O time orientado pelo técnico português Abel foi extremamente disciplinado taticamente
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
27/11/2021 às 20:11
Deyverson acreditou e marcou o gol da vitória 2x1
Foto: REP
Com dois títulos seguidos (20120/2021) e mais um conquistado anteriormente, o Verdão Palmeiras de São Paulo é o Rei da Américas ! O título e a taça foram conquistados no Uruguai, com muita luta e na prorrogação (2 x 1), com gols de Rafael Veiga, logo no começo da partida, e do atacante Deyverson (baiano), já na prorrogação.
Triunfo justo, conquistado em campo, limpo, na bola, com raça e muita sabedoria tática. O time campeão foi melhor na primeira etapa, mais incisivo. Sofreu muito no segundo tempo, o Flamengo sufocando na frente. Mas um erro defensivo dos cariocas ... e Deyverson definiu. O Palmeiras é bi, sem contestações.
E está na disputa do titulo mundial de clubes. O Chelsea é o atual campeão europeu.
Parabéns, periquitos !
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Estádio Centenário/Montevidéu
Fim de tarde limpa de sábado na capital uruguaia, tomada por brasileiros desde a véspera, temperatura amena (22 graus), arquibancadas, sem cobertura, cheias. Cerca de 80% de rubro-negros. Piso impecável.
Troféu de campeão em campo, trazido pelo goleiro Pompido abertura festiva do espetáculo, com Anitta e bailarinas no palco (bundas!), efeitos especiais, coreografias, gritinhos, som e show de segunda, grandes escudos das duas equipes, execução do Hino Nacional Brasileiro e...
- Com bola rolando
Palmeiras, atual campeão, de camiseta verde, calções brancos; o Flamengo de branco, com detalhes em vermelho e preto, calções pretos.
O Flamengo começou mais à frente, marcando e dificultando a saída de bola do Palmeiras, bem mais ofensivo, mas...
- Gol ! 1 x 0 Palmeiras, Rafael Veiga, aos 5 minutos. O Flamengo em cima, a bola foi recuperada e esticada por Gustavo Gomes, da defesa para a direita, em profundidade, Mayke recebeu em velocidade nas costas de Fillipe Luiz, foi ao fundo e rolou para trás; Rafael Veiga chegou de frente, sem marcação, batendo seco, rasteiro, sem defesa, quase da marca do pênalti, abrindo o placar.
O time carioca sentiu, mostrando algum nervosismo, errando passes, mas continuou atacando e com mais posse de bola, trocando passes. O Palmeiras esticando mais os passes, explorando velocidade dos atacantes, sobretudo o lado direito ofensivo (Dudu e Mayke), marcando justo e bem pelo meio, consciente. Bom jogo, na bola.
Depois dos 20’, o Flamengo retomou as iniciativas, o comando das ações. Aos 28, noutra estocada, essa pela esquerda, quase o Verdão ampliou. Aos 30’, o veterano Fillipe Luiz sentiu a coxa e cedeu lugar a Renê, na lateral esquerda. Um problema ou uma solução para o treinador Renato? O Palmeiras estava explorando muito o corredor nas costas de Fillipe; Renê segura mais a marcação.
- Aos 42’, a melhor chance do Flamengo empatar; depois de boa troca de passes, a bola alçada na costas de Mayke foi ajeitada de cabeça por Bruno Henrique e Arrascaeta chegou batendo na frente da pequena área, mas o bom goleiro Wéverton salvou, no chão.
- Um primeiro tempo palmeirense, mais agudo e com proposta inteligente, marcando com garra. O Flamengo tramou, e trocou mais passes, porém teve dificuldades de penetrar e finalizar. Verdão 1 x 0. Segunda etapa que prometia.
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O Flamengo voltou aceso e, aos dois minutos, o posudo Gabigol invadiu livre mas não teve perna direita pra finalizar, chegou a cobertura. Na cobrança do escanteio, de novo Gabigol perdeu, quase na linha fatal, sem chegar a tempo na bola que descaia perto da trave. Daí, aos 7 min, Rony pegou livre na frente da meia lua e bateu forte, colocado, no ângulo, para espalmada elástica de Diego Alves, evitando o segundo gol dos paulistas.
Aos 11’, noutra bola alçada na área palmeirense, David Luiz parou na ótima, precisa defesa de Wéverton. Jogo aberto, indefinido e limpo. O Palmeiras mais encolhido, os cariocas continuavam com mais posse de bola, atuando mais no campo inimigo, chegando forte. Aos 14’, Bruno Henrique cabeceou uma bola levantada de escanteio... raspando. Aos 16’, uma bicicleta de Rony, nas mãos de Diego Alves.
- Antes dos 20’, Renato tirou o meia Everton Ribeiro, apagado, bem marcado, e lançou o arisco Michael, o talismã do torcedor rubro-negro. Mais velocidade no ataque carioca. No lado oposto, o Verdão apostando no contragolpe. Corrido e bom de ver. Danilo, meio-campista baiano, sentiu cãibras e foi substituído por Patrick de Paula, aos 25 minutos.
- Gol ! 1 x 1 Flamengo, Gabigol, aos 27’. Arrascaeta achou Gabigol livre na esquerda, nas costas do lateral Mayke; o chute de canhota, forte, rasteiro, entrou entre o goleiro e a trave. Defensável?
Saiu Dudu, entrou Weslei, no time de Abel. Renato respondeu: tirou Islas e pôs Matheuzinho pra pegar o veloz Weslei (que caiu do lado oposto, em cima de René).
Saiu Zé Rafael, entrou Danilo Barbosa, no Verdão, reforço na marcação pelo meio campo. 35 minutos, o jogo ficando mais travado, faltoso, nervos à flor da pele no retão final, decisivo.
- Aos 40’, Michael recebeu pela direita, na área, dominou e ficou de cara; encheu o pé, a bola passou a um palmo do poste. O Flamengo era melhor, com mais apetite, então. Cinco minutos de acréscimos e nada mais aconteceu. O Palmeiras foi melhor na primeira etapa, o Flamengo foi superior no segundo tempo.
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Com o empate no tempo regulamentar (1 x 1), mais 30 minutos de prorrogação. O Flamengo parecia mais inteiro fisicamente que os paulistas. Pernas, fôlego e coração em campo, então. Era decisão, título em jogo, taça. Destino.
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Substituições: No Flamengo, saiu Bruno Henrique entrou Kenedy; Michael trocou de lado, foi fortalecer, forçar pelo lado esquerdo. No Palmeiras, entrou o avante Deyverson no lugar do baleado meia atacante Rafael Veiga.
Ao tudo ou nada, pois era o jogo do ano para as duas equipes.
- Gol ! 2 x 1 Palmeiras. Deyverson, aos 4 minutos da prorrogação, aproveitando-se da bobeira defensiva de David Luiz e Andreas Pereira, que derrapou. Esperto, Deyverson roubou a bola, entrou de cara, livre, e não perdoou.
O jogo ficou ainda mais brigado e agora mais feio, com chutões, vigorando mais a raça do que técnica, as pernas dos jogadores já pesadas. Gabigol perdeu outra finalização, de perna direita, já na grande área. O Verdão inteiro aplicado na marcação, defendendo-se a todo custo.
No segundo tempo da prorrogação, entrou Menino no lugar de Mayke, na lateral direita paulista. Vitinho e Pedro no Flamengo; saíram Arrascaeta e Andreas. Felipe Melo no lugar de Piquerez, já para segurar o jogo, mascar, gastar o tempo, ganhar o jogo e o título.
Aos 25’, Pedro tentou da entrada da área, assustou Wéverson. Aos 29’, em boa jogada de Weslei, por muito pouco Danilo Barbosa não ampliou.
Deu Palmeiras !
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Destaques:
Felipe Melo: “Decisão, final não se joga, se ganha”.
Monstruosa atuação do zagueiro paraguaio Gustavo Gomez. Danilo, Rafael Veiga, Scarpa... jogaram muito. O garoto Patrick de Paula entrou muito bem. Palmas para o trabalho consciente e consistente do português Abel Ferreira à frente da equipe.
- Bela imagem no final, o abraço de Renato Gaúcho parabenizando o portuga Abel Ferreira, consagrado.
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Escalações
- Palmeiras: Wéverton, Mayke, Luan, Gustavo Gomes e Piquerez; Danilo(Patrick de Paula), Ze Rafael (Danilo Barbosa) e Rafael Veiga (Felipe Melo); Scarpa, Dudu (Weslei) e Rony. Treinador, Abel Ferreira.
- Flamengo: Diego Alves, Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, David Luiz e Fillipe Luiz (Renê); Arão, Andreas Pereira, Everton Ribeiro (Michael) e Arrascaeta; Gabigol e Bruno Henrique. Treinador, Renato Gaúcho.
- Arbitragem argentina, Nestor Pitana no apito, muito bom.