Brasil segue com os mesmos erros da Copa do Mundo. A novidade é Richarlyson
ZedeJesusBarrêto , Salvador |
16/11/2018 às 19:19
Neymar fez o único gol, de pênalti
Foto: CBF
Foi só 1 x 0, mas num clássico sul-americano cheio de rixas e histórias. Brasil 1 x 0 Uruguai, amistoso realizado em Londres, no estádio do Arsenal. Mais torcedores de amarelo nas arquibancadas, bom público. O gol foi de Neymar, de pênalti, marcação muito contestada pelos vizinhos do sul, óbvio.
O resultado dá moral, ritmo e conjunto à equipe com caras novas. Tite continua rei dos amistosos.
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A “Canarinho”
Antes do apito do árbitro, uma homenagem ao designer Aldyr Schlie, o criador da camisa amarela da seleção brasileira, em 1953; faleceu esta semana. Até a Copa de 50 o Brasil atuava de branco. O novo padrão amarelo daria sorte.
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Caras novas
- Novidades nas escalações. Na seleção brasileira, um meio campo inusitado: o baiano Walace (ex-Grêmio), Artur ( gaúcho, agora no Barcelona), o manjado Renato Augusto e Douglas Costa.
Na Celeste Olímpica treinada por Tabarez, muitos desfalques e caras novas, mas a presença dos astros Cavani e Luizito Suarez, atacantes.
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Com a bola rolando...
A despeito de ser um amistoso, a partida começou pegada, marcação dura e curta das duas equipes, a velha rivalidade sul-americana. Os ‘canarinhos’ chegaram primeiro.
- Aos 5’, Neymar sofreu falta nas proximidades da área e cobrou forte e rasante, exigindo a espalmada do goleiro. Aos 10, após chute cruzado da esquerda de R Augusto, Neymar completou para as redes, mas estava em posição irregular, impedido. Aos 13, o mesmo Neymar arriscou de longe, forte, por cima do arco uruguaio, assustando.
Aos 21’, após uma saída de bola equivocada de Danilo, Suarez pegou a sobra e arrematou para o desvio de Álison com a ponta dos dedos. Primeira chagada da Celeste.
Uma partida muito tática. Os brasileiros atuam mais próximos da área uruguaia. Chegando e finalizando mais.
Com o passar do tempo, poucos lances de área, muita briga pela bola no meio, algumas faltas mais ríspidas. O árbitro andou distribuindo cartões amarelos para acalmar.
Aos 45’, os uruguaios tramaram bem no ataque, girando a bola de um lado a outro; a finalização de Cavani parou na rebatida de Álison.
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Foi uma primeira etapa de muita marcação, ninguém quer perder, claro, mas ficou aquele gostinho de baba entre compadres, fim de semana. O Brasil com mais posse de bola.
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Os treinadores mantiveram as mesmas equipes para a segunda etapa. A Celeste mais acesa, marcando mais à frente, exigindo mais da defensiva canarinho.
Aos 3’, Suarez cobrou falta da entrada da área, forte e rasteira, Álison salvou no rodapé.
Aos 13’, Tite promoveu a estreia do meio-campista Allan, que atua na Itália, no lugar do apagadão R.Augusto.
- Aos 19’, depois de algumas tentativas frustradas, sempre marcado de perto por dois, Neymar conseguiu penetrar e bateu forte; o goleiro deu rebote mas não apareceu ninguém de amarelo pra conferir.
Tite trocou Douglas Costa, pouco acionado e sem brilho, por Richarlyson. Muda o jeito de atuar, agora com dois avantes e Neymar, que atuava pela esquerda, agora voltando mais pelo meio, na armação. Equlibrio de ações.
Aos 27’, num contragolpe, após bola perdida por Neymar, Cavani finalizou mas Miranda, sempre eficiente, salvou. Aos 29’, o árbitro viu pênalti do lateral esquerdo uruguaio Laxalt em Danilo; errou na bola e acertou a perna do brasileiro. O árbitro demorou de apitar e a chiadeira dos vizinhos do sul foi grande.
- Gol ! 1 x 0 Brasil, Neymar, aos 31’, batendo a penalidade com calma e classe, deslocando o goleiro.
A partida ficou mais pegada, então. Os rivais em cima, reclamando muito da arbitragem (alegavam uma bola no braço de Danilo no lance do pênalti), catimbando, querendo o empate a todo custo. Aos 37’, Neymar de muito longe, na esquerda, achou Richarlyson penetrando do lado oposto; o lançamento foi perfeito, mas o centroavante bateu de prima e errou o alvo. Foi só.
Mais um triunfo em amistosos na era Tite.
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Destaques:
Álison quando foi acionado deu conta; seguros Miranda e Marquinhos; bom primeiro tempo de Walace; Artur girando e tocando, muito lateralmente; Alan entrou bem. Na frente, Neymar, mesmo exagerando nas jogadas individuais, foi o autor dos chutes a gol e das melhores jogadas brasileiras.
No Uruguai, além da raça e da disposição coletiva, Cavani e Suarez fazem a diferença.
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Equipe inicialmente escalada por Tite:
Álison, Danilo, Marquinhos, Miranda, Luiz Filipe; Artur, Renato Augusto, Walace; Douglas Costa, Firmino e Neymar.
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- Brasil x Camarões, na próxima terça-feira, ainda na Inglaterra.
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Brasileirão
Sábado, 17, segue o Brasileirão, rodada 35:
Vitória x Atlético Paranaense, Barradão, 19 h.
Atlético Mineiro x Bahia, Estádio Independência/BH, 21 h.
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A revoada
Na rodada passada da Champions League/Europa, a maior competição de clubes do planeta, 42 atletas brasieiros estavam em campo vestindo camisetas dos grandes clubes europeus.
Isso explica um pouco o baixo nível técnico do nosso Brasileirão. Os melhores, ainda garotos, vão pra lá. Aqui ficam os ruins ou mais ou menos.