A seleção mostrou ontem contra a Argentina a cara de futebol disciplinado e campeão
Pelo que se viu, ontem, na equipe jovem e disciplinada de Tite, não faz falta alguma; ou faz apenas uma pequena falta considerando-se que é um craque, experiente, amedrontador para técnicos adversários e zagueiros, porém, sem ele, o Brasil tem competitividade para a Copa do Catar.
O atacante Matheus Cunha precisa de um refinamento e mostrou no jogo de ontem que tem um lugar na seleção, bem mais ardiloso do que Firminou o Richarlison. Fred e Vinicius Jr foram os melhores em campo. Ambos deram um enorme trabalho a defesa de los hermanos e são jogadores que atuam para a frente com lançamentos e dribles desconcertantes.
Não gosto quando o Brasil atua jogando para trás no modelo Barcelona fazendo a bola rolar até o goleiro. Uma ou outra vez, tudo bem, mas, quando isso acontece com fequência mostra falta de criatividade.
O neio campista Paquetá necessita ser menos individualista e é outro que, praticamente, está garantido na seleção. Precisa, no entanto, jogar como Messi, o melhor do mundo, praticando toques rápidos e lançamentos precisos e só usando o recurso do drible quando isso é imperioso ao ataque. Paquetá roda demais a qualquer jogada.
Surpreendeu-me (tinha visto jogar pouco) o meio campista Fabinho - substituiu Casemiro - com marcação consistente em Messi e, ao mesmo tempo, subindo e armando jogadas e lançamentos - em nossa opinião - mais criativas do que as praticadas por Casemiro.
Com essas rápidas pinceladas, sem esquecer da atuação a la Garrincha de Raphinha, agredido pelo zagueiro brucutu da Argentina com o juiz fazendo vistas grossas (o jogador Otamendi deveria ter sido expulso), a seleção mostrou que sobrevive (e bem) sem Neymar Jr, o qual embora seja um grande jogador ainda é bastante individualista e esse tipo de comportamento não cabe mais no futebol moderno, no futebol vencedor.
Veja que as últimas seleções campeãs do Mundo - Espanha (2010), Alemanha (2014), França (2018) - jogam um futebol coletivo e a seleção de Tite - muito criticado por ser quadradão - está aprendendo a ser coletiva.
Necessita-se, também, que os jogadores se conscientizem que o futebol é um esporte de raçudos, de pauleira, dureza, independente das belas jogadas e das firulas, e a virilidade faz parte deste esporte.
Então, os brasis precisam deixar de cair toda hora, de reclamar dos juizes e também praticar um esporte força. Os argentinos já aprenderam essa lição. Até os chilenos e os colombianos, que eram clássicos, já mudaram seu jeito de jogar.
Voltando a matriz deste comentário, o Brasil mostrou, ontem, que pode ser campeão do mundo, em 2022, sem Neymar Jr. E, aos poucos, vai surgindo um novo craque na seleção: o Fred. (TF) A FALTA QU