Bahia acordou no segundo tempo e virou o jogo vencendo por 3x1
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
19/10/2020 às 22:27
Gilberto marcou duas vezes
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Por fatos como o da noite de segunda, em Pituaçu, é que o futebol é paixão e o mais incrível e imprevisível de todos os esportes coletivos. O Bahia levou um baile humilhante na primeira etapa do jogo (1 x 0), não viu a bola, por pouco não foi goleado, mas voltou com outra postura na segunda etapa e surpreendentemente virou o placar (3 x 1) com dois gols do artilheiro Gilberto, desencantando. Ninguém esperava, mas aconteceu, assim foi. Parece coisa do tal “Sobrenatural de Almeida”, do grande Nelson Rodrigues.
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Com o resultado, inesperado, o Tricolor chegou a 19 pontos ganhos e subiu para a 12ª colocação, agora na zona de classificação para a Sul-americana. O Galo, posudo com a sua superioridade nos 45 minutos iniciais, deu-se mal, e perdeu a chance de volta à liderança da competição, ficou nos 31 pontos. Flamengo e Internacional lideram, com 34.
Viva o futebol!
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Com a bola rolando
Em campo uma velha e sadia rivalidade, duas equipes de massa vivendo realidades diferentes. O Galo Doido mineiro, dirigido pelo consagrado Sampaoli, nas cabeças, em grande fase, buscando vencer para voltar a liderar a competição. É uma equipe que sufoca o adversário, sempre, o jogo inteiro. Tem o melhor ataque da competição. O Tricolor baiano, uma das piores defesas, equipe em fase de arrumação, precisando a todo custo vencer para não cair na zona tenebrosa de baixo. Com suspensões e mudanças substanciais na escalação.
Noite primaveril de segunda, Pituaçu, arquibancadas vazias, partida que fecha a 17ª rodada.
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Como sempre tem acontecido, o Galo começou inteiro na ofensiva, forçando, empurrando o Tricolor pra trás, marcando curto o campo inteiro. O Bahia postado atrás, tentando ocupar estrategicamente o meio campo, na espera de um possível contragolpe, mas, alguns jogadores, visivelmente nervosos, errando os passes na transição defesa/ataque. Muita diferença de estilos, propostas de jogo e qualidade técnica (individual e coletiva) em campo.
- Aos 15’, primeiro susto: Keno levou a marcação da esquerda para o meio e bateu forte. Passou perto. De tanto forçar ...
- Gol ! 1 x 0 Atlético, Savarino, batendo firme, livre da marca do pênalti, após uma disputa de bola e o vacilo de Lucas Fonseca, dando rebote. Aos 20 minutos.
O sufoco continuou, o Galo alugando o campo do Bahia, ganhava todos os rebotes e divididas. A defesa baiana postada muito próxima do goleiro e a marcação frouxa mais à frente. O time mal passou do meio campo, os jogadores da casa mal tocavam na bola, só despachando.
Pra se ter ideia, o Atlético teve mais de 70% de posse de bola e o Tricolor não chutou um bola sequer na direção do gol mineiro. Uma primeira etapa de timeco.
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No intervalo, a entrada do meia Marco Antonio e do atacante Gilberto, no lugar de Clayson e Edson. Uma substituição mais ofensiva, ousada. No Galo, saiu Réver (sentindo a perna) e entrou Rabelo, na defesa. Pouco mudou, em tese. Apenas o posicionamento mais adiantado de Gilberto que passou a incomodar um pouco a defesa mineira. O Galo até continuava com as rédeas, impondo ritmo. Aos 12’, saiu Ramon, no meiocampo baiano, e entrou Daniel.
O galo mais lento e, de repente, um Bahia que acendeu, brigando mais e correndo, explorando velocidade. Desenhou-se um panorama menos desigual, então. O Bahia, enfim, no jogo, com nova postura, encarando, encaixando.
- Aos 18’, depois de mais uma falha de Capixaba, Savarino ficou livre, de cara, bateu cruzado mas pra fora. Aos 19’, Keno desbravou na esquerda, chutou e errou o alvo. Aos 20’, Gregore tentou de longe (enfim !) mas chutou alto. Como o Bahia saiu mais e equilibrou o meio-campo, o jogo ficou aberto... e perigoso, claro.
- Gol ! 1 x 1, Bahia. Gilberto bateu falta (em Elias) de longe, frontal, forte, no chão, o goleiro deu rebote e Daniel aproveitou bem, empatando. Aos 24’ minutos. Surpreendendo o Galo.
Aos 27’, Gilberto puxou bom contragolpe e deixou Marco Antônio de cara, mas Everton saiu arrojado e salvou o desempate; chance clara perdida. Saiu Fessim, entrou Alesson. Depois, Ernando, machucado, deu lugar a Nino Paraíba. No Galo, saiu Sasha e entrou Marrone.
- Gol ! 2 x 1 Bahia, Gilberto, na virada. Guga errou a atrasada de bola, Gilberto acreditou, na velocidade driblou o goleiro, livrou-se do marcador e desempatou. Dava para acreditar? Aos 34 minutos.
Aos 40, após bola alçada, a defesa baiana cochilou e Alonso tentou escorar mas Douglas salvou rente à trave. O Galo, com o placar adverso agora, foi todo para cima, tentando voltar a sufocar. O Bahia fechou-se, no bote do contragolpe.
- Gol ! 3 x 1 Bahia. Aos 43’, Daniel achou Gilberto na linha da zaga, enfiou e o artilheiro entrou livre, encarou o goleiro e bateu firme. O VAR confirmou a posição legal do avante. Quem imaginava?
- Aos 47’, a blitz foi do Tricolor, com Marco Antonio, Daniel e Capixaba buscando o quarto gol, chances seguidas. Que loucura de virada !
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Destaques da partida
Gilberto, entrou e decidiu, virou e matou o jogo. Bateu a falta que originou o gol de Daniel e fez dois, em velocidade. Daniel entrou bem, um gol e passe precioso para o terceiro.. A defesa suportou, Gregore lutou muito.
No Atlético, o conjunto. Poderia ter matado o jogo na primeira etapa, mas a empáfia ... lhe custou caro.
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Escalações
- O Bahia escalado por Mano Menezes : Douglas, Ernando, Lucas Fonseca, Juninho e Capixaba; Gregore, Elias, Edson e Ramon; Fessim e Clayson. (Cláudio Prates e James Freitas no banco, Mano suspenso)
- O Galo Mineiro de Sampaoli : Everson, Guga, Rever, Junior Alonso e Arana; Franco, Jair e Nathan; Savarino, Sasha e Keno.
Arbitragem gaúcha, com VAR; no apito, Anderson Daronco.
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O próximo jogo do Bahia é contra o Santos, dia 31, na Vila Belmiro. A partida programada contra o Fortaleza de Rogério Ceni, para este fim de semana, foi adiada.
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No outro jogo de segunda-feira/ fechando a rodada 17: Botafogo 0 x 0 Goiás, no Engenhão.