ZedeJesusBarreto comenta o jogo entre Sampaio Corrêa 2x0 Bahia
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
10/08/2022 às 08:31
Sampaio Corrêa 2x0 Bahia
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No Castelão, onde o time da casa não perdeu ainda, o Bahia não jogou nada e perdeu de 2 x 0 para o murrinha e perigoso Sampaio Corrêa. O time do treinador Enderson Moreira teve dificuldades com o gramado fofo, com a correria do adversário e esbarrou na marcação dura, uma característica dos maranhenses. O Tricolor pouco criou, mal finalizou. Resultado justo.
A despeito do jogo ruim e do mau resultado, o Bahia até que deu sorte na rodada, por conta da derrota do Vasco e da vitória, de virada, do Cruzeiro, e manteve-se no terceiro lugar na tabela de classificação, com 40 pontos. Mas foi uma atuação apagada e preocupante.
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Em São Luiz do Maranhão
- Noite de terça, tempo bom, lua gorda, estádio Castelão, público pequeno mas barulhento (menos de 3 mil pessoas), gramado pesado, fofo, saindo tufos, muito castigado (teve show de música no fim de semana), bola quicando, iluminação precária num setor, jogo valendo pela 23ª rodada.
- O time maranhense, então invicto em São Luís (8 triunfos, dois empates), com 29 pontos ganhos, ocupando o 7º lugar; uma equipe que faz gols, segundo ataque mais positivo, com o artilheiro Poveda, o conhecido Catatau e o arisco Pimentinha fazendo a diferença em casa.
- O Tricolor baiano - 4 jogos em 11 dias - defendendo a vice-liderança, com 40 pontos ganhos. O jogo em Salvador, na Fonte Nova, não foi fácil: 1 x 0 Bahia.
- O Sampaio Corrêa é chamado pelos torcedores maranhenses de “Bolívia Querida” por conta das cores vistosas do uniforme, idênticas às da bandeira do país vizinho – verde, vermelho e amarelo. O Bahia em campo com sua beca branca, calções azuis.
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Com a bola rolando ...
- A partida começou muito estudada, cautelosa. O Sampaio é uma equipe que atua muito agrupada, tem pegada forte. O Tricolor tentando trocar passes, no chão, com mais posse de bola; e chegou primeiro, pela esquerda, com Matheus Bahia cruzando da esquerda. O time da casa explorando a velocidade de Pimentinha, na direita. Muita marcação e pouca criação.
- Aos 18’, Daniel levantou uma cobrança de falta, Rezende ganhou pelo alto, a bola bateu no alto do travessão. Aos 20’, Poveda bateu de longe, fraco, nas mãos de Danilo Fernandes. Aos 24’, Daniel recebeu livre, na área inimiga, tentou colocar, a bola desviou na zaga. O Bahia trabalhava mais e melhor a bola, o Sampaio apostava nos passes longos, na velocidade dos contragolpes.
A primeira chance mais clara foi do Sampaio; Poveda ficou cara a cara, Danilo Fernandes saiu bem e salvou, aos 30’. Na sequência, uma bomba de André Luis, da intermediária, queimando o travessão. Aos 43’, Pimentinha ganhou de Matheus Bahia uma bola esticada e foi derrubado na área por um estabanado Daniel, que chegava na cobertura. O árbitro deu o pênalti.
- Gol ! 1 x 0 Sampaio Corrêa! Aos 44 minutos. Poveda, o artilheiro da competição, bateu bem sem defesa.
O Bahia teve mais presença, volume de jogo, porém o “Bolívia querida” foi mais objetivo, teve as melhores chances de gol, sabe e soube jogar no gramado pesado, por isso vem vencendo seus jogos em casa. 1 x 0 no primeiro tempo.
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Enderson pôs Jacaré e Mugni, no intervalo. Mas o Bahia levou o segundo gol logo no começo da segunda etapa. Bola alçada, a defesa vacilou na marcação e André Luis testou no canto: 2 x 0.
O que se viu, a partir daí, foi um Bahia nervoso e desarrumado, tentando a todo custo e dando espaços para os contra-ataques do adversário, vulnerável, falhando na marcação. Assim, quase levou o terceiro num contragolpe do Sampaio, usando a correria, mais inteiro. O Tricolor lutava, mas não chegava, perdido, sem mais acompanhar o ritmo intenso do inimigo. O goleiro maranhense não era exigido.
- Aos 27’, depois de outra jogada de Pimentinha, o Sampaio desperdiçou duas chances seguidas, claras, limpas, de ampliar.
Enderson fez as cinco substituições, mas nada dava certo. Em campo, um Bahia sem forças e sem criatividade, não agredia. O Sampaio bem posicionado, marcando forte, sobrando fisicamente e muito mais perigoso, nos contragolpes.
Depois dos 30’, os maranhenses administraram, travaram, ganharam tempo (com faltas e substituições), garantiram a vantagem. Só aos 46’, o goleiro Gabriel Batista teve de trabalhar bonito, espalmando um bom chute de Marcinho, da entrada da área.
Pelo que produziram as equipes, placar mais que justo.
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Destaques?
- Pimentinha, individualmente, o mais perigoso. E o sistema defensivo, a marcação do Sampaio.
No Bahia ... a luta de Rezende. Nulidades, muitas, sobretudo o meio-campista Daniel, o colombiano Rodallega, fora de forma, sem tempo de bola.
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Escalações
- Sampaio Corrêa do treinador Leo Condé: Gabriel Batista, Mateuzinho, Alan Godói, Joécio e Pará; André Luis, Ferreira e Rafael Vila; Pimentinha, Poveda e Catatau.
- Bahia: Danilo Fernandes, André (Marcinho), Ignácio, Didi e Matheus Bahia; Rezende, Emerson (Mugni) e Daniel (Davó); Igor Torres (Jacaré), Rodallega (Ederson) e Copete. Treinador, Ênderson Moreira.
- Arbitragem, com VAR, do Paraná; no apito, José Mendonça da Silva Jr.
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O próximo jogo do Tricolor é contra o Ituano, na Fonte Nova. Sexta-feira, dia 12, às 21h30, pela 24ª rodada.
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Outros jogos da rodada na noite de terça:
- Ituano 4 x 1 Sport Recife; Grêmio 5 x 1 Operário; Ponte Preta 2 x 1 Vasco da Gama;
CSA 1 x 0 Brusque; Londrina 1 x 2 Cruzeiro; Tombense 0 x 0 Vila Nova. (a rodada segue)
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Pela Série C
O Vitória decide sua sorte na competição na última rodada da primeira fase, classificatória, em casa (no Barradão), contra o Brasil de Pelotas/RS. Todos os jogos da rodada acontecerão sábado, dia 13 de agosto, no mesmo horário – 17h.
Espera-se público recorde e um triunfo com gols suficientes que classifiquem o Rubro-negro para a fase seguinte da competição. Todos de olho nos concorrentes diretos, Remo e Aparecidense, também na briga, com o mesmo número de pontos do Leão.
É, sem dúvida, a partida mais importante do Vitória, até aqui, nesta temporada. O torcedor Rubro-Negro está empolgado, acredita. O time está invicto desde a chegada do treinador João Burse. Competente e pé quente.
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A bola e a vida
Dois toques de classe do craque Tostão, como nos tempos em que enfrentou e jogou ao lado de Pelé, ambos inteligência pura em campo. Tostão é colunista de esportes da Folha de São Paulo:
- O futebol comporta várias estratégias, desde que seja bem executado o que foi planejado e que haja atletas com talento.
- O futebol e a vida são complexos. Nós é que tentamos simplificá-los, com racionalizações e pretensa sabedoria.