Com esse joguinho de lado Romário está certo: vamos ser um fiasco na Copa
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
07/10/2021 às 22:54
Marquinhos fez gol de cabeça
Foto: Lucas Figueiredo
Mesmo jogando mal, irreconhecível nalguns momentos e sem inspiração, a Seleção Brasileira conseguiu virar o placar (3 x 1) e vencer a Venezuela em Caracas, com gols na segunda etapa. O time de Tite chegou a levar um sufoco da seleção última colocada na competição, no primeiro tempo. Os gols brasileiros saíram já perto do final: o primeiro de um escanteio, o outro (já aos 40) de pênalti e o derradeiro, nos acréscimos, com os venezuelanos entregues, no bagaço.
Assim, a equipe brasileira mantém os 100 por cento de aproveitamento nas eliminatórias, com 27 pontos ganhos, folgado na liderança. A Argentina mantém a segunda colocação, com 19 pontos, seguida pelo Equador e Uruguai.
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Em Caracas
- Estádio Olímpico, torcida nas arquibancadas, 11 ª rodada, bom gramado. O Brasil lidera a competição (24 pontos) e a Venezuela carrega a lanterna (4 pontos).
Tempo bom, calor na capital venezuelana, a equipe da casa com sua indumentária vistos, cor de vinho tinto; o Brasil de amarelinha.
Com bola rolando ...
- Primeiro chute em gol foi de Gabigol, aos 6 minutos, da entrada da área; bateu forte de canhota, rasteiro, fora do alvo.
O Brasil em ritmo de treino, trocando passes, retendo mais a bola e a Venezuela marcando forte, tentando surpreender em velocidade, explorando as laterais.
- Gol ! 1 x 0 Venezuela, Eric Ramires de cabeça, livre na linha da pequena área, entre os zagueiros (ambos escorregaram no gramado), acertando o canto baixo de Alisson, que pulou atrasado. A jogada teve origem com Soteldo nas costas de Arana, onde saiu o cruzamento. Aos 12 minutos.
- Aos 17’, após um bate-rebate na área da Venezuela, Gabriel Jesus de frente, livre, bateu pra fora, perdendo a chance do empate. Aos 21’, o time canarinho entrou trançando pelo meio, Everto Ribeiro tentou, a bola desviou na zaga e bateu no travessão de Graterol, indo a escanteio.
O tempo passando e o time de Tite modorrento, burocrático, sem repertório ofensivo. Os ‘lanternas’ gostando, aplicados, dificultando e incomodando. Aos 42’, Álisson teve de trabalhar para evitar o segundo gol deles.
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Primeira etapa medíocre, decepcionante da Seleção Brasileira. Sem vontade, opaca, previsível, travada e mal distribuída em campo. Criou muito pouco, jogou nada. Levou 1 x 0 e um ‘chocolate’ dos ‘lanterninhas’ para os vestiários. Soteldo fez a festa.
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No intervalo, Tite pôs em campo o estreante Raphinha no lugar de Everton Ribeiro. Foi um começo de segundo tempo também ruim, a equipe desarrumada, com a mesma postura, levando calor dos vizinhos do noroeste amazônico e errando muitos passes.
- Como não conseguíamos evoluir com a bola no chão, passamos a alçar bolas na área venezuelana. Numa delas, aos 12’, Tiago Silva testou para as redes, mas o lance foi anulado por conta de um impedimento flagrado pelo bandeira e pelo VAR. Como nada acontecia, aos 18’, Tite tirou Paquetá - apagado – e pôs Vinícius Jr; dois pontas velozes abertos. A Venezuela ainda era melhor em campo, jogando com mais apetite. Mas...
- Gol ! 1 x 1, Marquinhos, aos 27 minutos. Cobrança de escanteio da esquerda, Raphinha alçou e o zagueiro do PSG subiu mais que a zaga da casa, testando firme na pequena área, ufa, empatando.
Muitas substituições. E se o jogo já era ruim de ver... então virou um baba, com muita correria e trombadas. Os venezuelanos perderam a pegada e as substituições de Tite fizeram efeito, na base da correria.
- Aos 36’, após contragolpe em velocidade, Vinícius Jr perdeu o gol de frente, o goleiro deu rebote e Gabigol, na hora de finalizar, foi derrubado na frente da pequena área; o árbitro peruano não titubeou, marcou pênalti, aos 38’.
- Gol ! 2 x 1 Brasil. Gabigol bateu o pênalti forte, no alto, desempatando, virando o jogo, aos 40 minutos.
Os venezuelanos sentiram o golpe, ficaram perdidos.
- Gol ! 3 x 1 Brasil, aos 50 minutos. Anthony, escorando na pequena área uma boa jogada de fundo de Raphinha, pela direita, fechando o caixão.
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Destaques
No Brasil, o estreante Raphinha entrou e mostrou serviço, desbravando, pondo velocidade pelos lados, indo ao fundo. Cobrou o escanteio do gol e deu o passe pra Anthony. Aproveitou bem a chance.
Na Venezuela, Soteldo.
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- Tite escalou: Alisson, Danilo, Marquinhos, Tiago Silva e Arana; Fabinho, Paquetá, Gerson e Everton Ribeiro; Gabriel Jesus e Gabigol. Entraram ainda: Raphinha, Vinícius Jr, Anthony, Éwerton
- O treinador Leonardo Gonzalez, da Venezuela, escalou: Graterol, Hernandez, Ferraresi, Mejia e Oscar Gonzalez; Aranga, Rincón, Machis, Soteldo e Martinez; Eric Ramirez. Entraram : Chancelor, Belo, Castilla, Cordoba, Moreno.
- Arbitragem peruana; Kevin Ortega no apito. Seguro.
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No domingo a Seleção joga contra a Colômbia, em Barranquilla. Mais difícil, em tese. Neymar deve voltar.
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Outros jogos da rodada 11:
- Uruguai 0 x 0 Colômbia; Paraguai 0 x 0 Argentina.
Segue: Equador 3 x 0 Bolívia; Peru x Chile (em andamento)
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Europa na frente
- França, atual campeã do mundo, enfrenta a Espanha na final da Liga das Nações. A decisão acontece no próximo domingo. A Espanha, com time renovado, venceu a Itália por 2 x 1 e a França ganhou de virada a Bélgica por 3 x2, em jogos eletrizantes e de alto nível. Lealdade, intensidade, técnica, lances bonitos, gols...
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Quando a gente vê na TV uma partida dessas, na Europa, parece que o futebol praticado atualmente no Brasil/América Latina é um outro esporte, de trogloditas. Lá se pratica um futebol de passes certos, poucas faltas, sem canganchas, gramados decentes e arbitragens corretas, criteriosas.
Aqui ... o jogo não anda, travado, sujeira e a troca de passes corretos é raridade.