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CHELSEA DERROTA PALMEIRAS NA PRORROGAÇÃO E É CAMPEÃO MUNDIAL DE CLUBES

ZédeJesusBarrêto comenta que o Chelsea dominou jogo no meio de campo
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 12/02/2022 às 16:46
Jogadores do Chelsea comemorar
Foto: REP

 

  O Verdão até encarou, jogou 90 minutos de igual para igual, mas apequenou-se na prorrogação, recuando demais e deixando o adversário comandar as ações. Perdeu, mas não passou vergonha, faltou banco, reservas à altura dos titulares. O Chelsea, atual campeão europeu, mostrou-se uma equipe mais técnica, com um padrão coletivo impositivo, tocou mais a bola, teve o controle do jogo a maior parte do tempo, e tem um elenco mais qualificado.

 É o primeiro título mundial do time inglês, bem comandado por um dos melhores treinadores do planeta, Tomaz Tuchel, um vitorioso. Título justo, em boas mãos.

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Em Abu Dhabi/Emirados Árabes

- Estádio Muhammed Bin Zayed, arquibancadas cheias, a torcida do Palmeiras presente e fazendo barulho. Sem chuvas.

- São Paulo, capital, parada, vestida de verde, ruas cheias, telões, Allianz Parque, televisões, ouriço, expectativa, a possibilidade de um título mundial.

- O Verdão em campo de camisetas e calções brancos, meiões verdes; o Chelsea de azul, meiões brancos.

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 Com bola rolando ...

- A partida começou igual, aberta, as duas equipes com propostas de jogo ofensivo. Bola no chão, troca de passes, poucas faltas. Um início de estudos de parte a parte, cautelas para não haver erros. Ninguém quer dar chance pro azar.

- O time azul inglês valorizando mais a posse de bola, marcando a partir do campo adversário, tentando empurrar os brasileiros pra trás.

- As duas equipes chegavam apenas em lances de bolas paradas, faltas e escanteios alçados, sem exigir muito dos goleiros. Até os 20’, muito equilíbrio.

- Aos 23’, a primeira boa jogada individual de Dudu, livrando-se da marcação e arriscando; o chute saiu alto, por cima do travessão de Mendy. Poucas finalizações, nenhuma com precisão. Aos 27’, em boa puxada de contragolpe, nos pés de Ze Rafael,  Dudu se atrapalhou na hora do arremate, já de frente, na área inimiga.  

- Aos 30’, saiu Mount, entrou Pulisic, no time azul de Tuchel. Marcações bem encaixadas, mas, com o passar do tempo, os espaços começavam a aparecer. Jogo aberto e parelho, pontadas lá e cá.

 -  Aos 43’, noutro contragolpe bem articulado, Ze Rafael recebeu na área mas não soube definir. Aos 46’, Tiago Silva disparou de longe, assustando o goleiro Wéverton, passou perto.

A despeito do zero no placar, 48 primeiros minutos de bom futebol, disputado, bem jogado, muito equilíbrio de ações. O Chelsea teve mais a bola, mas o Palmeiras chegou em bons contragolpes. Ótima jornada de Zé Rafael e Danilo. Rony, Scarpa e Piquerez sentiram o peso da decisão, intranquilos nalguns lances.   

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 A segunda etapa tinha o mesmo panorama; o Chelsea trabalhando mais a bola, o Palmeiras na moita, apostando no contragolpe. Mas...

 - Gol ! 1 x 0, Lukaku, de cabeça, aos 9’, subindo na pequena área, mais que Luan e Piquerez, testando firme o cruzamento de linha de fundo da esquerda (Hudson).

 Os brasileiros sentiram a pancada. Dois minutos depois, marcação afrouxada na frente da grande área, Pulisic arrematou forte e a bola queimou o poste de Wéverton. O Chelsea jogando mais, inteiro, no campo adversário.

 Aos 15’, Abel trocou Zé Rafael (que atuava bem) por Jailson. O Verdão precisava sair pro jogo, adiantar suas linhas, buscar o gol. Aos 17’, Raphael Veiga teve boa chance na área, tentou o chute, a bola bateu no braço de Tiago Silva. O VAR chamou a atenção do árbitro, foi ver o lance no vídeo e marcou o pênalti em favor do Palmeiras.

- Gol !  1 x 1, Palmeiras !  O empate nos pés de Raphael Veiga, que bateu bem a penalidade e deslocou o goleiro Mendy (tido como o melhor do mundo). O Verdão estava vivo ! Aos 19 minutos.

O campeão sul-americano cresceu com o empate, soltou-se em campo, avançou as linhas, brigando pelas divididas, e igualou novamente a partida. Muita vontade.

 - Aos 23’, quase Havertz desempatou, um susto. Raphael Veiga respondeu, aos 25’, nas mãos do goleiro Mendy. Aos 27’, o Chelsea entrou trançando pelo meio e o chute de Havertz, rasteiro, passou a palmo do rodapé de Wéverton.  

Mudanças:  No Chelsea, saíram Lukaku e Hudson, entraram Saul e Werner; no Verdão, Atuesta e Weslei nos lugares de Rony e Raphael Veiga. Mais fôlego, pegada, velocidade de lado a lado. Scarpa cresceu na segunda etapa, pelo lado esquerdo.

 - O relógio andava e o ritmo foi caindo, com mais cadência nas jogadas. Pernas pesadas e cuidados para não correr riscos na reta final da partida. Os ingleses, em fim de temporada, pareciam mais desgastados fisicamente. O árbitro acrescentou 5 minutos, aos 90 normais, e nada mais aconteceu.

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 Com o empate no tempo regulamentar, a decisão exigia uma prorrogação de 30 minutos (dois tempos de 15). Haja pernas e nervos. Fôlego e o emocional contam mais nessa circunstância.

- Tuchel pôs sangue novo, Ziyech e Malan em campo, pelos lados do campo.  O Chelsea continuava com mais posse de bola, tramando mais na frente, e o Palmeiras encolhido, marcando, defendendo-se, esperando a bola longa pra velocidade no contra-ataque, que não acontecia. Aos 8’, após jogada de fundo pelo lado esquerdo, o time inglês meteu uma bola na trave de Wéverton. Ufa!    Abel tirou Dudu, cansado, colocou Navarro, centroavante recém contratado.

 O Verdão já não incomodava no ataque e o Chelsea assediava, tentava, alçava bolas e os brasileiros suportando bem. Num desses lances, a bola chutada bateu na mão de Luan, na frente da pequena área. O VAR alertou a arbitragem e ...  adotando o mesmo critério do pênalti de Tiago, marcou também a penalidade máxima em favor do Chelsea.

 - Gol ! 2 x 1 Chelsea, aos 26 minutos da prorrogação. Havertz bateu com clma, deslocando o goleiro Wéverton.

 Abel, agora já no desespero, tira o lateral Marcos Rocha e lança o “maluquinho’ Deyverson, atacante. Ao tudo ou nada, restavam poucos minutos.  Muito torcedor do Verdão chorando nas arquibancadas em Abu Dhabi e pelo Brasil afora.

 Deu Chelsea, Campeão do Mundo.  Jogou mais.

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 Destaques

 Na equipe inglesa, o goleiro foi pouco empregado, a segurança de Tiago (o Bola de Ouro/Fifa da competição, capitão do time) e Rudiger, o incansável Kanté,  o garoto Havertz, Pulisic, o gigante Lukaku...   Um timaço. Azpilicueta recebeu o troféu da Fifa, de melhor em campo.

 No Palmeiras, o zagueiraço Gustavo Gomes, Marcos Rocha, Danilo (medalha, troféu de bronze da Fifa, baiano de Salvador), o primeiro tempo de Ze Rafael, o segundo tempo de Scarpa, o talento de Raphael Veiga.  Dudu recebeu a Bola de Prata da competição/ Fifa).

A equipe apequenou-se com as substituições e apagou-se na prorrogação.

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Equipes

- O Palmeiras do português Abel Ferreira:  Wéverton, Luan, Gustavo Gomez, Piquerez; Marcos Rocha, Danilo, Zé Rafael e Scarpa; Raphael Veiga e Dudu; Rony.

- O Clelsea, campeão da Europa, de Thomaz Tuchel: Mendy, Rüdiger, Tiago Silva e Christensen; Azpilicueta, Kanté, Hovacic e Hudson; Mount (Pulisic), Havertz e Lukaku.

-Arbitragem australiana, com Chris Beath no apito/ VAR. Seguro.