos, esperávamos mais. Joguinho morno na primeira etapa, uma Argentina nada empolgante.
Talvez mais aclimatado, acostumado ao calor, sem temer o adversário, os sauditas voltaram a todo vapor, muito bem orientados pelo treinador francês. Logo aos 4’ ...
- Gol! 1 x 1, Al Shehri, aproveitando-se bem de um erro na saída de bola argentina e um vacilo de Otamendi, empatando e incendiando o estádio.
- Gol! 2 x 1, Arábia Saudita. A virada aconteceu aos 7 minutos, num belíssimo gol do camisa 10, Salém Al-Dawsari, livrando-se da marcação, pela esquerda, acertando um chutaço no ângulo de Martinez, sem defesa. Uma explosão verde nas arquibancadas.
Com o placar adverso, o treinador Scaloni trocou três, adiantou as linhas, foi pra cima, em busca de um resultado melhor, tudo ou nada. Os árabes marcando duro, sem dar tréguas, sobrando fisicamente em campo. Aos 62’, uma defesaça do bom goleiro Al Owais, salvando um chute da pequena área, em cima da linha. Os argentinos já usando a manha, a catimba, a milonga para evitar um desastre. O árbitro na deles. O tempo passando, Messi sem brilho, muito marcado. Aos 83’, cabeçada de Messi, nas mãos do goleiro. O árbitro deu doze minutos de acréscimos. Os Saudistas defendem-se como podem, heroicamente.
E que festa dos sauditas! A Copa vale por esses instantes. Histórico.
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Destaque à garra, a aplicação, determinação dos árabes, taticamente corretos, vontade pura. Um bom goleiro e o camisa 10 Salém, o craque do time. Uma zebra bonita, a Copa do Mundo tem surpresas. É só o começo.
Recado dado, o Brasil que se cuide, trate de jogar bola, não vai ser fácil.