Nadinho era um tanto de cada um deles e muito mais. Profissional correto, pouco falava, um gentleman fora das quatro linhas.
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
22/01/2022 às 09:43
Uma estátua para Nadinho
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Morreu Nadinho, Leonardo Cardoso, aos 91 anos, o melhor e mais consagrado goleiro da história do Bahia. Foi o que mais atuou com a camisa tricolor (421 jogos em 12 temporadas), conquistou o título de Primeiro Campeão Brasileiro/ a Taça Brasil de 1959, foi também vice-campeão brasileiro, jogou duas Libertadores da América, excursionou pela Europa e foi seis vezes campeão baiano pelo Bahia. Calmo, seguro, era um líder em campo, respeitado pelos companheiros e até pelos adversários.
A torcida confiava nele e o idolatrava. “Sem Nadinho, nadinha!”, dizia-se na época. Era uma garantia. Vimos grandes goleiros defendendo o Bahia, como Lessa, Osvaldo Baliza, o argentino Buticce, o uruguaio Rodolfo Rodrigues, o gaúcho Picasso, o notável Renato 74 ... Nadinho era um tanto de cada um deles e muito mais. Profissional correto, pouco falava, um gentleman fora das quatro linhas.
Nadinho nasceu em Alagoinhas, surgiu profissionalmente no Vitória, onde sagrou-se campeão baiano em 1953, foi para o Bangu do Rio e estava cotado para a Seleção Brasileira que foi campeã do mundo pela primeira vez, em 1958, na Suécia. Por conta de uma lesão e encrencas com a direção da equipe carioca, acabou vindo para o Bahia, em fins de 1957, a convite do esperto Osório Villas Boas, que já montava a equipe para disputar a 1ª Copa do Brasil. Na segunda metade da década dos 60, em fim de carreira, já cursando Direito na UFBa, encerrou a carreira no Rubro-negro baiano.
Nadinho deixou dois filhos, estava com problemas graves de saúde há alguns anos e não resistiu à Covid 18, teve uma parada cárdiorrespiratória nesta sexta feira, 21 de janeiro.
Dos atletas campeões brasileiros em 1959 só resta vivo o zagueiro Henrique, o Henricão, que vive no Rio de Janeiro.
Nadinho ! Ídolo eterno, merecedor de uma estátua no CT Evaristo de Macedo.