Diego Souza fez o segundo gol na raça derrubando a defesa do Bahia
ZedeJesusBarrêto , da redação em Salvador |
21/08/2021 às 21:43
Borja fez o primeiro gol do Grêmio
Foto: GES
São sete jogos sem um só triunfo, 15 gols sofridos e apenas dois marcados, um recorde negativo na história do clube. Esse é o Bahia do presidente Bellintani na Série A do Brasileirão 2021: um bando apático em campo, uma equipe passiva, sem alma, desfibrada. Deu Grêmio, 2 x 0, em Porto Alegre.
Com treinador interino e um comandante argentino recém-contratado espiando de cima e avaliando o que terá pela frente de trabalho, o Tricolor até começou bem, marcando em cima, fustigando... Mas, como sempre, durou pouco. Foi afrouxando, arriando e após levar o primeiro gol (manjado, repetido, bola alçada nas costas do baixinho Nino) no começo da segunda etapa nada mais conseguiu articular em campo, perdendo as disputas corpo-a-corpo, mal arrumado em campo, um bagaço de equipe e mostras de um elenco mal formado. O segundo gol, no final, bem retratou tudo isso.
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Com mais essa derrota, o Bahia está chegando ao final do primeiro turno da competição com 18 pontos ganhos em 17 rodadas, tem uma das defesas mais vazadas, um ataque que não marca, e escorregou para a 13ª posição na tabela (por enquanto, pois a rodada segue), a dois pontos apenas da chamada zona da desgraceira, a do rebaixamento.
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Toda esperança da torcida agora está direcionada para o treinador argentino Dabove, um ilustre desconhecido de ‘nosotros’. Muito a fazer, a mudar. Desde a mentalidade, a postura em campo, até a escalação... É preciso ter coragem de injetar sangue novo e por pra jogar quem quer de fato correr, dividir e disputar o jogo até o fim.
Triste Bahia.
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Arena do Grêmio
O time da casa no desespero, com apenas 13 pontos ganhos, sub-lanterna da competição. O Tricolor em crise, há seis partidas sem vencer, com treinador interino, após a queda de Dado Cavalcanti. O novo comandante, o argentino, Diego Dabove, no estádio, acompanhando o jogo, conhecendo o elenco. No banco, o interino Breno Lopes, luso que dirige a equipe de transição/o sub-23.
O time baiano de branco (camisetas e calções); o Grêmio com sua tradicional camisa listrada.
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Bola rolando
- Com um minuto, Rossi tabelou com Rodriguinho e bateu rasteiro, enviesado, atravessando a pequena área inimiga, com perigo. Aos 9’, após boa troca de passes, Rodriguinho chutou forte da entrada da área, assustando, passou perto. O time baiano começou bem, marcando forte no meio campo, ameaçando.
Aos poucos o tricolor gaúcho foi equilibrando as ações, subindo a marcação, postando-se mais à frente, tentando empurrar o Bahia pra trás, ganhando mais as divididas e os rebotes ofensivos. Os gaúchos chegavam, mas aos 26’, noutra tentativa de longe, Ranieli chutou sem força nas mãos do goleiro. Pressão gaúcha, muitas bolas alçadas, os visitantes suportando bem.
- Aos 41’, Rossi puxou contragolpe em velocidade pela direita, rolou na área, Mugni não conseguiu dominar. Aos 42’, Rafinha por dentro arriscou, Mateus Teixeira espalmou a escanteio. Aos 45’, Mugni cruzou da esquerda, linha de fundo, Rodriguinho testou firme e acertou o travessão gremista.
Foi um primeiro tempo equilibrado. O Bahia começou melhor, até finalizou com mais perigo, meteu uma na trave. O Grêmio teve mais posse de bola, trocou passes, fez pressão, levantou bolas, mas a defensiva baiana – Conti e Luis Otávio soberanos – segurou atrás.
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Felipão mexeu no intervalo; tirou Leo Pereira e pôs Luis Fernando. Breno Lopes não mudou. O Gremio voltou com suas linhas avançadas.
- Gol ! 1 x 0 Grêmio, Borja, de cabeça, aos 3 min. Rafinha cruzou largo da direita, o atacante colombiano subiu do lado oposto, na pequena área, nas costas de Nino Paraíba, que caiu catando cavacos, abrindo o placar.
Aos 10’, o treinador português fez duas substituições: Tirou Rodriguinho e colocou Gilberto (nada fez), saiu Patrick e entrou o garoto Rai, 19 anos. O Grêmio assumiu o controle, o time baiano sentiu o golpe, abateu-se com o gol tomado. Aos 13’, Alison quase ampliou.
Aos 27’, enfim, uma boa chance, única por sinal; uma bola alçada mal resolvida pela defesa gremista sobrou limpa pro menino Rai, que meteu a canhota, por cima.
Entrou Maikon saiu Daniel, apagadinho. Os gaúchos matracando, ensebando, gastando tempo. E o Bahia não conseguia jogar, nada produzia, sem chegada ofensiva. O Grêmio todo atrás, fechadinho, rasgando, dando bico, o relógio andando e o Bahia ... nada. Aì, fecharam o caixão, assim:
- Aos 49’, num contragolpe, a defesa do Bahia totalmente desarrumada, Diego Souza disputou no corpo com Jonas e Mugni, levou a melhor, dividiu com o goleiro e desviou para as redes. Gol ! 2 x 0.
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Destaques
Boa atuação no primeiro tempo do miolo de zaga, Conti e Luis Otávio, sem responsa nos gols levados. A luta de Mugni e ...
No Grêmio, a força, a luta, a vontade, a aplicação ...
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Escalações
- O Grêmio de Felipão : Chapecó, Rafinha, Ruan, Rodrigues e Cortez; Lucas Silva, Villasanti e Leo Pereira (Luis Fernando); Douglas Costa ( Robert) , Borja (Diego Souza) e Alison (Fernando Henrique).
- O Bahia : Mateus Teixeira, Nino, Conti, Luis Otávio e Matheus Bahia; Patrick (Rai), Daniel (Maikon), Ranieli (Jonas) e Mugni; Rossi (Rodallega), e Rodriguinho (Gilberto). Treinador interino, o português Breno Lopes, 37 anos.
- Arbitragem com VAR do Rio Grande do Norte; no apito, Caio Max Vieira, sem problemas.
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Na penúltima rodada do primeiro turno da competição, a 18ª, o Bahia encara o Fluminense/RJ, no Maracanã. Segunda-feira, dia 30, às 19h. Já de treinador novo, o argentino Diego Dabove.
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Lembrando ...
Torcedores mais antigos e bem informados lembram que o Bahia conquistou seu título de Primeiro Campeão Brasileiro, na Copa do Brasil de 1959, com um argentino, Carlos Volante, no comando técnico. O time foi armado por Geninho, mas Volante foi o treinador na partida final contra o Santos no Maracanã, em março de 1960.
Era extremamente exigente, controlador e chato. Arrogante, diziam alguns jogadores, como Biriba, por exemplo, que mal o cumprimentava. Numa excursão à Europa, depois do título brasileiro, sob pressão dos jogadores, Volante caiu, Osório não aguentou o jeito intransigente do ‘gringo’.
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Libertadores
Confirmados os confrontos das semifinais, com três times brasileiros e um do equador.
Jogos marcados para 21/22 e 28 de setembro:
- Palmeiras x Atlético Mineiro; Flamengo x Barcelona de Guayaquill.