Um tricolor irreconhecível em campo, comenta ZédeJesusBarrêto
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
20/11/2020 às 22:18
Claudinho fez dois gols contra o Bahia
Foto: RB
Com uma atuação defensiva desastrosa, erros individuais e coletivos, amassado fisicamente, o Bahia foi goleado, atropelado pelo Red Bull Bragantino na noite dessa sexta, em Bragança Paulista. Em 20 minutos jogados o placar já era 3 x 0, um estrago. O time de Mano foi uma equipe sem pernas, sem força, apática... caiu de quatro, feio. Um alerta.
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Mesmo com a goleada, a equipe continua na 9ª posição, com 28 pontos ganhos, dois à frente, agora, do RB Bragantino. A liderança é do Atlético, o galo mineiro, com 38 pontos. Na sequência, Inter, São Paulo (dois jogos a menos) e Flamengo com 36; Palmeiras e Santos com 34. Mas a rodada segue.
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O desastre:
- Tempo bom em Bragança Paulista, relvado verde do estádio Nabi Chedid, o Bahia inteiro de Branco, o Bragantino todo azul.
Com a bola rolando:
Pegada forte e alta velocidade no começo da partida, cara de decisão, posturas ofensivas. O time da casa ganhando as divididas e o meio campo.
- Gol ! 1 x 0 Bragantino, aos 3 minutos. Bata-rebate, a defesa do Bahia não resolveu, Claudinho pegou a sobra já na grande área e bateu colocado, sem muita força, mas ninguém encostou; Douglas foi nela e não chegou, no cantinho. Cochilo coletivo da zaga.
Logo depois, Lucas Fonseca, que também vacilou no lance do gol, acusou lesão na coxa e cedeu lugar para Anderson Martins.
- Gol 2 x 0, aos 11’. Claudinho, de novo. Falta batida da intermediária, forte, triscou na luva de Douglas e bateu no poste; no rebote, Claudinho pegou de primeira, desmarcado, acertando o canto oposto, Douglas ainda tentava se levantar.
O RB Braga jogava a todo vapor e o Bahia em câmara lenta, a defesa atordoada, sem achar a marcação, errando passes bobos, marcando frouxo no meio campo, o meia Claudinho deitando e rolando, solto. Quase 20 minutos e nada ... o Tricolor sem ver a cor da bola.
- Gol ! 3 x 0, Ytalo, aos 20 minutos. Uma saída de bola atrapalhada na frente da grande área (Gregore, Elias, Juninho), e a bola foi roubada na raça, no carrinho, por Raul; daí, os paulistas entraram livre, de bola, goleiro driblado. Fácil.
O passeio continuou, só um time correndo e brigando em campo. O outro, sonâmbulo, sem entrar no jogo. Os primeiros avanços dos visitantes, com dois escanteios e uma falta, só aconteceram por volta dos aos 35’, sem consequências. Acordaram? Nada!
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Retrato do primeiro tempo:
Nos primeiros 25 minutos, parecia uma caçamba a 120, desgovernada ladeira a baixo, passando por cima, atropelando, amassando um fusca 69 com freio de mão puxado e velas vencidas.
O Bahia não entrou em campo. E os donos da casa sobraram técnica, coletivamente e fisicamente em campo. Vergonhoso. O que pode acontecer nos vestiários?
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Mano trocou: pôs Edson no meio campo (saiu Elias, nulo) e Rossi na frente, no lugar de Fessim. O time voltou com um posicionamento mais avançado. Mas...
- Gol ! 4 x 0, aos 4 minutos. Num contragolpe, em alta velocidade, o passe em profundidade nas costas da zaga (os juninhos), o passe da direita para a grande área e a finalização, fácil, de Helinho. O VAR foi consultado, o atacante tinha condições, Nino Paraíba não acompanhou a linha da zaga que provocaria o impedimento.
Goleada desenhada. Defesa mais vazada da competição. Mano tirou Rodriguinho, que pouco tocou na bola, e colocou Zeca. Aos 15’, brincando, Artur entrou livre pela direita e tentou por cobertura na saída de Douglas, mas cobriu a trave também.
Aos 22’, após uma rara trama de ataque dos baianos, Elber finalizou forte para ótima defesa do goleiro Cleiton, enfim trabalhando. Aos 30, saiu Elber (que até correu) e entrou Marco Antonio, pela esquerda. Aos 36, novamente Artur entrou livre pela direita, mas essa Douglas salvou. O mesmo Douglas que, aos 45, numa saída de bola, pressionado, entregou a Claudinho que por pouco não ampliou, errou o alvo.
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Rodriguinho, Elias e Fessim nada fizeram no primeiro tempo. O tal Claudinho, camisa 10, ninguém marcou? Arrebentou. A equipe de Mano fez seu pior jogo, abaixo da crítica.
Louve-se a vontade, a vibração, o empenho individual e coletivo do time de Barbieri, como se fosse uma final de campeonato.
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Escalações
- Red Bull Bragantino: Cleiton, Aderlan, Ligger (Haydar), Fabrício e Luan; Lucas Evangelista (Weverton), Raul (Mateuzinho) e Claudinho; Artur, ìtalo e Helinho (Ramires, ex Bahia, estreando). Treinador, Maurício Barbieri
- Bahia : Douglas, Nino, Lucas, Juninho e Capixaba; Gregore, Elias (Edson) e Rodriguinho (Zeca); Fessim (Rossi), Gilberto e Elber. Treinador, Mano Menezes.
Arbitragem com VAR, gaúcha. No apito, o grandão Anderson Daronco. Sem problemas.
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Próximos jogos
Na 23ª rodada, o Bahia recebe o embalado São Paulo, na Fonte Nova; sábado, dia 28, às 19 h. Gilberto, que nada fez em campo, está fora, punido com cartões amarelos.
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Antes, no meio da semana, dia 24, às 19h15, o Tricolor recebe na Fonte Nova o Unión Santa Fé, da Argentina, na primeira partida entre ambos pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Vai precisar de atitude ou ... dança feio.
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Dia 20 de novembro/ Consciência Negra
O racismo é uma chaga,
ferida que não cicatriza.
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Só com conhecimento da História, limpo,
sabemos de nós, do que somos capazes.