A prática do futebol exige técnica, habilidade, inteligência,
força e alma. Às vezes a pegada física prevalece.
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Foram os ingleses que transformaram um brinquedo, o jogo de bola com os pés, em futebol (football = bola no pé ou pé na bola) - um esporte, cultura, fazer humano criativo e divertido, apaixonante.
Como? Criando e estabelecendo limites, delimitando as dimensões do espaço/campo de jogo onde se desenrolaria a disputa tendo o gol como objetivo, as traves, o tempo regulamentar, regras, trajes, condições e também uma arbitragem (apito e bandeiras auxiliares) para evitar ou conter brigas, tirar dúvidas, fazendo justiça aos contendores.
Isso no século XIX, quando as ‘batalhas’ com a pelota aconteciam livremente entre jovens universitários, depois espalhando-se entre os operários de fábricas, as periferias urbanas, ganhando o mundo.
Por conta disso, os ingleses se acham e dizem ser os pais, os criadores do futebol, hoje o esporte mais popular e fascinante do planeta, já integrado à chamada indústria do entretenimento, ‘business’, altos negócios. Uma evolução e tanto. Se muitas transformações aconteceram no decorrer do tempo, o objetivo e os fundamentos do jogo – a busca do gol, a briga pela bola, a lealdade na disputa – foram mantidos, preservados.
A intocada e absoluta imprevisibilidade da ‘deusa bola’ mantém o encantamento.
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A escola de futebol inglesa sempre privilegiou o jogo viril, com muito corpo-a-corpo, velocidade, bolas altas na área. Um verdadeiro culto à virilidade. “Futebol é pra homem”, dizia-se e repetíamos desde pequenos no calor da disputa, chegando junto em cada bola dividida.
E o que se viu na Copa da Inglaterra foi um futebol de muito contato físico, correria, ritmo intenso, confrontos com excessos, rachadas duras quase sempre sob a condescendência e permissividade de arbitragens europeias que mais pareciam orientadas a tolerar o jogo brusco e, com isso, evitar que equipes mais leves e talentosas como as latino-americanas (Brasil, Argentina, Uruguai...) se dessem bem e chegassem às finais.
Afinal, nas quatro copas anteriores (50, 54, 58 e 62) os sul-americanos tinham vencido três: o Uruguai em 1950 e o Brasil em 58 e 62. Os europeus estavam determinados a retomar a hegemonia, a todo custo.
Além do mais, os ingleses então já estavam no controle, tão almejado por eles, da FIFA, a entidade-mor do ‘esporte bretão’, desde 1955 com Arthur Drewry e a partir de 1961 sob a presidência de Stanley Rous, que ficou 13 anos no cargo.
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Apito decisivo
Com esse panorama e contexto, no inverno londrino chuvoso e frio de 1966, a Inglaterra sagrou-se Campeã Mundial, depois de uma final histórica, renhida e mais que polêmica contra a rival (inimiga de guerra) Alemanha, o título decidido na prorrogação com dois gols discutíveis (4 x 2) validados pelo árbitro suíço Gottfried Dienst.
O primeiro deles, aliás, nem existiu de fato, pois o chute do avante inglês Hurst acertou o travessão e a bola repicou no chão a um palmo fora da linha de gol, mas o soprador de apito e seu auxiliar russo, ‘convictos’, viram a bola quicar dentro, atrás da linha, validando assim o tento sob protestos dos alemães, que se descontrolaram em campo daí por diante. Não existia VAR e o lance, depois visto na tevê, até hoje gera resenha. Erro ou ‘acertos’ com a FIFA?
O segundo gol, no minuto derradeiro da prorrogação, foi um escândalo, porque o gramado, o campo de jogo já fora invadido por um grupo de torcedores ingleses comemorando o título, mas o gol, do mesmo Hurst, foi validado e fechou o caixão dos alemães. A Inglaterra, assim, ganharia o título pela primeira vez na história das Copas e sob os olhares e bençãos da Rainha Elizabeth (a Isabel II), essa mesma que faz pouco, em setembro 2022, nos deixou. Assim foi.
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Beatles e minissaia
Inglaterra, England (na língua inglesa) quer dizer ‘terra dos anglos’, ilha que sempre foi o centro do poder, a joia do grande império britânico que do século XVIII até metade do Século XX mantinha colônias e possessões territoriais em todos os continentes do planeta terra – Europa, Américas, África, Ásia e Oceania. O mundão não acabava pra eles.
A Ilha maior da Grã Bretanha tinha em 1966 uma população acima de 47 milhões de habitantes, mais ou menos a metade da população brasileira. Tempos áureos dos quatro jovens cabeludos de Liverpool, The Beatles, uma verdadeira revolução no mundo da música, com um jeito novo, diferente de tocar e cantar o rock, abrindo portas para o ‘pop’, transformando costumes e hábitos de gerações mundo afora.
Terra também da ousada estilista de moda Mary Quant, a criadora da minissaia, signo de uma era que se abria para a revolução sexual, a liberação feminina, o psicodelismo.
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Os Brasís de 66
O Brasil vivia seu primeiro governo militar depois do golpe de 1964. O marechal cearense Humberto de Alencar Castelo Branco, entre promessas de aberturas e atos institucionais autoritários, vivia seus piores momentos, às voltas com manifestações contra a ditadura nas ruas, protestos que mobilizavam sobretudo a juventude urbana escolarizada, e os rugidos internos da chamada ‘linha dura’ das Forças Armadas que exigia mais rigor, mais controle, maior repressão contra os movimentos da chamada esquerda ‘comunista’.
Os militares careciam de apoio, respaldo político da população. Viriam eleições (indiretas e fajutas) em outubro daquele ano para troca de comando, e o futebol, a ‘gloriosa’ seleção bicampeã do mundo serviria de instrumento, mecanismo de controle social, se bem usados politicamente. Logo, logo muitos apareceram dispostos a ajudar, embarcando no comboio ufanista, os manjados oportunistas de plantão.
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Nossa inflação girava em torno dos 38% /ano, o salário mínimo tinha aumentado em 27%, a 84 mil cruzeiros, vivíamos um clima de instabilidade política, econômica e social. Nas rádios, o Rei da Jovem Guarda Roberto Carlos cantava “Quero que vá tudo pro inferno”, sucesso, e em setembro a TV Record realizaria o primeiro Festival da MPB, vencido pela adocicada “A Banda”, do jovem Chico Buarque de Holanda, e pela canção de protesto “Disparada’, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, na voz aguda e possante de Jair Rodrigues.
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Em 25 de julho aconteceria o primeiro atentado (ato terrorista?) político da era militar, no Aeroporto do Recife, com duas pessoas mortas e 12 feridas. A bomba tinha como alvo o candidato a presidente, general Arthur da Costa e Silva que, no momento da explosão, estava em João Pessoa por conta de uma pane no avião que o transportava.
Acendia-se o estopim de uma guerra camuflada e suja entre os chamados “milicos” e a banda da esquerda radical que optara pela luta armada, o que resultou no AI-5 (em dezembro de 68), com o recrudescimento repressivo da ditadura militar, a vigência dos anos de chumbo grosso. Costa e Silva, candidato da linha dura do Exército, foi eleito em 3 de outubro de 66 o segundo presidente do regime militar, com voto favorável de todos os deputados e senadores de plantão, à serviço.
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Bagunça e interesses
“Nunca tantos erraram tanto em tão pouco tempo. Parecia até que toda a experiência acumulada nas campanhas de 1958 e 62 de nada servira”.
Anotava o jornalista Oldemário Touguinhó, à época.
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Com ‘aconchambramentos’ nefastos entre o comando da CBF (João Havelange era o presidente da entidade), federações estaduais, governadores, dirigentes de clubes e a politicagem (engravatada e fardada) convocaram inicialmente para o período de treinamentos da seleção 45 jogadores que formavam quatro times: o verde, o amarelo, o azul e o branco – as cores da bandeira.
Se com 22 a briga pela titularidade já abala o grupo, imaginem com 46 (chegaria ainda Amarildo, que atuava no Milan da Itália, logo cortado por lesão). Mas era preciso agradar, atender a interesses vários, tirar proveito da camisa, dos atletas, exibi-los como troféus – e tome-lhe babas em Caxambu, Lambari, Três Rios, Teresópolis, Niterói, Amparo, Campinas, Serra Negra... os jogadores cansados e estressados com tanta pelada inócua, hotéis, viagens, concentração, exposição... o ambiente do grupo inchado ia ficando cada dia mais pesado. E acrescentaram mais um tour de duas semanas em cidades e gramados europeus, antes de chegar na Inglaterra.
O resultado é que depois de mais de três meses dessa estranha e exaustiva ‘preparação’ estreamos na Copa sem uma equipe, sem um time definido, nenhuma estratégia ou sistema de jogo, tampouco conhecíamos o jeito de jogar dos adversários.
Havelange, por ciúme, vaidade e ambição (já de olho na presidência da FIFA) tinha alijado Paulo Machado de Carvalho, o Doutor Paulo, do comando; ele próprio presidiria a delegação brasileira na Europa. O competente fisicultor Paulo Amaral fora substituído pelo preparador de judocas Rudolf Hermany, que nada entendia de futebol mas era genro de Havelange.
Muitos atletas chegaram na Inglaterra estafados mentalmente, descontentes, desconfiados e com músculos estourados. Feola, o treinador, debilitado e envelhecido, parecia sonhar, delirar com 58, saudosista, apostando ainda nos veteranos da Copa da Suécia, oito anos passados, e já não se entendia com o diretor de futebol Carlos Nascimento, que peruava na escalação do time.
A única preocupação demonstrada pela equipe técnica, às vésperas da competição, era saber quem jogaria ao lado de Pelé - se Tostão, Servílio, Parada, Silva, Jairzinho, Alcindo ou Amarildo ... Mas o fato é que Pelé desembarcou no cenário da copa com o joelho estourado, com edemas, e passava mais tempo na enfermaria (haja bolsa de gelo e toalha quente) do que treinando.
E era nele, o Rei, em fase exuberante, que se depositavam todas as esperanças e responsabilidade pelo êxito da equipe. Garrincha estava quilos acima do peso, aos 32 anos, com artrose nos joelhos, fruto de infiltrações, totalmente fora de ritmo e às voltas com o alcoolismo. Não era mais nem a sombra daquele Mané de 62.
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Duas semanas antes da viagem para Europa sairia o primeiro listão com 13 cortes, reduzindo o grupo, enxugando a delegação mas gerando desconforto no grupo de atletas, um bombardeio na imprensa e muito tititi entre os ‘interessados’ nesse e naquele jogador de seu clube de preferência. Na lista, alguns nomes eram tidos como incontestáveis, a exemplo de Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Dudu, Parada, Paulo Borges, Flávio... Outros cortes aconteceriam em cima da hora, na boca da Copa, causando mais intrigas, inseguranças... E nenhuma definição de time titular.
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Tropeços e fiascos
Do jogo de estreia contra a Bulgária ficou a lembrança da derradeira partida de Pelé & Garrincha juntos. Cada um deles fez um gol, um em cada tempo, ambos cobrando falta nas proximidades da área adversária (2 x 0 justo, mas sem brilho).
Os búlgaros pegaram pesado. Garrincha se arrastou em campo e Pelé findou com o joelho ainda mais estropiado, a ponto de não ter condições de jogar a próxima, contra a Hungria. Ficou no hotel, em tratamento intensivo, espiando pela tevê, sofrendo com a derrota.
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Invencibilidade quebrada
Há 12 anos e 13 jogos não perdíamos em jogos de Copa. A última derrota tinha acontecido em 1954, exatamente contra a Hungria, aquele time maravilhoso de Puskas e Kocsis, 4 x 2 e pancadaria no final em gramados suíços. Djalma Santos esteve em campo nas duas partidas. A Hungria de 66 não tinha a mesma qualidade daquela outra, mas nos surpreendeu naquele 15 de julho em Liverpool pela força física, um futebol coletivo dinâmico e muita velocidade, sob um céu cinzento e num gramado pesado.
Logo aos dois minutos o arisco Ferenc Bene driblou com quis o lateral esquerdo Paulo Henrique, deixou sentados os zagueiros Altair e Belline (já no ocaso) e bateu no canto de Gylmar. O garoto Tostão, que entrara no lugar de Pelé, empatou aos 14 minutos, pegando um rebote de canhota, de prima, acertando o ângulo. Bonito gol, mas na segunda etapa os brasileiros boiaram e a Hungria voava em campo. Aos 9 minutos Farkas completou de ‘sem pulo’ um cruzamento da direita, em rápido contragolpe, e aos 19’ Meszoli bateu o martelo, cobrando um pênalti indiscutível – 3 x 1.
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Atropelo dos gajos
Ainda chorando pela derrota, gelo, calor e aplicações no joelho, Pelé garantiu que jogaria de qualquer maneira contra Portugal. Não estava curado.
Feola trocou meio time, tirou Garrincha, arriscou, mas naquele 19 de julho, uma noite de terça-feira, quase 60 mil torcedores presentes no Estádio Goodison Park, em Liverpool, presenciaram a ótima seleção portuguesa de Eusébio, Coluna e Simões atropelar literalmente o time brasileiro, com Pelé caçado e sem forças em campo: -incontestáveis 3 x 1.
Foi um massacre. Os irmãos ‘portuga’ sobravam fisicamente, ganhavam as divididas, os rebotes, no corpo a corpo e na velocidade cada lance. O primeiro gol foi de Simões, após cruzamento de Eusébio e um tapinha do goleiro Manga, inseguro, ajeitando só a bola pra cabeçada fatal. Dez minutos depois, novo cruzamento na área brasileira, Manga ficou plantado e o grandalhão Torres subiu mais do que Brito, testou e Eusébio tratorou em cima de Orlando completando também de cabeça – 2 x 0.
A esperança era Pelé na frente, mesmo em más condições. O Negão tentou de tudo mas, por volta dos 30’, por via das dúvidas, o malvado zagueirão Moraes tratou de fazer o ‘serviço sujo’, bem urdido, aplicando dois pontapés no joelho bichado do Rei num mesmo lance, na cara do árbitro, tirando-o praticamente do jogo. O soprador de apito nem deu bolas. Pelé saiu carregado, fez uma punção no joelho no intervalo, só voltando a campo aos cinco minutos do segundo tempo, capengando, postando-se isolado pelo lado esquerdo (ainda não se permitiam substituições).
O lateral Rildo até diminuiu, em bela arrancada pela canhota (2 x 1), mas o fenomenal moçambicano Eusébio, artilheiro da Copa (com 9 gols, quatro em cobrança de pênaltis), fechou com estilo o placar em 3 x 1, aos 40 minutos, num chutaço enviesado da direita, entre Manga e a trave. Estávamos fora da Copa.
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Vale recordar aquele belo time de Portugal, treinado pelo brasileiro Otto Glória: José Pereira, Batista, Moraes (o carniceiro), Vicente (quarto-zagueiro negro, clássico) e Hilário; Jaime Graça e Coluna (o cérebro do time, camisa 10, também moçambicano); José Augusto, Eusébio (em estado de graça, assombroso!), Torres e Simões.
O Brasil atuou nesse jogo com Manga, Fidélis, Brito, Orlando e Rildo; Denílson e Lima; Jairzinho, Silva, Pelé e Paraná.
Foi uma experiência dolorosa, mas que amadureceu alguns jogadores como Gérson, Tostão, Jairzinho, Brito, o menino Edu (17 anos) e até o próprio Pelé, todos fundamentais em 1970, no México.
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No final das contas, catando os molambos, Pelé ponderou: “Nosso maior erro foi nunca ter tido um time-base”
Garrincha foi além, irreverente: “Foi a maior palhaçada, a gente nunca sabia quem mandava, se o Carlos Nascimento ou o Feola”.
Jairzinho, ainda garoto, estreante em copas: “Bateram todo tempo, como nunca vi, em Pelé e Garrincha; parecia programado”.
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Sulamericanos fora
Com o Brasil de volta pra casa, nocauteado, restava dar um jeito de mandar a escanteio os outros dois sul-americanos que poderiam jogar água no chope europeu: uruguaios e argentinos, ambos nas quartas de final.
O Uruguai enfrentaria a Alemanha Ocidental, então providenciaram um árbitro inglês para apitar o jogo, um certo Mister Finney. No mesmo horário, a Argentina encarou a Inglaterra, com a presença da Rainha Elizabeth e sob a (im)parcialidade do árbitro alemão Kreitlein, que marcava tudo em favor dos ‘donos da casa’ e advertia, dedo em riste, os ‘hermanos’ do Plata.
Resultados da lambança: - No Alemanha Ocidental 4 x 0 Uruguai teve bola rebatida de mão pelos alemães em cima da linha de gol - após cabeçada fatal de Rocha, que abriria o placar - mas o árbitro só marcou escanteio; aconteceram gols germânicos ‘fantasmas’, e dois uruguaios terminaram expulsos ... Claro, nossos vizinhos do sul saíram de campo bradando, falando em conspiração.
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No outro confronto, Inglaterra 1 x 0 Argentina, com um gol de cabeça de Hurst a 10 minutos do final, quase não se viu futebol.
Nos meados do primeiro tempo o árbitro alemão já tinha advertido três argentinos, em faltas normais de jogo, ameaçando-os de expulsão. Daí, num cento momento, o ‘milongueiro’ capitão Rattin, esquentado e injuriado, resolveu interpelar o soprador de apito, seguindo-o pelo campo inteiro, dizendo-lhes alguns leros que o alemão não compreendia, mas... irritado com a ‘sombra’ e renitência de Rattin, o mandou para o chuveiro.
Só que Rattin, que não era flor que se cheire, argumentou que estava apenas solicitando um intérprete para poder ‘dialogar’ com o juiz, e se recusou a sair de campo. A partida ficou paralisada por mais de 10 minutos, a polícia britânica foi acionada e o capitão argentino retirou-se enfim caminhando bem devagar, xingando em castellano.
Por fim, com um tapa arrancou e amassou (teria mesmo cuspido?) a flâmula do pau da bandeira, com as cores da Inglaterra, na esquina do campo. Era como se a rainha tivesse sido desrespeitada diante de seus súditos. Indignação geral. O resto da partida foi melado, catimbado, com troca de pontapés e empurra-empurra até depois do apito final.
Sul-americanos fora, please, como estava no script.
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Virada moçambicana
O jogo mais surpreendente da Copa 66 foi o Portugal 5 x 3 Coreia do Norte, pelas quartas de final, de virada, com os moçambicanos-portugueses Eusébio e Coluna arrebentando. Os coreanos, que todos imaginavam ser apenas uma bolacha quebrada, já tinham vencido de modo surpreendente a tradicional Itália (1 x 0) na fase classificatória, mandando os italianos d