Ênderson Moreira precisa achar um jeito de jogar contra equipes retrancadas ; sem jogadas de velocidade na linha de fundo não se vara ferrolhos.
ZedeJesusBarreto , Salvador |
21/02/2019 às 22:34
Jogo terminou 0x0x
Foto:
Quase um repeteco do que aconteceu na Fonte Nova. O Bahia teve o domínio, a posse de bola, criou várias chances (finalizou 23 vezes),encurralou mas não conseguiu fazer um golzinho sequer. Incompetência, falta de sorte?
O resultado, 0 x 0, desclassificou a equipe baiana logo no primeiro confronto pela Sul-Americana, porque em Salvador, mesmo jogando todo atrás. O time uruguaio venceu (1 x 0), achou um gol no finalzinho da partida, numa jogada isolada e esperta, na manha típica, bem conhecida dos uruguaios. Eles são copeiros. E o Bahia tem muito a aprender, a evoluir. É preciso mais objetividade e finalizar melhor.
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- Liverpool (URU) 0 x 0 Bahia, no estádio Luis Franzini, em Montevidéu, com capacidade para 18 mil pessoas e muitos espaços vazios nas arquibancadas.
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Bola rolando
Ao contrário do que aconteceu na partida em Salvador, quando se defendeu em bloco o tempo inteiro, em casa o Liverpool mostrou-se à vontade e foi pra cima, tentando se impor logo no início. O Tricolor começou nervoso, cometendo faltas bobas, errando passes.
Numa delas, da intermediária, o meia Gustavinho acertou uma bomba, obrigando Douglas a uma elástica defesa, aos 6 minutos. O Bahia respondeu bem, aos 9’, num chute longo, forte e rasteiro de Shaylon, para boa defesa de Bava, rebatendo; Gilberto não alcançou o rebote. Aos 13’, foi a vez de Artur, aceso, tentar de fora, mas o goleiro estava bem colocado e catou.
Aos poucos o time brasileiro acalmou e equilíbrou. Entradas duras de parte a parte, os uruguaios, em vantagem com o empate, tentando melar o jogo, ganhar tempo, desestabilizar os baianos. Arbitragem fraca, envolvida, contemporizando, aliviando pros da casa. O jogo ficou feio.
O Bahia melhor. Aos 37’, Gregore despejou de longe, assustando o goleiro Bava. Aos 42’, Moisés bateu seco e Bava espalmou a escanteio.
O Tricolor tocando com a bola no chão, trocando passes, chutando de fora, chegando mais (10 chutes a gol); os uruguaios marcando forte, esticando, apostando na bola aérea, finalizando pouco. Mas o empate de 0 x 0 na primeira etapa era tudo o que eles queriam. Artur, Nino e Ramires foram os mais destacados.
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No começo da segunda etapa, a defesa baiana voltou cochilando, pra variar. O avante Martinez entrou livre pelo miolo, mas errou o alvo na saída de Douglas. Ufa. Menos de um minuto.
O Bahia respondeu com Shaylon, dois minutos depois, mas a bola foi desviada a escanteio. O Tricolor buscava mais o ataque, forçando. Os uruguaios marcavam forte, batendo, mascando, catimbando, gastando tempo, esfriando.
Aos 9’, Moisés pegou de frente, mas chutou fraco. Aos 12’, Jackson bateu falta das proximidades da área e acertou o poste, o goleiro já vencido. Só o Bahia atacava; ferrolho do Liverpool, defendendo-se com 10. Aos 20’, os baianos reclamaram de pênalti em Eric Ramires, chutado na área após um drible; o árbitro nem tchum.
Élber substituiu Artur, aos 25’. Só uma equipe queria jogo. Guilherme no lugar de Gilberto, exausto. Aos 30’, Guilherme tentou, a pelota desviou e achou a rede, por fora. No time uruguaio, Franco em campo, aquele mesmo que entrou no final e fez o gol na Fonte Nova. Moisés também acertou a rede, por fora. Os ponteiros do relógio correndo.
O Tricolor já no desespero, todo na frente. Os uruguaios davam chutões e paravam os lances na falta. O tempo passando. Aos 45’, após boa tabela, Ramires chutou por cima. Aos 47’, Shaylon, por cima. No último lance, Lucas Fonseca também tentou e errou por muito. Nada de gol, veio a eliminação.
Cedo demais para uma equipe que quer ser grande e conhecida, respeitada também fora do Brasil.
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Destaques
Douglas pouco trabalhou; Nino correu muito mas cruzou todas pelo alto nas mãos do goleiro ou na zaga; Bem Moisés, mas não acertou o gol; Jackson e Lucas Fonseca assustam. Gregore melhor que Douglas Augusto. Bom primeiro tempo de Artur; Ramires rendeu mais que Shaylon e Gilberto muito pouco inspirado. As substituições nada acrescentaram.
Ênderson Moreira precisa achar um jeito de jogar contra equipes retrancadas ; sem jogadas de velocidade na linha de fundo não se vara ferrolhos.
No Liverpool, a disciplina tática defensiva, o coletivo, a garra, a manha. Conseguiram. Bom goleiro, uma zaga absoluta pelo alto e a marcação forte, curta, obstinada, mordendo no meio campo.
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Copa do Nordeste
Domingo tem outra pedreira. O Tricolor baiano vai lá pro Ceará (vejam a distância), onde enfrenta o competitivo Fortaleza de Rogério Ceni. É preciso elenco e pernas.
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Ficha Técnica:
Liverpool – Bava, Cáceres, Makuka, Gonzales e Rivas; Bajter, Figueredo, Martinez e Ocampo; Ramires e Gustavinho (Franco). Treinador, Paolo Pezzolano.
Bahia – Douglas, Nino, Jackson, Lucas Fonseca e Moisés; Douglas Augusto (Guilherme), Gregore, Eric Ramires e Shaylon; Artur e Gilberto. Treinador , Ênderson Moreira.
Árbitro central, Gery Vargas, boliviano. Caseiro.