ZedeJesusBarrêto comenta a vitória do Brasil e as medalhas dos baianos
Tasso Franco , da redação em Salvador |
07/08/2021 às 11:39
Vitória sofrida 2x1
Foto: Lucas Figueiredo
Foi uma final difícil, disputada, mas deu Brasil, com um gol salvador de Malcon já na prorrogação. Jogamos pra vencer. Mais uma Medalha de Ouro no peito, e um bi-campeonato olímpico no futebol masculino.
A glória para o baiano Daniel Alves, capitão e líder do time, o maior jogador de futebol brasileiro em títulos conquistados, 42 ao todo. Juazeiro em festas !
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Na medalhada, os brasileiros cantando bonito: “Eu/sou brasileiro/com muito orugulho/com muito amor!”. De arrepiar a euforia dos atletas!
O ouro baiano
- Com um nocaute raro e espetacular, no terceiro assalto, o “nobre guerreiro” baiano Herbert Conceição derrubou o atual campeão mundial, ucraniano, e conquistou a Medalha de Ouro olímpica.
- Mais cedo, nosso Isaquias Queiroz fez história, vencendo com sobras a competição de canoagem C1 1000, ganhando também o Ouro olímpico. No Rio, ele ficou com duas medalhas de prata e um bronze. Um atleta fora de série.
- E falta ainda a final com nossa Beatriz Ferreira. A nossa baixinha tem mão pesada.
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- Assim, o Brasil chega nesse sábado a 19 medalhas – 7 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze. Em 12º lugar. E vem mais !
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- No vôlei masculino, nada. Perdemos a disputa do terceiro lugar para a Argentina. E, outra derrota de virada. Uma geração em quadra envelhecida.
- Mas tem ainda a final do vôlei feminino, nossas ‘meninas’ encarando os EUA. Torcemos.
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Bola rolando em Yokohama
A partida se apresentava dificílima, desde o começo, com a marcação cerrada dos espanhóis, curta, pressionando o campo inteiro, dificultando a saída de jogo brasileira. E o toque de bola espanhol, cansativo. Só com improviso para quebrar a linha de marcação deles. O Brasil esticando mais a bola, no passe longo tentando apanhar a defesa inimiga aberta, e também buscando apertar a marcação para atrapalhar a troca de passes.
- Primeira boa chance foi dos espanhóis, tramando; Diego Carlos salvou quase sobre a linha fatal, aos 16 minutos. O Brasil respondeu aos 18’, numa roubada de bola perto da área adversária; Douglas Luiz finalizou, meio travado, o goleiro Simon salvou no rodapé. Pau a pau. Bola no chão. Todos atacam, todos defendem.
- Aos 24’, em boa troca de passes pela esquerda, Richarlison finalizou forte, meio sem ângulo, acertou a rede, por fora. Os canarinhos atuando mais no campo dos espanhóis, de camisetas vermelhas. Aos 31’, Asensio tentou surpreender, de canhota, bola nas mãos de Santos. Aos 33’, Arana cobrou falta, levantando na frente da pequena área, Matheus Cunha dividiu pelo alto com o goleiro, bola na linha de fundo, o atacante atingido na cabeça.
Olhe o VAR ! O árbitro de vídeo alertou, houve a revisão do lance e pênalti marcado. Mas ...
- Richarlison bateu a penalidade, muito mal, e isolou, bola forte e alta, cobrindo o travessão.
Alguns atletas brasileiros muito pilhados, nervosos demais em campo, como Richarlison e Arana, já com cartões amarelos. Seria ele, Richarlison, a melhor opção para bater o pênalti? A ânsia pela artilharia da competição?
- Gol ! 1 x 0 Brasil, aos 46’; Matheus Cunha, depois de muita pressão brasileira. Bola disputada pelo alto, o atacante usou bem o corpo, ganhou na manha e bateu forte, rasteiro, no canto. Boa trama com participação de Claudinho, de Daniel Alves .
Terminamos bem a primeira etapa, atacando, e não nos abatemos com o lance do pênalti desperdiçado.
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Os 45 minutos finais:
- Os espanhóis trocaram dois, precisavam lutar, fazer algo diferente para reverter o placar. Mas os brasileiros voltaram acesos, ofensivos. Um animado lá e cá. Jogão de bola. Aos 5’, Antony recebeu em profundidade de Bruno Guimarães, entrou de cara, impedido.
- Aos 6’, no contragolpe, Daniel, Claudinho, Richarlison recebeu na área, livrou-se da marcação e bateu; a bola tocou no goleiro, no travessão, no chão, não entrou.
Com o Brasil à frente do placar, os espanhóis foram todos pra frente, valorizando a posse de bola, evoluindo bem. Aos canarinhos cabia marcar, cercar, recuperar a bola e investir no contragolpe para liquidar a partida. Mas ...
- Gol ! 1 x 1, aos 16 minutos. A bola enfiada na direita, nas costas de Arana, foi cruzada rápida pra esquerda e Oyarzabal emendou de primeira, de canhota, forte, sem defesa, golaço!
O Brasil retoma o jogo ofensivo, a disputa fica aberta, limpa, estratégica, em bom ritmo. As chances de gol vão diminuindo, as defesas prevalecendo. Qualquer erro pode ser fatal. Chegam os 35 minutos, tudo igual, indefinido, muito equilíbrio.
- No final, alguns jogadores brasleiros, cansados, no limite, os espanhóis mais inteiros, na pressão. Aos 39’, outro lançamento nas costas de Arana, o cruzamento fechado acertou o travessão de Santos. Aos 42’, outra no travessão; Bryan pegou de frente, o nosso goleiro já vencido.
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O extra
E a decisão iria para a prorrogação de 30 minutos (dois tempos de 15). Jardine trocou Matheus Cunha por Malcon, centralizando mais Richarlison. O treinador espanhol trocou mais dois, mais força.
- Aos 5’, Malcon recebeu de Claudinho, pela esquerda e bateu cruzado, o goleiro espalmou. Pressão brasileira. Escanteios seguidos, bolas alçadas. Aos 7, Claudinho roubou, limpou e bateu da entrada da área, muito alto. Logo depois, Richarlison finalizou outra, travado. O Brasil mais perigoso, arriscando mais. Aos 10’, boa trama, Arana finalizou já na área, o goleiro Simon salvou, rebatendo. Brasil melhor.
Os 15 minutos fatais:
- Jardine pôs Reinier em campo/ saiu Claudinho.
- Gol ! 2 x 1 Brasil, Malcon, aos 19 minutos da prorrogação. Recebu em profundidade pela esquerda, ganhou na velocidade e bateu na saída do goleiro.
Os canarinhos voltam a se encolher, os espanhóis tentando empurrar, pressionar... o tempo já curto pra eles. Jardine colocou Gabriel Menino e tirou Antony, exausto – fez boa partida. Aos 23’, Bruno Guimarães arriscou de longe, fora. Jardine tirou Richarlison e pôs Paulinho.
Os espanhóis forçando, os brasileiros já gastando tempo, cozinhando, valorizando cada lance, cada minuto. A arbitragem acrescentou dois minutos.
Brasil é bi-campeão olímpico.