Baixa qualidade técnica do jogo Vitória x Nautico comenta ZédeJesusBarrêto
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
20/08/2020 às 08:10
Vitória 0x0 Náutico
Foto: ECV
Num joguinho sofrível, de pouca técnica e rara emoção, o Vitória não saiu do zero contra o Náutico (PE) no Barradão, noite de quarta. Com o resultado, o Rubro-Negro baiano chega a seis pontos, fora do grupo dos quatro primeiros, na tabela de classificação. O Náutico está beirando a zona de baixo.
No sábado, o Leão vai a Maceió, encara o CRB.
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Foi uma partida abaixo das expectativas. Correria, muitos passes errados lá e cá e o ritmo travado todo tempo com faltas seguidas. Pra se ter uma ideia, só na primeira etapa o Vitória cometeu 14 faltas e o Náutico 8. É muita paralização, não há uma sequência de passes, são poucas as chances de gol criadas.
Nos primeiros 45 minutos, o Vitória chegou com um chute forte de F Neto de longe, que o goleiro espalmou e num gol anulado de Léo Ceará, em suposto impedimento. Pela tevê não teve infração, o gol foi mal anulado. O Náutico meteu uma bola na trave, Ronaldo salvou outra e foi só.
Nada mudou na segunda etapa. Mais correria e faltas e erros de passes. Umas duas chances desperdiçadas de cada lado e alguns lances cômicos... como era cômica a figura do árbitro careca e barrigudo, o veterano Eder Lopes, que controlou a partida na manha. Já no final, expulsou o meia rubro-negro Eduardo, por faltas seguidas.
Dá sempre a impressão que o Vitória joga melhor fora de casa. O futebol mostrado no Barradão foi muito inferior ao apresentado, por exemplo, no empate de 3 x 3 contra a Ponte Preta. Contra o Timbu pernambucano parecia um bala, nenhuma organização tática. O garoto Rend faz muita falta ao meio campo, como Alysson Farias fez na frente.
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Dois toques :
- O jogo do Sampaio Correia foi suspenso nesta rodada por conta de nove atletas com teste positivo para o Covid 19.
- O Fortaleza venceu o Goiás em Goiânia, 3 x 1; e o Botafogo derrotou no Rio o Atlético Mineiro que era o líder e estaca invicto.
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Série A
- São Pàulo x Bahia nesta quinta /20, à noite, no Morumbi, pela terceira rodada (para o Bahia). O Tricolor jogou duas em casa, fez o dever, seis pontos. Jogos sofridos, torcedor em calafrios.
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Torcedores têm questionado muito a permanência do bem falante treinador Roger Machado. Mesmo vencendo o Baianão, na sofrência; mesmo tendo vencido os dois primeiros jogos do Brasileirão/Série A, em Pituaçu, os atletas se arrastam pelo gramado na segunda etapa, sem ritmo, sem vibração.
Falta preparo físico? Motivação? O que tem acontecido no vestiário nos intervalos?
Recente entrevista do treinador, após o triunfo opaco de 2 x 1 sobre o Bragantino, com gol já nos acréscimos algumas pistas. Roger bradou contra o calendário que, na volta - por conta do virus-, obrigou o Bahia a fazer 14 jogos em 25 dias. O atleta não é máquina. É preciso ter elenco qualificado e atletas suficientes para diversificar e poupar os mais cansados. Depois, o treinador citou a pandemia, o pessoal teme entrar em campo por conta do possível contágio, das mortes, dos riscos... Cada jogo seria como uma ‘roleta russa’.
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Enfim, dá pra confiar nos testes e nos protocolos? O Brasileirão está em curso e o calendário é duro, implacável. Para todos, A e B. São viagens, hotéis, aeroportos, aviões, centros de treinamentos, vestiários ... E pouco tempo para treinamentos, descanso. Muitos atletas e comissões técnicas não estão satisfeitos nem confortáveis para o trabalho, nada à vontade para exercer com prazer a profissão, nenhum relaxamento para fazer o que mais sabem e gostam, sem preocupações: jogar bola. E a cabeça ruim reflete na produção técnica e física, individual e coletiva.
Vejo o time do Bahia em campo já no limite físico, mental, emocional. Uma barca vazando, em águas, a tripulação quase em pânico. Preocupante.
O aplicado apoiador Flávio e alguns garotos promissores estão indo embora, clube e atletas em busca de grana. Mas, os garotos que restaram e os que estão sendo lançados aguentam o rojão? Qualidade e casca pra aguentar o tranco em campo e as cobranças de fora, temos?
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