ZédeJesusBarrêto comenta que foi um bom teste para a seleção de Tite
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
06/06/2022 às 10:46
Neymar Jr vibra
Foto: Lucas Fig/CBF
Só com outro gol de Neymar cobrando pênalti (1 x 0), no segundo tempo, o Brasil conseguiu varar o bloqueio defensivo do aplicado time japonês, em Tóquio. Um bom teste, difícil, para a Copa do Mundo, onde a equipe brasileira vai encontrar também equipes bem fechadas, competitivas e duras. Tite tentou de tudo, mudou jogadores e jeito de jogar para conseguir mais um triunfo e manter a equipe invicta.
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Em Tóquio
- Belíssimo estádio, tapete verde, arquibancadas cheias, torcedores de máscaras, chuva caindo e temperatura baixa (16 graus).
- O hino nacional brasileiro cantado por uma intérprete japonesa (soa muito estranho) e o hino japonês por um homem.
- O Japão está na Copa do Catar, no grupo da Espanha e Alemanha. O Brasil nunca havia perdido dos japoneses.
- Os donos da casa com vistosa camisa em tom azul, nós de amarelo. O jogo já com a bola que será usada na copa.
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Com bola rolando ...
- Logo com 1 min, Paquetá acertou a trave depois de boa trama coletiva e um passe de cinema de Neymar, de calcanhar, dentro da área inimiga. Aos 10’, Fred bateu forte, de longe, por cima.
O Brasil trocava passes, com bola no chão, os Japoneses correndo e marcando muito. São perigosos por conta da velocidade e disciplina, aplicação tática. A equipe de Tite, no entanto, afunilava muito as jogadas, com Neymar e Paquetá pelo meio, facilitando a marcação, pouca participação dos pontas Raphinha e Vini Jr e laterais.
- Aos 18’, primeira boa jogada com finalização de Raphinha, o goleiro salvou. Aos 25’, uma pressão brasileira e finalização de Neymar, novamente o goleiro defendeu. Aos 38’, Raphinha bateu falta (mais uma cometida em Neymar) da entrada da área, de canhota, raspando o poste. Aos 41’, outra finalização de Neymar, na área, mais uma defesa do goleiro, espalmando.
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Uma primeira etapa em que o Brasil teve mais a bola e buscou o ataque todo tempo; os asiáticos correram, dificultaram, bloquearam e marcaram duro, com muitas faltas inclusive. Defenderam-se com todos e pouco chegaram na frente. Para abrir o ferrolho seria preciso mais jogadas rápidas pelos lados, usando mais Vini e Raphinha, buscando a linha de fundo. Um bom teste para os jogos da Copa.
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O mesmo panorama da primeira etapa, a equipe canarinho tentando varar o bloqueio com jogadas pelo meio. Aos 9’, nova falta dura em Neymar (a 9ª cometida na partida até ali). Os asiáticos, em casa, torcida incentivando, aos poucos vão se soltando, buscando também a ofensiva. Melhor, porque o jogo ficou mais aberto, mais espaço a explorar.
- Aos 15’, Tite trocou os dois jogadores de lado; saíram Raphinha e Vini Jr, entraram Gabriel Jesus e Martinelli. Mesmo posicionamento, estilos e características diferentes. Neymar já mais enfiado na zaga japonesa. O Brasil tentando espichar mais os passes.
- Aos 19’, Maertinelli perdeu boa chance, furando na finalização. Errou nas duas primeiras jogadas que tentou, nervoso. Aos 25, Tite lançou Tiago Silva (saiu Dani Alves, Militão foi para a lateral), talvez pelo melhor passe longo que possui, e Richarlison entrou no lugar de Fred. Mudanças em busca do gol, mais força ofensiva, mudança no jeito de jogar também. Muitas substituições feitas também na equipe japonesa, para manter a pegada forte.
- Aos 29’ blitz brasileira com finalizações seguidas na área inimiga, o goleiro salvando chute de Neymar, Arana acertando o travessão, Richarlison no rebote travado na hora de marcar, e o árbitro viu pênalti no lance.
- Gol! 1 x 0 Brasil, Neymar batendo mais uma vez a penalidade com classe, segurança, no canto, deslocando o goleiro. Aos 32 minutos.
E os japoneses foram inteiros pra cima, buscando o empate, na pressão, adiantando as linhas de marcação. Tite, até para quebrar um pouco a reação japonesa, pos em campo Fabinho e Bruno Guimarães, renovando fôlego no meio campo (saíram Casemiro e Paquetá). Aos 43’, quase Álison complicou numa saída de bola. O Brasil já mais postado atrás, segurando a vantagem, suportando bem.
Valeu o teste, sim, e teve até troféu no final.
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Destaques
Neymar é o craque, o mais talentoso da equipe, tudo bem, mostrou que está fisicamente bem melhor, mais leve, mas centraliza demais as jogadas, continua abusando do individualismo, às vezes segura demais a bola, demora de passar, de fazer a bola circular, quebrando assim a velocidade do jogo e dos contragolpes. O jogo coletivo, então, não flui e ele chama demais as faltas, prejudicando-se, arriscando-se a machucar inclusive.
Fred foi o melhor no meio campo. Richarlison, até por sua energia e força, deve ser titular.
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Escalação
- Brasil: - Álison, Daniel Alves, Militão, Marquinhos e Arana; Casemiro, Fred, Paquetá e Neymar; Rafinha e Vini Jr. Treinador, Tite. Essa parece ser a equipe titular de Tite, o time da Copa, mas há estrada e tempo a correr até lá.
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