Como vem acontecendo nos últimos jogos, o Bahia perdeu o fôlego no segundo tempo
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
08/12/2019 às 18:39
Osvaldo marcou o primeiro gol do Fortaleza
Foto: Júlio Caesar/ O Povo
O jogo/resultado em Fortaleza foi o retrato do Bahia na competição. Fez um bom primeiro tempo, empatava mas tinha o controle da partida até os 25 do segundo tempo, daí ... começou a perder as divididas, o meio campo, os rebotes, faltaram pernas, vontade, fôlego e o Fortaleza, mais inteiro, fez 2 x 1, ganhou na vontade.
Com o resultado, decepcionante, o time terminou a competição no mesmo 11 º lugar, com 49 pontos. Abaixo do que se esperava mas, ainda assim, classificado para disputar a Copa Sul-Americana em 2020.
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É hora de renovar e repensar tudo. Um novo planejamento, dispensas, e reforços à altura. Lições.
E a diretoria repensar também o uso do time, das cores e da história do clube para fins políticos e eleitoreiros. Uma mistura que tira o foco do jogo em si e, geralmente, desanda o desempenho da equipe em campo. A própria história do Bahia tem exemplos disso. O que teria acontecido, tão de repente, que provocou uma queda técnica, física e mental do grupo?
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Desespero em Belo Horizonte
O ‘poderoso’ Cruzeiro, com um caro elenco, levou 2 x 0 do Palmeiras, em casa, e está rebaixado para a Segundona, pela primeira vez na sua gloriosa história. O Ceará, que empatou com o Botafogo, escapou, continua na Série A.
O resultado no Mineirão causou revolta e cenas de selvageria, pancadaria dentro e fora do estádio, com ameaças inclusive à integridade física dos atletas mineiros.
Mas a ‘meleira’ que resultou na desclassificação da equipe teve origem do lado de fora, na diretoria do clube, envolvida em denúncias de corrupção, roubalheira ... Má administração.
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Os classificados
Estão na Libertadores da América /2019: O Campeão Flamengo (que despediu-se levando uma goleada do Santos, 4 x 0), Santos, Palmeiras, Grêmio, Athlético PR, São Paulo, Corínthians e Internacional.
Na Copa Sul-Americana : o Fortaleza, Goiás, Bahia, Atlético MG, Vasco da Gama e Fluminense.
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Os que caíram
Estão na Série B, para o ano: O Avaí, a Chapecoense, o CSA e o Cruzeiro.
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Duelo tricolor do Nordeste
- Mais de 52 mil pessoas no Castelão, casa cheia, tradicional rivalidade em campo. As duas equipes bem parelhas e próximas na tabela de classificação: o Fortaleza com 50 pontos, em 9º lugar e o Bahia em 11º, com 49. Ambos já classificados para a sul-americana de 2020.
- Na bola, uma disputa de espaço e de quem seria o melhor da região. Tarde limpa e quente de uma primavera quase verão no litoral do Ceará. O Hino Nacional executado solenemente na sanfona, solo, com acompanhamento de violão e a torcida no gogó.
- O Bahia com seu uniforme com litras verticais largas na camisa e calções azuis. O Fortaleza de branco. Arquibancada vibrante, em festa, até pela boa, surpreendente campanha do Tricolor cearense, o Leão do Pici.
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Com a bola rolando
- Muito equilíbrio no começo, as duas equipes com postura parecida, tentando trocar passes, marcando em cima, buscando a velocidade dos contragolpes na retomada da bola.
- Gol ! 1 x 0 Fortaleza, aos 12 minutos. Bola larga cruzada da direita encobrindo toda a zaga baiana; o baixinho Osvaldo fechou na esquerda, nos costados de Nino ( que não alcançou pelo alto ), testando sem sair do chão; a bola bateu na trave e entrou.
Quando o Bahia parecia ter mais o controle da partida, trocando passes, com mais posse de bola, inócua. O time baiano jogando mais no campo adversário, pressionando, mas sem finalização, lento na saída de defesa/ataque, sem objetividade. Um Fortaleza mais aplicado.
- Aos 29’, Gilberto foi lançado por Ronaldo nas costas da zaga e entrou livre, de cara, mas perdeu; o goleiro Felipe Alves saiu e o atacante chutou nele. Dois minutos depois, novamente Gilberto invadiu livre mas demorou de finalizar, a zaga chegou e abafou na hora do arremate. Duas boas chances perdidas.
- Gol ! 1 x 1 , Artur cobrando falta de canhota, da entrada da área; a bola desviou na barreira e matou o goleiro cearense. Aos 32’. Empate justo, o Bahia era melhor em campo, tinha as rédeas do jogo.
- O Leão do Pici acordou e a partida voltou a ficar equilibrada, mais corrida e brigada. Uma primeira etapa bem jogada.
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- Uma retomada no mesmo ritmo. Um Bahia aceso. Aos 4’, após uma roubada de bola de Nino, Elber bateu rasteiro, da entrada da área cearense, obrigando Felipe Alves a salvar com a ponta dos dedos, no rodapé da trave. Os visitantes no ataque, forçando.
- Aos 17’, Gilberto perdeu outra chance clara de gol, de frente, com a zaga vencida, chutou forte, de canhota, mas para fora. Aos 19’, o troco: lateral batida dentro da área baiana, a zaga não resolveu e Kieza, que tinha acabado de entrar, deu de bico, para defesa salvadora de Douglas. Aos 21’, num contragolpe fulminante, Osvaldo recebeu de frente mas errou o chute. Quase !
- Lá e cá, pois, esquentou o ritmo. Rogério Ceni trocou três jogadores, pôs sangue novo, mais correria e mais pernas para os cearenses. Roger trocou apenas J Pedro por Lucca. O Fortaleza, a partir dos 25’, parecia mais inteiro, ganhando as divididas, com mais fome de bola.
- Gol ! 2 x 1 Tinga, aos 33 minutos. Na raça, na vontade, bola de fundo pela direita cruzada no chão e Tinga entrou livre, pelo meio, finalizando. Festa no estádio !
- Aos 35’, Fernandão, que acabara de entrar, finalizou da esquerda, rasteiro, tirando tinta no poste cearense. O Fortaleza, com o placar, passou a administrar, ganhar tempo, garantindo. Aos 47’, Fernandão teve a chance do empate; girou e bateu, de dentro da área, por cima. E nada mais aconteceu.
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Destaques
- Até Douglas, o goleiro, não é mais o mesmo. Nino falhou no primeiro gol, vencido pelo alto. Gregore e Ronaldo bem. Artur o melhor. Gilberto perdeu umas três chances de gol. Élber sumido. Lucca entrou e entregou, perdeu a dividida com Tinga na origem do lance do segundo gol, sem fibra.
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Equipes escaladas
- Fortaleza : Felipe Alves, Gabriel Dias, Quintero, Bruno Melo e Carlinhos; Felipe e Araruna; Osvaldo (Mateus), Edinho (Tinga) e Romarinho (Kieza); Wellington Paulista. Treinador, Rogério Ceni.
- Bahia : Douglas, Nino Paraíba, Wanderson, Juninho e Moisés; Gregore, Ronaldo( Shaylon), João Pedro (Lucca); Elber (Fernandão), Gilberto e Artur. Treinador, Roger Machado.
Arbitragem carioca, com VAR; no apito, Wagner do Nascimento Magalhães.
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O placar dos jogos:
- Corínthians 1 x 2 Fluminense; Cruzeiro 0 x 2 Palmeiras; Santos 4 x 0 Flamengo;
Goiás 3 x 2 Grêmio; Internacional 2 x 1 Atlético MG; Vasco 1 x 1 Chapecoense;
Botafogo 1 x 1 Ceará; Avaí 0 x 0 Athlético PR; CSA 1 x 2 São Paulo.
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Salve a Senhora da Conceição da Praia, Padroeira da Bahia.
Odoyá ! Ora Yeyê !