Jogador da Costa do Marfim arrancou e deixou Douglas Luiz atrás tendo que fazer falta para evitar o gol.
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
25/07/2021 às 08:46
Brasil 0x0 Costa do Marfim
Foto: CBF
O jogo que parecia ‘favas contadas’, uma classificação antecipada diante da Costa do Marfim, tornou-se complicado com a expulsão do apoiador Douglas Luiz logo aos 12 minutos. Mesmo com um atleta a menos em campo, a seleção brasileira dominou todo o segundo tempo, criou boas chances de marcar, mas o gol não saiu. Para as circunstâncias da partida até não foi um mau resultado. Não faltaram vontade, aplicação, boa postura coletiva.
**
E pintaram as primeiras medalhas brasileiras.
A primeira aconteceu num esporte estreante em Jogos Olímpicos. Kelvin Hoefler ganhou prata no skate Street.
A segunda no judô: Daniel Cargnin ficou com uma de bronze.
**
Madrugada de Brasil, tarde no Japão, Estádio de Yokohama
*
Com bola rolando ...
A equipe africana tem atletas fisicamente fortes, alguns jogam em times europeus, experientes. Costa do Marfim fica na costa atlântica sub-saariana e é destaque no futebol do continente. Não são bobos. Coletivamente compactos, marcam duro e correm o campo inteiro.
Aos 2 minutos, o disposto Richarlison arrancou pela esquerda e cruzou rasteiro pra pequena área, com perigo. A resposta africana, também pela esquerda, veio num erro de Nino, em bola pelo alto, fora da área; o africano entrou livre, chutou na rede, por fora, assustando. O Brasil inicialmente evoluindo melhor pelo flanco esquerdo.
Aos 12’, Dao recebeu nas costas da zaga, levou em velocidade e foi derrubado por Douglas Luiz nas proximidades da área brasileira, o VAR foi acionado e veio a expulsão do apoiador brasileiro. A zaga adiantada, lenta e vulnerável ao contragolpe. Ficamos com um atleta a menos em campo, mais difícil. Muda toda a postura e o jeito de jogar da equipe. O treinador preferiu não mexer na escalação, em função da expulsão de um meio-campista marcador.
Desatenção na marcação e, num escanteio bem ensaiado, Costa do Marfim conseguiu uma boa finalização, o goleiro Santos catou. Aos 31’, outra boa intervenção de Santos. Eles chegando, aos poucos, e não conseguimos encaixar um bom contragolpe. Só aos 36’, um chute de Claudinho, da meia lua, travado na marcação, desviado a escanteio. Aos 42, outra intervenção de Santos. Na resposta, Antony conseguiu um bom chute de canhota, o goleiro Eliezer espalmou.
*
Tivemos evidentes problemas defensivos (nosso miolo de zaga é física e mentalmente lento) e pouco criamos na frente. Jogar com um a menos exige desdobramento, sacrifício e aplicação de todos. Nas circunstâncias o 0 x 0 até caiu bem na primeira etapa.
*
Os brasileiros voltaram melhor distribuídos para os contragolpes, com Richarlison e Matheus Cunha mais adiantados, criando e acreditando mais. Aos 11’, Claudinho deixou Matheus Cunha na cara do gol, mas o zagueiro salvou de biquinho na hora do chute fatal. Só aos 15’ os marfinenses chegaram, num escanteio. Aos 16’, ótimo cruzamento da direita, na cabeça de Matheus Cunha, livre; mas a testada foi em cima do goleiro. O treinador africano põe sangue novo, velocidade, duas substituições, tentando voltar a ameaçar na frente.
Por volta dos 20 minutos, enfim, Jardini mexeu, ofensivamente: Martineli e Malcon substituíram Antony e Matheus Cunha. O Brasil trocava passes, jogando mais no campo inimigo, forçando. Claudinho tentou de longe, aos 22’, Eliezer defendeu bem. Aos 24’, saiu Richarlison exausto, entrou Paulinho, lépido.
Aos 25’, Kouassi cometeu falta dura, pé alto na coxa de Martinelli, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. Então ficou igual, 10 contra 10 em campo. Aos 27’, Claudinho disparou e a bola passou perto, o goleirão só espiando. Dominávamos as ações. Aos 40’, boa trama coletiva e Arana encheu o pé, da intermediária, Eliezer salvou, espalmando a escanteio. Pressão brasileira no final. Aos 48, em contra-ataque bem urdido, Malcon quase fez de cabeça. O gol não saiu.
*
Destaques
Claudinho fez seu melhor jogo com a camisa amarela, foi o melhor em campo. Daniel, técnica, Bruno Guimarães, aplicação, Richarlison, raça, os melhores. Antony, individualista, errou muito e Matheus Cunha continua infeliz nas conclusões. Nossa defesa assusta.
*
O treinador Jardini escalou: Santos, Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Arana; Bruno Guimarães, Douglas Luiz, Claudinho, Antony; Richarlison e Matheus Cunha.
*
Nossa derradeira partida /Grupo D nessa fase de classificação será contra a Arábia Saudita, quarta-feira.