Esporte

HISTORIANDO AS COPAS, 11: ARGENTINA CAMPEÃ 1978 NA ÉPOCA DA DITADURA

Havia clima de intimidação aos atletas, porém independente de qualquer coisa o time argentino era fabuloso
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 25/10/2022 às 08:57
Os campeões de 1978 e o artilheiro Kemps
Foto: REP


                                                             
                                                    Havia muito dinheiro e droga. Onde há dinheiro
                                                            e droga há doping e corrupção”
                                                           (declarou, anos depois, o meia Ortiz, titular do time
                                                            argentino Campeão do Mundo em 78)

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  Foi uma Copa malestrosa, choravam os brasileiros no final, depois de uma campanha invicta nos gramados platinos, de volta pra casa com o consolo de uma medalha de bronze, um terceiro lugar nada desonroso. Mas não brilhamos. O nosso treinador Claudio Coutinho, bom de palavreios, saiu-se com esse fraseado: “Somos os campeões morais” – fustigando os rivais argentinos que teriam usado de artimanhas dentro e fora das quatro linhas para vencer a Copa a todo custo, como queriam os generais de plantão na Casa Rosada. 

  “Pelear, vencer o murrir”, foi o clima criado e vivido naquele junho de euforia e tensões, festejos, (des)encontros, policiamento e patrulhamentos ostensivos no país latino do Sul continental. 
  
  Mas, a despeito dos medonhos e dos medos, é preciso reconhecer que a equipe comandada pelo competente treinador Cesar Menotti peleou como nunca e também mostrou qualidades em campo; tinha alma, técnica e alguns jogadores fora de série como o goleiro Fillol, o zagueiro Passarela, o lateral Tarantini, o apoiador Ardilles, o avante Luque, guiados pelo craque e artilheiro da competição, o camisa 10 Mário Kempes. Fizeram sim, los hermanos, por merecer o título. 
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  Tierra de la plata  

 Argentina (terra do argentum), do Rio da Prata, os platinos, dos pampas, das carnes macias, trigo abundante, vinho malbec, pátria do tango, da milonga, do Che e do endeusado Maradona, esses nossos vizinhos do Sul que se acham e se orgulham de ser os mais europeus dos latino-americanos. 

  Terra de caudilhos, do Perón com sua Evita, nação que vivia em 78 uma das mais cruéis ditaduras do Cone Sul, então sob comando do General Videla. Os fardados assumiram o poder em 76, com uma junta militar derrubando o governo peronista de Isabelita e pegando pesado na repressão. 

 No ano da Copa, a população argentina era de 25 milhões e no período dos jogos a temperatura nas cidades-sede oscilou entre 6 e 14 graus. Os dois times de maior tradição e torcida eram (e ainda são) o River Plate, fundado em 1901, e o Boca Juniors, em 1905.

 O governo militar, carente de respaldo popular, usou o futebol, a Copa do Mundo sem pudores. Gastou a rodo. Foram construídos os estádios Olímpico de Córdoba (45 mil pessoas), Rosário Central (41.600), Mendoza (36 mil) e Mar del Plata, com capacidade para 35.300 torcedores. 

   Mais dois estádios, na capital Buenos Aires, foram utilizados: - O Monumental de Nunes (77.500) e o José Amalfitani (49.500 pessoas). Em muitos deles, às vésperas dos jogos estavam ainda ‘pregando’ placas de grama. E mais estradas, hospedagens, aeroportos ...  Dois anos depois a dívida externa argentina dobraria. 
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 A distensão retesada   
 O Brasil vivia os derradeiros momentos do governo Geisel, que prometera “uma distensão lenta e gradual” e a fazia de modo controlado entre dificuldades e tensões. Seu ato mais importante nessa direção foi revogar o AI-5 de 1968, aquele que permitia e garantia toda sorte de repressão. Fim da censura prévia, bandeiras de anistia e diretas já se desfraldando, o retorno dos banidos e a pioneira greve dos metalúrgicos de São Bernardo dos Campos, em maio. Geisel preparava a sucessão e o sucessor, o general amigo João Baptista Figueiredo, ares de mudança bafejavam em nuvens cinzas. 

 O país registrava 115 milhões de habitantes, uma inflação anual acima de 40%, o dólar a 20,90 cruzeiros. O filme da moda era ”A Dama do Lotação”, com a então estonteante Sônia Braga, e a novela em cartaz, “Dancing Days”. Roberto Carlos (‘Outra vez’, ‘Força Estranha’) e “Sampa”, de Caetano Veloso era o que mais se ouvia.  

                                       Outros tempos, linguagens, costumes, quereres.  
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   Invictos ‘campeões morais’ 

   O Brasil estreou sob chuva fina e renitente no sábado (13h45), 3 de junho, no estádio Mal del Plata, piso enlameado soltando tufos e placas do gramado mal fixado, contra a Suécia (aquela amarela de 58).  A seleção era treinada pelo teórico e bem falante Cláudio Coutinho. Até começamos bem o jogo, Reinaldo parando duas vezes no goleiro Hellstron e, do outro lado, Leão levando uma bola cabeceada no travessão. 

  Aos 39’, Sjöberg abriu o placar, infiltrando-se pelo miolo da defesa brasileira. O Brasil achou o empate ainda no primeiro tempo, aos 47 minutos (o árbitro esquecera de ver o cronômetro?), com o mineirinho Reinaldo concluindo com talento um cruzamento de Cerezzo. 
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  Foi então que Reinaldo (22 anos) comemorou, como sempre fazia no Atlético ‘Galo’ Mineiro, com um gesto – punho direito cerrado para o alto – considerado de protesto, rebeldia, ‘ofensivo’ - pelos militares de plantão. Fala-se que o descontentamento manifestado da Casa Rosada fardada teria chegado a Brasília, ao treinador Coutinho (que tinha formação militar). 

  Reinaldo sairia do time, não se sabe se por conta disso ou por causa de seu problema crônico de joelho – a delegação levava inclusive um pesado aparelho, o ‘Nautilus’, dentro de um ‘buzu’, só para tentar recuperá-lo, fazê-lo entrar em campo. Depois daquela comemoração, jogou um pouco contra a Espanha e só voltou no último jogo, contra Itália, já na disputa do terceiro lugar, meio tempo. 
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  O detalhe marcante e inusitado da partida foi a anulação do gol de Zico, de cabeça, aos 45’, após cobrança de escanteio de Nelinho, da direita. O árbitro galês, Clive Thomas, apitou o final do jogo logo após o cruzamento do lateral brasileiro, a bola no ar, quase na testa de Zico. Os brasileiros foram à loucura, mas o árbitro argumentou que ‘não houve o gol, o jogo já havia acabado’. O soprador de apito foi até punido, só escalado como bandeira daí por diante; mas valeu o 1 x 1. 
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 De bunda? 

   O jogo seguinte foi contra a Espanha, 7 de junho, começo de tarde de quarta-feira, um empate de 0 x 0 morrinhento. De interessante, um lance sortudo por volta dos 30 minutos, na área brasileira: Leão saiu mal, o gol desguarnecido, Santillana ajeitou de cabeça para Cardeñosa a palmos da linha fatal, ele demorou-se e, quando empurrou, não se sabe de onde apareceu o zagueiro Amaral carrinhando e sentando-se literalmente sobre a bola quase em cima da linha, salvando assim, de bunda, o gol espanhol.

    O segundo tempo foi uma penúria, com Coutinho pondo Jorge Mendonça para aquecer durante 20 minutos a ponto de esquecê-lo. Não entrou.  
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 Para se classificar, o Brasil precisava vencer o jogo seguinte, contra a Áustria, no domingo, dia 11, no mesmo gramado pesado e mal pregado de Mar del Plata. Venceu, 1 x 0, sem jogar bem, com um golaço do estreante Roberto Dinamite. O criticado Coutinho pôs em campo o vigoroso Chicão para garantir o resultado.  O Brasil estava nas semifinais, compondo o Grupo B com Peru, Argentina e Polônia. Chegava a hora do pega-pega pra valer.
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 Em Mendoza, na tarde uma quarta-feira (às 16h30), dia 14 de junho, o Brasil faria até então sua melhor partida na Copa, aplicando 3 x 0 na boa equipe do Peru (de Cubillas, Oblitas, Chumpitaz, Cueto...). Coutinho tirou Zico do time e colocou Jorge Mendonça, mas quem brilhou foi o ponta-meia canhoto Dirceu, com dois gols: um de falta, aos 15 minutos e outro num chute longo que o goleiro Quiroga aceitou, aos 28’. O terceiro foi de Zico (que acabara de entrar) cobrando pênalti sofrido por Roberto Dinamite, aos 29 do segundo tempo. 

   A chapa esquentou ... 
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 A batalha de Rosário 
 Rivalidade à flor da pele, clima de guerra nas ruas e dentro do gramado, intimidações, provocações, pau e troco, 51 faltas cometidas, algumas grosseiras, o gramado horrível ...
 
  E praticamente não teve futebol naquela noite (19h15) de domingo, em Rosário, o grande clássico Argentina 0 x 0 Brasil, estádio superlotado. Nos 90 minutos jogados, uma oportunidade pra cada: Gil entrou pelo meio, ficou de cara com Fillol e perdeu pro ótimo goleiro; do lado oposto, Bertoni bateu livre, na linha da pequena área, e a bola riscou o rodapé do poste de Leão. Nada mais além de catimba, empurra-empurra e um 0 x 0 que levaria a classificação para a rodada derradeira, por número de gols feitos. 
 
  - Aí foi que se deu a malandragem. Os hermanos, matreiros, deram um jeito de fazer seu jogo contra o Peru depois de terminado o jogo do Brasil contra a Polônia, já sabendo o resultado e de quantos gols precisariam para se classificar. E deu-se a treta, a mutreta... 
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  Em Mendoza, dia 21, a seleção de Coutinho ganharia (3 x 1) da Polônia, com um gol de Nelinho de falta, aos 13 minutos, e dois de oportunismo de Roberto Dinamite no segundo tempo. Lato fez o gol polaco, na primeira etapa, empatando (1 x 1). O lance mais interessante foi o do terceiro gol brasileiro, aos 18 minutos, depois de Jorge Mendonça carimbar a trave por duas vezes, e Dirceu também (na sequência de um mesmo lance)... na sobra, Roberto guardou. O correto, e dava tempo para isso, era Parreira por o time inteiro no ataque, buscando fazer o maior saldo de gols possível, mas...  o time fechou-se, garantindo o resultado.   

  Com aqueles 3 x 1, a Argentina se classificaria (no lugar do Brasil) se goleasse com uma diferença de quatro gols na partida contra o Peru, uma hora depois, os platinos cientes do que precisavam fazer. E fizeram, de sobra, meia dúzia de gols. Com ou sem ‘dengo’ dos peruanos, foi 6 x 0 no placar. Os brasileiros no hotel, na frente da tevê, chiaram, falaram em armações tenebrosas e choraram (até hoje choram) pitangas.   
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  O jogo da mumunha
 
   Conta-se que o General Videla teria feito um acerto com o presidente do Peru, Francisco Morales Bermudez, oferecendo-lhe boa quantia em dinheiro e toneladas de trigo para que os peruanos amolecessem. Nunca ficou provado. Mas duas coisas acendiam suspeitas. A primeira caía sobre o goleiro Quiroga, nascido em território argentino, dupla nacionalidade e com atuações oscilantes, vacilantes. 
  
  A outra, e essa bem registrada, factual, foi a inesperada e estranha visita do general-ditador presidente Videla aos vestiários da equipe peruana, antes do jogo, segundo ele para ‘desejar boa sorte’ aos atletas. O veterano zagueiro e capitão Chumpitaz declararia depois: “era um tipo que nos metia um poco de miedo”.
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  Sem demonstrar medo, o time peruano até começou atacando, com Muñante e Oblitas acertando o travessão de Fillol antes dos 15 minutos, mas foram cedendo à pressão argentina e o primeiro tempo já terminava com Argentina 2 x 0 Peru – gols de Kempes e Tarantini.
 
  No intervalo caiu um toró daqueles e o gramado virou um charco na segunda etapa, com os peruanos arriados, sem pernas nem mais vontade, entregues. Ardilles, Luque, Tarantini e sobretudo o meia Kempes arrebentaram, dando um sufoco nos peruanos. Aos 27 minutos o placar já estava em 6 x 0, sobrando, e se precisasse naquele dia fazer 10 eles fariam. 

Estava escrito. Argentina na final. 
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 Bronze contra Itália 

 Invicta, tendo levado até então apenas um gol em toda a competição, o Brasil foi disputar o bronze, a terceira colocação contra a forte Itália do treinador Enzo Bearzot, que tinha Zoff, Cabrini, Gentile, Scirea, Antognioni, Bettega, Causio e um tal Paolo Rossi, ainda garoto. Jogo disputado, mas deu Brasil 2 x 1. Os italianos marcaram  primeiro, aos 38 minutos, Causio cabeceando ótimo cruzamento de Rossi. Antes do intervalo, Causio e Rossi acertaram o travessão de Leão, em duas chances claras de gol. 

 No intervalo, Coutinho fez duas substituições que viraram o jogo para o Brasil: Reinaldo no lugar de Gil e Rivelino (seu último jogo pela seleção) do de Cerezzo. Por volta dos 20’, Nelinho empatou com um chute antológico; pegou um balaço de pé direito, da intermediária, de tres dedos, e a bola fez uma curva incrível, parecia que ia sair lá pela bandeira de escanteio mas, de repente, mudou o rumo e entrou, com o goleiro Zoff estupefato, só espiando. Aos 27’, Dirceu acertou uma bomba de fora da área no canto de Zoff, fazendo 2 x 1, e o Brasil ainda levou uma outra bola na trave, numa cabeçada de Bettega. 

  O treinador Claudio Coutinho comemoraria a invencibilidade da equipe, para ele “campeã moral”. A seleção só voltaria a campo em maio de 79, ainda sob comando de Coutinho que, justiça se faça, foi quem primeiro escalou o quarteto maravilhoso de 82: Cerezzo, Falcão, Zico e Sócrates. Telê Santana assumiu o comando em 1980, depois da desclassificação do time na Copa América vencida pelo Paraguai.
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 - Você sabia? 

    Cláudio Coutinho, um teórico do futebol, foi pra seleção por conta de problemas pessoais, familiares do então treinador Osvaldo Brandão, muito querido pelos jogadores. Coutinho tornou-se o inventor do ‘coutinhês’ no futebol, criando termos como ‘overlaping’, ‘polivalência’, ‘processo evolutivo’, ‘ponto futuro’... Era um cidadão culto, letrado. Dava show nos microfones, respondendo fluentemente perguntas dos repórteres em espanhol, inglês, francês, italiano, alemão... 

  Em campo, diziam que ele inventava esquemas que os jogadores não entendiam; pôs Edinho (quarto zagueiro) de lateral, escorando Rodrigues Neto; às vezes lançava dois laterais direito em campo (Nelinho e Toninho), teve problemas com as contusões de Reinaldo, de Rivelino, de Zico, durante a competição. Roberto Dinamite chegou a entrar em campo no sacrifício. Mas foi ele que ajeitou aquele supertime do Flamengo Campeão da Libertadores e do Mundial, com Raul, Leandro, Mozer, Marinho, Junior, Andrade, Adílio, Tita, Nunes, Zico, Lico.    

  Ótimo mergulhador, atlético, Coutinho morreu ainda jovem, sem ver o título do Flamengo, estranhamente afogado, numa pesca submarina, uma de suas costumeiras diversões. 
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 A equipe de Coutinho 

 - Leão, Carlos e Waldir Peres (goleiros); Nelinho, Toninho, Rodrigues Neto e Edinho (laterais); Oscar, Amaral, Polozzi e Abel (zagueiros); Cerezzo, Chicão, Batista, Rivelino e Dirceu (meio-campistas); Gil, Zico, Roberto Dinamite, Jorge Mendonça, Reinaldo e Zé Sérgio (atacantes). 
  
  Para os críticos, já teria lugar para Sócrates e Falcão, que brilhariam em 82, além de Andrade, Adílio meio-campistas do Flamengo. 
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 Triunfo da raça portenha 

  O time da Holanda, pela cor vistosa da camiseta, continuava sendo a ‘Laranja Mecânica”, mas sem Cruijff e sem o treinador Rinus Michels (substituído por Ernst Happel) nem de longe seu futebol era aquele do Corrossel, em 74. Cruijff se recusara a jogar na Argentina dos ditadores, em protesto, declarou. Depois o acusaram de mercenário, queria muito dinheiro pra viajar e jogar. O lateral Breitner, da Alemanha, politizado, também não viajou, marcando sua atitude de condenação ao regime. O clima interno e externo no Plata pressionava por liberdades.

- Na antevéspera da final, o governo Videla cedeu a protestos e pedidos de entidades internacionais de direitos humanos e fez uma média, libertando o artista e ativista Adolfo Perez Esquivel, de 46 anos - depois Nobel da Paz em 1980 - da prisão militar de La Plata onde estava encarcerado desde 1977. 
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  Em campo, na tarde de um domingo, 25 de junho, para conquistar o título no Estádio Munumental de Nuñez, lotado, em Bueno Aires, depois de 120 minutos de jogo renhido, os argentinos correram e brigaram como feras em campo, e contaram com a sorte também.

 Aos 27’ do primeiro tempo, Kempes entrou rasgando pelo meio da defesa holandesa e desviou do goleiro Jongbloed, fazendo 1 x 0. Neeskens quase empatou no finalzinho da primeira etapa, Fillol salvou. O empate de 1 x 1 saiu aos 37 minutos do segundo tempo, numa cabeçada indefensável do grandalhão Nanninga. Fazia o 100º gol daquela Copa. 

Daí, a sorte – necessária aos vitoriosos - evitou que os holandeses vencessem e fossem os campeões. Aos 45 minutos, o atacante Rensenbrink escorou uma falta cobrada e acertou a trave direita de Fillol, o goleiro já vencido. Assim, a decisão foi para a prorrogação, onde prevaleceu a raça, a vontade dos argentinos e o desempenho destacado do meia Mário Kempes, que fez um gol e presenteou Bertoni pra fazer 3 x 1. Os europeus pareciam esgotados.

 Argentina Campeã do Mundo, com méritos, e Buenos Aires ensandecida, por uns dias esquecida das agruras políticas.    
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                                     Os Campeões do treinador Cesar Menotti:
- Fillol, Galván, Olguin, Passarela e Tarantini; Ardilles, Larrosa, Bertoni e Kempes; Ortiz, Luque e Housseman.  Mais Pagnanini, Gallego, Villa, Galván, Alonzo ...  

-  Maradona, com 17 anos, já empolgava mas ficou de fora, considerado ainda imaturo para uma copa daquelas, pesada. 

Mário Kempes, eleito o craque da copa, foi o artilheiro, com 6 gols marcados. 
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Curiosidades
- No dia 10 de maio, a menos de um mês da Copa, explodiu uma bomba no recém inaugurado Centro de Imprensa, matando um policial. O clima ficou ainda mais tenso, o medo de novos atos terroristas, e a segurança foi redobrada. 

- Rivelino, mesmo em fim de carreira e machucado, quando entrou em campo jogou tanta bola que encantou o garoto Maradona, que confessadamente o idolatrou, tentava imitá-lo em campo. Tornaram-se muito amigos, depois.

- Menotti, treinador da seleção argentina e fã do futebol brasileiro, disse em entrevista que aquela seleção de Coutinho decepcionava, não tinha criatividade, apenas ‘cumpria em campo as ordens táticas” do treinador. Tolheram o talento natural do jogador brasileiro, disse. 

 -  Cento e seis países se inscreveram para a disputa dos jogos eliminatórios da Copa de 78, um recorde surpreendente, já na gestão FIFA do brasileiro Havelange. Mais países inscritos do que o número então de afiliados da ONU. A força encantadora da bola, o futebol como esporte de integração global. 

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