A Chape fez 1 x 0 aos dois minutos, teve um jogador expulso aos 7 e soube levar o jogo na manha, na catimba, no antijogo e na aplicação defensiva até o final, batendo o até então invicto Bahia diante de cerca de 25 mil devotados torcedores sem acreditar no viam das arquibancadas da Fonte Nova. Muita animação e depois decepção, vaias no final.
O Tricolor jogou o tempo inteiro na intermediária do adversário, finalizou 24 vezes (a maioria sem muita convicção), tentou de tudo mais na vontade que na técnica, meteu duas bolas na trave, mas... escancarou também suas deficiências, bem conhecidas; como falta de técnica individual, de jogo coletivo objetivo, de inteligência... e alguns jogadores estão de fato abaixo do nível exigido ao atleta profissional de uma equipe que já foi campeã brasileira: abusam de passes errados, dominam a bola com dificuldades, cometem faltas estúpidas, mostram descontrole emocional, falta de malícia, até mesmo covardia nalguns lances mais duros.
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O Tricolor continua com 25 pontos, na vice-liderança da competição (poderia ter dormido líder, caso vencesse), mas a rodada apenas começou e a depender de outros resultados pode perder posições, embora esteja garantido de toda sorte entre os quatro primeiros.
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Na Fonte Nova
- Começo de noite de terça, clima de outono quase inverno, lua cheia, arquibancadas com mais de 25 mil ... Piso relvado nos trinques.
- O Tricolor entrou em campo para defender a invencibilidade e os 100% de aproveitamento em casa, de olho numa possível liderança, com 25 pontos ganhos, e três triunfos seguidos. O Chapecoense, vindo de uma derrota em casa, de virada, para o Criciúma, com apenas 12 pontos ganhos, lutava para fugir da zona da degola, no desespero. Conseguiu.
- O Bahia de uniforme B, camisas listradas, calções em azul escuro; e a Chape de branco com detalhes em verde.
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Com bola rolando
- Gol ! 1 x 0 Chapecoense, logo aos 2 minutos. Cruzamento de Thiago Real, da direita, na pequena área Chrystian (ex-Bahia) antecipou-se a Borel e testou no canto, sem defesa.
Os visitantes surpreenderam, na primeira vez que foram à frente, aproveitando-se de um Bahia ainda sonolento, ainda no vestuário, sem entrar no jogo.
- Olhe o VAR ! aos 7 minutos, Perotti deu uma entrada violenta na canela de Ignácio, numa dividida na intermediária do campo da Chapa. O árbitro deu de pronto o cartão amarelo mas foi chamado pela arbitragem de vídeo, foi ver o lance na telinha e decidiu expulsar o atacante da equipe visitante. O Bahia faria o restante do primeiro tempo e metade do segundo com a vantagem de um atleta a mais em campo. A partida, em função disso, ficou parada por mais de quatro minutos. O jogo ficou duro, pegado e os jogadores da Chapecoense começaram a travar, melar, cair, ganhar tempo... catimbar. A arbitragem, pusilânime, sem autoridade, em maus lençóis.
- Aos 16’, Rodallega deixou Rildo de cara, mas o atacante concluiu desequilibrado, por cima. O Bahia inteiro na pressão, mais na vontade que na técnica. A Chape brigava, chegando junto e provocando paralizações, sem pressa, reclamando, simulando, abusando do antijogo. Muita falta e bate-boca em campo. Aos 23’, uma cabeçada de Patrick, desviou em Davó, fora.
Aos 34’, Davó investiu pela canhota e cruzou, a zaga salvou na pequena área, nos pés de Rodallega. Aos 40’, Rodallega executou uma bela cabeçada e acertou a trave. Minutos depois, Djalma tentou, por cima. Aos 46’, Rildo bateu de dentro da área, um peteleco nas mãos do goleiro. O árbitro acrescentou sete minutos ao tempo normal.
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O primeiro tempo foi uma pelada. O gol da Chape no começo e a expulsão do atacante fizeram mal ao andamento do jogo. Um time só tentou jogar, alugou o meio campo, mas não teve qualidade para golear. O outro, em vantagem no placar, abusou do antijogo para segurar, manter o placar. O time da Chapecoense fez apenas uma finalização na primeira etapa, chegou apenas uma vez na área do Bahia, e fez. Daí... bola furada.
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No intervalo, com um a mais em campo e perdendo o jogo, Guto trocou três: Jacaré, Luiz Henrique e Rezende em campo. A equipe ficou muito mexida, mais ofensiva porém desarrumada. Ao tudo ou nada, pois. Aos 8’, após cobrança de escanteio, Rezende testou firme, no travessão. A segunda. Na sequência, Jacaré disparou da esquerda, o goleiro Vagner rebateu, salvou.
Por volta dos 10 minutos, a chuva chegou, fria e fina, a torcida animada, incentivando, haja pressão. Aos 12’, escanteio da direita, cabeçada de Luis Otávio, livre, pra fora. Aos 15’, Jacaré foi derrubado pelo goleiro, na entrada da área, o VAR foi usado e assinalou impedimento do atacante. Chance pra muita catimba, sujeira, empurra-empurra e jogo parado. O Bahia atuava inteiro no campo inimigo, mas... o tempo passava e nada de gol, nenhuma jogada diferenciada, a estrela não brilhava.
Aos 20’, Patrick expulso, segundo cartão amarelo (não é a primeira nem segunda vez que isso acontece; não joga nada e faz bobagem, prejudica). As duas equipes, pois, em condições iguais, com 10 atletas em campo. Mas a Chape não saiu, não se abriu, fechou-se atrás, defendendo-se com bravura e manha. Saiu Davó, entrou Gabriel, zagueiro.
- Aos 27’, o Tricolor entrou tabelando pelo meio, Rildo foi travado na hora do arremate. Aos 30’, Guto colocou Raí no lugar de Borel, vaiado na saída. Aos 38’, Rildo entrou pela esquerda costurando e bateu de bico, no chão, para defesa salvadora de Vagner. Aos 40’, novamente Rildo, de fora, defesa de Vagner. Aos 41’, pancada de Jacaré, pra fora. Nada mais aconteceu.
- O Bahia finalizou 24 vezes, a maioria das tentativas sem precisão, sem convicção. O goleiro Danilo Fernandes não fez uma defesa mais trabalhosa no jogo inteiro. Mas futebol é assim...
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Destaques
- Mais que tudo a entrega, a pegada e a manha dos visitantes. O goleiro e a dupla de zaga Leo e Victor Ramos garantiram o triunfo.
- No Bahia, as trapalhadas de Borel, a irresponsabilidade e incompetência de Patrick, a mediocridade e covardia de Danielzinho, o apagão de Davó, Djalma... A péssima postura coletiva da equipe. Falta o craque.
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Escalações
- O Bahia escalado por Guto Ferreira: Danilo Fernandes, Borel (Raí), Ignácio (Rezende), Luis Otávio e Djalma (Luiz Henrique); Patrick, Mugni (Jacaré) e Daniel. Davó (Gabriel), Rodallega e Rildo.
- Chapecoense do técnico Gilson Kleina: Vagner, Pablo, Leo, Victor Ramos e Fernando; Pablo Oliveira, Marcelo Freitas e Thiago Real; Dereck, Chrystian e Perotti (expulso). (Kevin, Betinho, Éderson, Frazan, Guilherme Rend)
- Arbitragem paulista, com VAR; no apito, Douglas Marques das Flores (fraco, sem pulso, envolvido pelos jogadores mais rodados e catimbeiros).
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- Na próxima rodada/14ª da Série B, o Bahia recebe o Novo Horizontino, no sábado, dia 25, às 16 h, na Fonte Nova.
- Antes, dia 22, também na Fonte Nova, o Tricolor encara o Athlético do Paraná, valendo pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
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Pela Série C, o Vitória recebe o Botafogo de Ribeirão Preto/SP no Barradão, domingo, dia 19, às 17 h, valendo pela 11ª rodada da competição.