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UM FUTEBOL VICIADO EM DERROTAS É O QUE HÁ NA BAHIA, p ZÉDEJESUSBARRÊTO

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ZedeJesusBarrêto , Salvador | 02/09/2021 às 21:02
Ainda bem que os estádios estão sem torcedores
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 A seleção brasileira de Tite,  joga na noite desta quinta, em Santiago, contra o Chile, valendo pelas eliminatórias da Copa 2022 no Catar.

 Mas nosso assunto é o Bahia, o futebol baiano.

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 O Tricolor não vence há oito jogos, dos últimos 24 pontos disputados ganhou apenas um, não faz gols e tem a defesa mais vazada da competição. Está na porteira, pra entrar na zona da degola, o rebaixamento, com apenas 18 pontos ganhos em 18 rodadas. E no sábado recebe em Pituaçu o Fortaleza, disparado o melhor time do Nordeste, colocado no grupo dos quatro primeiros da competição. Parada indigesta. São números negativos nunca vistos na história do time que tem como slogan de 90 anos “Nasceu para vencer”.

 Só que esse Bahia 2021 parece que desaprendeu de vencer e acostumou-se a perder.

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 O jogo passado contra o Fluminense resume isso. De treinador novo, o argentino Diego Dabove, o Bahia fez uma partida feia no Maracanã, mas em nenhum momento foi inferior ao tricolor fluminense. Foi uma primeira etapa equilibrada em mediocridades, pobre de criatividade, mas não passamos sufoco; levamos um gol de falta absurdo, de longe, com o nosso goleiro mal colocado e indo pra bola com duas mãos ... de alface.  

Precisando virar o placar, o Tricolor baiano jogou o segundo tempo inteiro no campo dos cariocas, meteu duas bolas no travessão, correu muito mas faltou sorte e inspiração, qualidade técnica. Já nos acréscimos, após cobrança de falta esquinada, da lateral da grande área, com nosso goleiro mal colocado e sem leitura do lance, levamos o segundo.

  Placar manjado, repetido, choro de perdedor, filme de enredo bem conhecido, batido.

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  Com apenas uma semana à frente da equipe, sem saber ainda direito o nome dos  comandados, Dabove mudou o jeito de jogar do time. Nada de totozinho e troca de passes defensivos, só bola pra frente. Mas, o que vimos foi muito chutão dos zagueiros, do goleiro, e pouco proveito ofensivo, até porque não temos atacantes de velocidade. 

O único corredor do nosso ataque é Rossi, com freio de mão puxado, “um Gagé piorado”, como me definiu um velho amigo tricolor ‘doente’. Gilberto e Rodriguinho não disputam, não ganham uma bola profunda em velocidade.  E mais, nossos jogadores de meio-campo (Patrick, Danilinho, Rodriguinho, Mugni ) não têm essa característica, a qualidade do passe profundo, no vazio, no chamado ‘espaço futuro’.  Ou não estão treinados nem acostumados a isso. Aliás, nosso meio campo marca frouxo, dá espaço, não gosta do corpo a corpo, foge das divididas e pouco ou nada cria; joga no totó, na base de passes curtos e laterais.

  Dabove vai ter muito trabalho e precisa ter coragem para trocar de goleiro, experimentar o Junior, quem sabe?  Dar um descanso a Nino, cadê o Guedes?  Armar um meio campo diferente, mais combativo, pegador e que chegue mais na área inimiga, chute em gol, seja mais agudo. Danielzinho parece jogador de time de botão e Rodriguinho move-se com enjoo,  preguiça. Gilberto faz tempo não goleia, já não joga contra o Fortaleza, suspenso. Cara de cansado... do Bahia. É preciso ter coragem para renovar o fôlego, por sangue novo na equipe. Apostar na molecada com vontade de aparecer, disposição para correr, brigar, tentar...

  É preciso jogar contra o Fortaleza, no sábado, como se fosse uma final de copa, jogo de vida ou morte; porque se virar a metade da competição dentro da zona corre risco certo de rebaixamento.

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  O Leão sem juba

   O rival, Vitória, debate-se para não cair, para não ser rebaixado para a terceira divisão, a Série C, vejam só. Como Tricolor, por destino, não desejo essa má sorte, essa desgraceira pro rival, até porque entendo que ter um inimigo forte é um estímulo. Mas, com esse nome de batismo, “Vitória”, o rubro-negro baiano não merece o momento que vive, sob o ‘comando’ (ou desmando?) questionável do manjado Carneiro. É um Leão desfigurado, sem juba, sem garras. Em 20 jogos pela Série B, o Vitória empatou 11. Encara o Operário, no Sul, sábado às 11h da manhã. Está no rabo da tabela de classificação, 18º lugar. E os salários dos atletas estão atrasados, dois meses. Dos demais funcionários do clube também. Mas o dindim do presidente está em dia, adiantado até.  

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 O futebol baiano vive um momento ruim, dramático mesmo. Nossas equipes possuem elencos fracos, abaixo do mediano.  Não temos na dupla Ba Vi um Craque com cê maiúsculo. Um só.

 O torcedor do Bahia chora por um Naldinho, um Thirson, um Emo, um Raudinei ... nem estamos falando num Douglas, Bobô...  

 O torcedor rubro-negro sonha com tempos de Osni, Almiro, Rick, Alex Alves, até Marinho, Neto Baiano ... 

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  Pra quê essa tal Arena Fonte Nova, hoje hospital, com um futebol tão pequeno, bolinha de gude?  

  Ou nosso futebol reflete o momento medíocre do nosso Estado em termos de educação, cultura, segurança, desenvolvimento ?