Ainda bem que a equipe tem ‘gordura’, sobra de pontos ganhos e continua na vice-liderança
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
31/08/2022 às 23:53
Ponte Preta 2x0 Bahia
Foto: Luciano Claudino ECB
Erros recorrentes em bolas altas defensivas, lentidão na saída de bola e sobretudo inapetência para o jogo pegado, falta de competitividade, jogadores se escondendo, correndo das divididas. Esse foi o quadro da derrota, sem desculpas, do Tricolor em Campinas (2 x 0 Ponte Preta), com a Macaca sobrando em vontade, em disposição física, impondo-se. Um Bahia apático fora da Fonte Nova, sem pegada.
Ainda bem que a equipe tem ‘gordura’, sobra de pontos ganhos e continua na vice-liderança, mesmo com a derrota. Mas o treinador precisa acordar, sacudir o elenco, cobrar de alguns atletas que parecem dormir ou não querer jogar fora de casa ou quando a partida exige mais disputa corpo-a-corpo.
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Classificação
- Cruzeiro lidera, com 58 pontos; Bahia é vice-líder ainda com 47 ; Vasco (45), Grêmio (44) – os quatro primeiros colocados. Na cola: Londrina (41), Sport Recife (40) e Tombense (39)
A rodada segue.
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Em Campinas
- Noite bem fria em São Paulo (17 graus no começo da partida), o estádio Moisés Lucarelli com espaços vazios... Jogo valendo pela 27ª rodada da competição, o Bahia ocupando a vice liderança (47 pontos), a Ponte em 12º lugar, com 33 pontos, em fase crescente, há 4 jogos sem perder em casa.
- A Ponte Preta, ‘Macaca’ campineira, de branco com a faixa na camiseta/diagonal preta; O Bahia com seu padrão dois, camisas listradas, calções em azul...
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Com bola rolando ...
- Logo no primeiro minuto, Davó apertou na saída de bola do goleiro Caíque, roubou a bola e viu Jacaré chegando de frente; pressionado, o chute saiu errado. A resposta, aos 3’, após uma pressão da Ponte: Leo Naldi pegou da entrada da área, forte e rasteiro, Clauss só olhou e a bola riscou no rodapé da trave. Dado o recado. Começou animado, lá e cá, ofensivo e pegado.
- Aos 9’, Jacaré puxou um contragolpe, velocidade, enfiou na direita para Davó, que demorou de decidir e chutou em cima do zagueiro. A Ponte mais intensa, competitiva, tentando se impor, empurrar os visitantes pra trás, insistindo nas bolas alçadas na área baiana e chegando forte nas divididas. Jogo duro. Muito perde e ganha no meio campo.
- Aos 32’, nova arrancada de Davó pela direita, entrou na área e bateu cruzado, fraco, nas mãos do goleiro. Aos 36’, bom cruzamento de Luiz Henrique da esquerda para Davó chegando na direita, bola espirrada na linha de fundo. Aos 41’, Formiga puxou contragolpe pela direita, cruzou bem, Ignácio salvou na pequena área, mas a bola passou perto do poste de Clauss, com perigo.
- Gol ! 1 x 0 Ponte, Wállisson, de cabeça, depois de mais uma bola alçada da esquerda, antecipando-se a Luiz Henrique, testando da linha da pequena área, pra baixo, no canto. Aos 43 minutos. Na insistência.
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Um primeiro tempo em que a Ponte superou o Bahia por conta de sua pegada forte, pela briga, pela vontade, correria, ganhando as divididas na raça. Jogo pegado... então Danielzinho some, não divide, não pega na bola, apático. Goulart também apagado e Patrick correndo á toa. Davó, em dois contragolpes, poderia definir mas corre sempre com a cabeça enterrada no chão e desperdiça as jogadas. Também, foi a única jogada ofensiva de perigo, o lançamento pra velocidade de Davó na direita.
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No intervalo, Enderson trocou Ricardo Goulart, sem pegada, por Igor Torres, mais ofensivo mas pesadão. Jacaré caiu na esquerda. A Macaca voltou no mesmo pique, marcando em cima, sem dar espaços para a troca de passes do Tricolor, num ritmo intenso.
- Aos 4’, Marcinho cobrou escanteio da direita, Gabriel Xavier testou forte, de frente, tirando tinta do travessão. Na sequência duas finalizações, pressão do Bahia, Caíque salvou, evitando o empate. Aos 7’, resposta da Macaca, a defesa baiana safou-se no sufoco. O mesmo lá e cá.
- Gol ! 2 x 0, Lucca, de cabeça, aos 8 minutos, após cobrança de escanteio da esquerda. A bola desviou na primeira trave e, do lado oposto, o artilheiro da Ponte (ex-Bahia) testou livre. Aí ficou difícil.
- Saiu Luiz Henrique (hesitou na marcação nos dois gols e estava com a cabeça machucada), entrou André. Marcinho foi pra lateral esquerda. Depois, saíram Daniel (omisso, apagado) e entrou Marco Antonio; Jacaré, por Mugni.
Com dois gols de vantagem, a Ponte fechou-se atrás inteira, lutando e apostando num contragolpe para fechar o caixão. O Bahia, com as modificações, variou seu jeito de jogar, trocando passes mas com dificuldades de penetração, raras finalizações. Aos 34’, boa trama e chute de Marco Antonio, travado. Outra tentativa, na sequência, bola fora, desviada.
A Macaca continuava em cima, disputando no corpo cada lance, ganhando as divididas. Mesmo perdendo, o Tricolor continuava saindo com lentidão da defesa para o ataque, muitas vezes entregando a bola ao adversário. Um time sem força física e mental, sem poder de reação. Aos 43’, Igor Torres e Davó, de frente, livres na grande área, desperdiçaram duas boas chances de golear.
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Destaques
Disputaram o jogo: Marcinho, Ignácio, Gabriel Xavier, Rezende, Jacaré... a correria inócua de Davó. Ênderson escalou errado, sem avaliar bem a característica do adversário, foi engolido por Helio dos Anjos. A raça da equipe campineira.
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Escalações
- Ponte Preta assim escalada pelo treinador Hélio dos Anjos: Caíque, Formiga, Matheus Silva, Fábio Sanches e Artur; Felipe Amaral, Leo Naldi, Walisson (Nicolas) e Elvis; Fessim (Barcia) e Lucca.
- O Bahia de Ênderson Moreira: Clauss, Marcinho, Ignácio, Gabriel Xavier e Luiz Henrique (André); Patrick (Copete), Rezende, Daniel (Mugni) e Goulart (Marco Antonio); Jacaré (Igor Torres) e Davó.
- Arbitragem de Santa Catarina (de novo?), com VAR. Rafael Tracci no apito.
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Pela 28ª rodada, no sábado, 3 de setembro, às 19h, o Tricolor recebe o Tombense, na Fonte Nova.
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No outro jogo da rodada, Vasco da Gama 2 x 1 Guarani de Campinas, no Rio.
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Pela Série C, o Vitória joga no domingo, no Barradão, contra o ABC de Natal.