Esporte

CSA TRUCIDA O VITÓRIA 3x0 E O BAHIA ATOLA NO POSSÍVEL RACISMO

O Vitória perde mais uma partida e vai enfrentar o Operário depois do Natal
ZedeJesusBarrêto , Salvador | 22/12/2020 às 21:39
CSA 3x0 Vitória
Foto: Gazeta Web

 Mais uma derrota fora de casa, mais uma partida ruim do Vitória. Os 3 x 0 do CSA, sem forçar muito, reflete o momento deplorável que vive o futebol baiano. Nossas principais equipes não conseguem mais se impor sequer no Nordeste. Não reagimos, involuímos, nossa bola murchou. Falta tudo. Qualidade, postura, vontade.  

 Foi o derradeiro jogo do Leão neste ano do coronga, valendo pela rodada 31, já no retão final da Série B. A situação do Rubro-negro baiano não é nada confortável. Tem 36 pontos e estacionou no 15º lugar, a cada partida mais perto da zona do terror. A rodada segue. O CSA fez 48 pontos e está no 5º lugar, brigando por uma vaga entre os quatro de cima.  
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  Com bola rolando

   A partida começou morna, mas logo aos quatro minutos a defesa rubro-negra expôs suas fragilidades nas bolas alçadas

-  Gol !  CSA 1 x 0. Cruzamento largo da direita descaindo na esquerda, na frente da pequena área. A defesa não cortou e a bola sobrou limpa para Bilu, que matou, ajeitou e disparou rasteiro enviesado, sem defesa. 

  Aos 9’, sozinho, o lateral Leo sentiu uma lesão no tornozelo e deu lugar a Van. Aos 13’, primeira fustigada do Leão: Mateusinho cruzou da direita e Leo Ceará pegou muito em baixo da bola, errando o alvo. Aos 15’, Pimpão cruzou da direita e Paulo Sérgio subiu livre no meio da zaga baiana, mas testou alto. Aos 18’, Eduardo tentou, bateu por cima.  Aos 30’, Pimpão perdeu de cara, na frente da pequena área. Aos 42, outra bomba da entrada da área raspando o poste de Yuri. 

 - Gol ! 2 x0, aos 44’. Escanteio alçado da esquerda, Yuri saiu mal, a bola bateu nas costas de Rodolfo e ganhou as redes. 

 Um primeiro tempo muito ruim do Leão. Não chutou uma sequer na direção do arco alagoano. Chegou pouco e com má pontaria. 
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  Mazolla Jr trocou dois no intervalo, usou três zagueiros de área e mandou o time pra frente. O segundo tempo, assim, começou mais igual, o Leão marcando e se postando adiantado, tentando empurrar o adversário pra trás.  Mas... 

 - Gol ! 3 x 0, Nadson, de prega, fuzilando após uma saída de bola equivocada de Maurício Ramos, entregando, errando feio na frente da grande área. Aos 15’, quebrando o tesão murcho do Leão.
  O CSA passou a administrar, passeando em campo. Aos 22’, após outra ratada feia da zaga baiana, Paulo Sérgio acertou o travessão, quase ampliou. Aos 26’, nova finalização do CSA, raspando o poste baiano, goleirão vencido. 

  No gramado, um Leão derrubado, sem garra, sem ânimo. Sò depois dos 30’ o time tentou reagir, lançando bolas altas na área alagoana, sem muito êxito.  Aos 40’, Rafael Carioca fez boa jogada individual e acertou o travessão alagoano. Foi só. 
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 Escalações

- CSA : Thiago, Norberto/ Cleberson, Rodolfo, Castan e Diego Renan; Faria/Rodrigo e Gabriel/ Iago;  Nadson/ Giovani/ Marquinhos, Pimpão, Rafael Bilu (Rafinha) e Paulo Sérgio. Treinador, M Batista Jr. 
- Vitória : Yuri, Leo (Van e Mauricio Ramos), João Victor, Wallace e Rafael Carioca; Rend, Lucas Cândido (Magrão), Thiago e Eduardo ( Marcelinho); Mateusinho (Ewandro) e Leo Ceará. Treinador, Mazolla Jr
Arbitragem gaúcha, Vinícius Gomes do Amaral no apito. 
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 Restos do Fla 4 x 3 Ba 

  Dado Cavalcanti é o novo treinador do Bahia. Já treina o time para o jogo de domingo à tarde contra o Internacional, na Fonte Nova. Ele conhece bem o terreno em que está pisando, o abacaxi que tem em mãos:

- Um time pandêmico - goleiro apático, defesa reumática, meio campo burocrático e um ataque cardíaco. Um grupo anêmico. 

  Veremos. Ou o Tricolor reage logo e de com força ou cai, de novo, para a segundona, onde já habita o rival.
  Pra piorar, essa ‘história’ de racismo que tomou o noticiário da semana.  
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  Injúria ou armação ? 

  A direção do Bahia, leia-se Bellintani, diz acreditar piamente na versão do meia Gerson do Flamengo, que afirma ter sido xingado (?) - “Cala a boca, negro!”, pelo meia colombiano Ìndio Ramirez, quando o jogo estava 2 x 1, o que se configuraria como ‘injúria racial’. 

  Sò que ninguém viu/ouviu o meia Tricolor dizer nada. As imagens exibidas até aqui não mostram, vê-se apenas, de longe, Ramirez passando a meio metro do rubro-negro, no grande círculo, já correndo e de olho no lance, adiante, no campo adversário. Ele sequer vira a cabeça, nada. Nem o árbitro ou nenhum outro atleta pode dizer que viu/ouviu nada, pois não havia ninguém próximo na hora da passada, quando Gerson reagiu chamando o árbitro e apontando o jogador do Bahia.

  É também improvável que o ‘gringo’ tenha pronunciado tal frase, já que mal entende e nada fala ainda do português; poderia ter dito “Cala-te, negro”. Mas ele também jura que nada disse e não há também motivos para não se acreditar nele. 

  Teria Gerson ouvido e processado algo diferente do que teria sido dito/pronunciado? É possível que tenha sido tudo “armação” do carioca, em função do clima quente e andamento do jogo? Fica ainda a pergunta: “Negro” é xingamento injurioso ou “motivo de orgulho”, como diz o ‘negão’ Agnaldo Timóteo?  Ou é muito “mimimi”, como disse Vampeta? 

  Então, se nada ficar provado e comprovado, o que fará o “politicamente correto” Bellintani?   E como fica e se posiciona a instituição Bahia, o time ? O torcedor, aquele de arquibancada, que sofre e vibra com o Tricolor e é o grande e verdadeiro patrimônio do clube deve ser escutado, também. No mais, prejudicado com tudo isso o Bahia já foi e está. 

  E não deve contar com o atleta, bom de bola, para os próximos jogos (decisão do presidente, até apurar tudo).  Muito triste e estranho tudo isso.  Tempos bicudos.   
  Osório deve estar se revirando no túmulo. 
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  PS :  Os ‘expertos’ advogados do Mengão já mudaram a versão, há pouco. Por uma suposta leitura labial teria havido xingamento sim de Ramirez num bate-boca provocado por Bruno Henrique, noutro instante do bafafá.   Tá. 

  Deixam claro, pois, o propósito de melar o jogo em campo e provocar a expulsão do colombiano.  Chorumelas e cariocadas. Pra eles, o fato bem ‘trabalhado’ deve provocar, estimular a busca do título, hoje mais para o São Paulo.