Bahia e Vitórias nas zonas das degolas
Tasso Franco , da redação em Salvador |
09/10/2021 às 09:26
Bahia e Vitória na sala dos milagres do santo
Foto: REP
Foi uma semana fervente para os tricolores. Há quatro jogos sem vencer, a queda do treinador argentino Diego Dabove (e seus auxiliares) depois dos 3 x 1 aplicados pelo Corínthians, mais uma atuação opaca da equipe, a falação do avante Gilberto cobrando mais aplicação (vejam só quem) dos companheiros, o mistério sobre a ausência de Rodallega, plantel rachado, grana atrasada, a entrevista “errei sim” do presidente Bellintani e, por fim, a volta do treinador Guto ‘Gordiola’ Ferreira com a missão de salvar o time da degola, um pesadelo para os tricolores, muitos já desiludidos.
E neste sábado, com Guto no comando, tem partida difícil contra o Athlético PR, na Arena da Baixada, 19 h. Guto conhece bem a competição e o plantel do Bahia, isso ajuda, mas treinador não faz gol e os jogadores precisam dar uma resposta no gramado; no mínimo, mais esforço, mais vontade em campo, mais competitividade. A equipe tem sido amorfa, e alguns atletas (?) parecem desmotivados, já entram em campo com ares de derrotados.
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A administração Bellintani, reeleito, tem acumulado fracassos no departamento de futebol, que é o fundamento do Bahia, criado em 1931 como time de futebol, fez história e camisa assim, um time de futebol que pertence à torcida.
Bellintani cuidou de patrimônio, de administração financeira (difícil em tempos de pandemia), de marketing, blábláblá politicamente correto, mas ... e a bola? As contratações de Mano Menezes e de Dabove foram desastrosas em todos os sentidos e prova, exemplos de que o presidente entende pouco ou nada dos bastidores do futebol e não escolhe bem seus assessores para o setor, fundamento do clube.
Bom lembrar que esse mesmo Guto, com mais de 60 por cento de aproveitamento à frente do time, com títulos de Campeão Baiano e do Nordeste, saiu do Bahia magoado, da última vez que por cá esteve, com alguns ‘corneteiros’ de Bellintani chamando-o de ‘entregador de camisa’. O mundo da bola tem arte, a vida dá voltas.
Boa sorte pra Guto, agora, que ele consiga fazer desse magote de jogadores medianos, alguns bem meia-boca, uma equipe de futebol que se respeite. Difícil tarefa.
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Sobre Dabove, no dia 22 de agosto, quando chegou, escrevi aqui:
“Todo cuidado é pouco para que não comecem a derrubar o Dabove (como Dabofe) antes mesmo de ele sentar praça. Já conhecemos esse filme. Quando chega um treinador que exige, que quer tirar a turma (a panelinha que lidera e comanda) do conforto, logo se cria um clima, com apoio de parte da mídia esportiva ‘mui amiga’ de alguns jogadores, insuflando a derrubada, o boicote.
... Espera-se que o argentino tenha autonomia e coragem de renovar a equipe, de separar as ‘ervas daninhas’, detectar quem quer de fato trabalhar, dar duro, entrar em forma e quem gosta de chinelinho e celular, apenas. É preciso injetar ânimo, sangue novo, fôlego, vontade ao grupo, usar mais a garotada que quer correr, aparecer, e mudar de uma vez por todas o jeito burrocrático (com dois erres mesmo) que o time vem jogando faz tempo, de muito totó e passes laterais, sem profundidade, sem agressividade ofensiva.”
Foi. Dabove não conseguiu nada disso. Caiu, foi derrubado, não foi entendido, não conseguiu se comunicar, foi boicotado ... sei la ! Seis jogos, ganhou um apenas, deixou o time na zona. É passado, uma lição. Foi um erro sim, presidente, não tinha como dar certo, o cara nem sabia o que era um acarajé, um baba, uma bola nas costas, ... né?
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Pra terminar, o governador liberou o público nas arquibancadas. Em princípio, 30 % da capacidade e todos os protocolos de precaução e saúde a serem cumpridos. O futebol baiano, em péssima fase, agradece. Quem sabe o Axé da torcida mude tudo, traga energias novas, mais sorte, motivação, bons resultados.
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O Vitória, que também joga neste sábado (dia 9), no Barradão, contra o Confiança (19h), foi ao Bomfim na quinta-feira, pedir as bençãos do Santo Milagroso da Bahia. A essa altura do desespero, na boca de cair para a Série C, vale tudo, até ter fé.
O Bahia precisa de bozó forte, gordo, de encruzilhada.
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