Comenta ZédeJesusBarrêto jogo que aconteceu no interior de PE
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
28/02/2021 às 20:24
Salgueiro 2x3 Bahia
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Cinco gols, o Tricolor chegou a abrir 3 x 0 fora de casa, muito bom resultado na estreia, com uma equipe de transição em campo. Partida difícil pelo clima quente, pelo cansaço da longa viagem, o gramado duro, a pegada forte do adversário, com um time mais vivido, e um grupo de garotos ainda em formação. Enfim, um ótimo resultado, três pontos fundamentais, e um bom aprendizado pra essa meninada, que promete. E o susto no final, com dois gols dos pernambucanos, na pressão.
De ruim, as lesões musculares de Ronaldo, de Maike e também de Ranielli – que ficou fora da partida com problema sério no joelho.
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O time da casa, Salgueiro – o Carcará do Sertão – é o atual campeão pernambucano. Calor, gramado desnivelado e duro no estádio Cornélio de Barros, arbitragem sergipana, Fábio Augusto no apito.
O time de transição do Tricolor baiano, escalado pelo treinador Claúdio Prates, com três zagueiros de área (Gustavo, Ignácio, Everton), o goleiro Mateus Teixeira, e dois desfalques no meio campo (Ranielli e Caio). Nas laterais, Renan e Maike. Mais Jeremias, Bruno, Marcelo, Ronaldo e Daniel Penha.
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Começou corrido, pegado, faltoso. O Bahia aos poucos foi se adaptando e tomando as rédeas da partida. Aos 18’, o robusto avante Ronaldo arrancou na velocidade, levou a marcação, penetrou e desviou do goleiro, abrindo o placar: 1 x 0 Bahia.
Nos minutos seguintes, o meia Bruno Camilo assustou os donos da casa duas vezes: num chute longo que passou rente e na cobrança de uma falta, forte, que o goleiro Lucas espalmou.
O Bahia mais solto, o Carcará chegando junto, muitas faltas. Num revide, Ignácio pegou duro e levou cartão amarelo. Mais briga pela bola no meio campo do que criação de jogadas. Aos 40’, quase o avante Álisson do Salgueiro empatou, de cara. Logo depois, a resposta: Jeremias entrou costurando e caiu na área, pedindo pênalti. O juiz nem tchum pra ele. Moreilândio, aos 43’, arriscou de longe, errou o alvo.
Escureceu e terminou o primeiro tempo, equilibrado. O Tricolor na frente do placar. Hora da merenda nos vestiários.
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Logo no começo da segunda etapa, numa cobrança de falta em favor do Salgueiro, que voltou cheio de vontade, o goleiro Matheus Teixeira salvou, no ângulo. Pressão total do time da casa nos primeiros 10 minutos.
Aos 13’, Ronaldo aprontou pra cima da zaga pernambucana e Daniel Penha terminou derrubado quando ia finalizar. O árbitro flagrou o pênalti.
- Gol ! 2 x 0 Bruno Camilo ampliou cobrando a penalidade sem dar chance de defesa para o goleiro, aos 15’. Quando o Salgueiro pressionava.
Substituições: duas no Salgueiro, ofensivas. No Bahia, Ronaldo (muito bem na partida) sentiu a coxa e deu lugar a Marcelo. Filipinho no lugar de Maike, também sentindo lesão na coxa, aos 23 min. O Salgueiro buscando o gol, apertando, e o Tricolor resistindo atrás. Na moita.
- Gol ! 3 x 0, Marcelo. Uma boa arrancada do centroavante, levou a zaga na velô e bateu na saída do goleirão, ampliando. Golaço. Aos 28’.
A garotada mostrando serviço e a equipe em campo passou a administrar a vantagem. O Salgueiro, no desespero, jogando bolas altas na área tricolor.
Aos 41’, o zagueiro Lelsão de bico, aproveitou uma sobra, após bola alçada, e diminuiu: 2 x 1.
Aos 43’, o árbitro viu um pênalti em favor do Salgueiro numa dividida na área baiana, com muita reclamação dos visitantes. Prevaleceu a pressão pernambucana em cima do árbitro.
- Gol ! 3 x 2, Thomas, batendo no cantinho de Matheus Teixeira. Aos 44 minutos. E pegou fogo ! Os pernambucanos em cima, querendo o empate. Tensão. O árbitro deu cinco minutos de acréscimos.
Deu Bahia, três pontos.
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Os jogos da primeira rodada/ fase de grupos:
- Vitória 2 x 0 Santa Cruz; Botafogo/PB 0 x 0 4 de Julho; Altos 2 x 1 Confiança
CSA 0 x 0 13 de Campina Grande; às 20h , Sport Recife x Sampaio Correa.
Na segunda, ABC x Ceará; Fortaleza x CRB.
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Na segunda rodada o Bahia recebe o Botafogo da Paraíba, sábado próximo às 18 h.
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Brasileirão é dos sulistas
Sejamos claros. Nesse modelo de pontos corridos que aí está, clubes nordestinos podem tirar o cavalinho da chuva, jamais chegarão às finais, nem sonhem jamais com um título de campeão.
Primeiro por conta da diferença brutal de grana entre as chamadas ‘grandes equipes’ do Sul e as do indigente Nordeste. Os sulistas dispõem de muito mais dinheiro para contratar, fazem um elenco maior e mais qualificado. Podem contratar atletas melhores e treinadores consagrados.
Como se isso não bastasse, os “grandes” têm todo apoio, louvação e preferência da mídia esportiva, por conta das torcidas, da visibilidade, das cota$$$, do Ibope. Dinheiro chama dinheiro. E as arbitragens, o VAR sempre conspirando em favor dos mais bem dotados. Constatamos.
E tem mais ainda. O desgaste. O Brasil é imenso, as distâncias são enormes. As equipes do Sul viajam menos e fazem viagens curtas na maioria das vezes. São Paulo, Rio, Minas, Paraná, RGS, Goiás... quantas equipes? Às vezes, jogando entre sí, times passam semanas sem sair de casa. As equipes do Nordeste se acabam em aeroportos, hotéis, horas de vôo, toda quarta e domingo, sem descanso quase sempre para recuperar forças e muito menos treinar. Chegam no final da competição no bagaço. E, com elencos, plantéis limitados, caem de produção bruscamente por conta do desgaste, de suspensões, expulsões, lesões ...
É uma desigualdade estúpida, e o fosso só se aprofunda. Tudo pra eles !